#Um produto de qualidade

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Workshop realizado em Francisco Beltrão apontou a Cadeia Produtiva do Leite na Itália integrando projeto que visa melhoria do produto do Sudoeste
Uma série de eventos vem discutindo a melhoria da cadeia produtiva do leite e a qualidade do produto. Foi realizado na segunda-feira (20), na sede da Agíªncia de Desenvolvimento Regional, em Francisco Beltrão, o workshop “A Cadeia produtiva do Leite na Itália”, ministrado pelo consultor síªnior de alimentos, Giulio Benvenuti.
Segundo Benvenuti, seu papel é o de aproximar as diferentes realidades em prol de uma mesma ideia, a de desenvolvimento regional. “Meu papel é o de trazer uma comparação da nossa experiíªncia (italiana) com a brasileira, que são realidades bem diferentes”, afirmou ele.
Descrevendo as principais diferenças existentes, Benvenuti lembrou sobre o destaque dado ao mercado varejista. “Na Europa, o mercado varejista é muito difundido, exigindo uma grande especialização, que é uma exigíªncia também do mercado consumidor. Como esse mercado está se desenvolvendo no Brasil, e acredita-se que ele vai se desenvolver muito no futuro, nada mais propí­cio do que dizer que ele deve se enquadrar aos padrões internacionais”, enfatizou Benvenuti, que é especialista em qualidade e segurança alimentar e atua com certificação de higiene.
Contextualizando que, tanto a região Sudoeste, como Belluno, na Itália, partem do trabalho em pequenas propriedades, Benvenuti disse que “nossa experiíªncia é a da união dos pequenos produtores por meio de organizações ou cooperativas, o que também pode ser utilizado aqui”, afirmou o italiano. “Um ponto que gostaria de ressaltar é a união. As cooperativas que tiveram bastante sucesso são aquelas que tinham um objetivo comum. Não importa exatamente a forma como se associa, mas os objetivos pelos quais se associa”.
Segundo dados do escritório de Pato Branco do Deral, em 2011 foram produzidos 60.926.561 litros a mais que 2010 nos 15 municí­pios da microrregião, mas, ao se comparar o último ano com 2011, foram produzidos 25.332.238 litros a menos. Mesmo assim, o Serviço de Apoio í s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Paraná, que integra o comitíª para o melhoramento da produção, não observa negativamente a queda registrada na soma final.
Segundo a coordenadora do programa de Agronegócio do Sebrae PR, Andréia Claudino, o que se deve buscar é qualidade. “O Paraná vem discutindo a cadeia produtiva do leite e vem chamando várias instituições para rever o modelo existente, principalmente para as propriedades de micro e pequeno porte. Essas experiíªncias fazem com que possamos enxergar modelos de referíªncia, como é o caso de Emilia Romagna, na Itália, e verificar o que deu certo e o que não deu”. Contudo, Andréia destacou o momento delicado vivido na cadeia produtiva dos láticos. “Estamos passando por um momento de crise no setor. Várias são as informações que víªm sendo divulgadas sobre o leite, sua qualidade. E cada vez mais o produtor de micro e pequeno porte precisa se adaptar, para que ele seja competitivo no mercado. Conhecer o que fizeram e deu certo em outros paí­ses, no caso, a Itália, que é referíªncia, faz com que possamos repensar o modelo que está sendo atuado na cadeia produtiva para termos novas estratégias, para sermos mais competitivos, considerando o atual momento”.
Ressaltando que qualidade é a palavra chave, Andréia disse que “é sabido que o Sudoeste é a maior bacia leiteira do Estado, tem grande potencial, já vem sendo feito vários trabalhos. O que pretendemos é incentivar novas estratégias de atuação. Volto a repetir, buscando qualidade para termos competitividade”.
Ao sabor do Sudoeste
Enquanto se discute qualidade, mercado varejista e ações de divulgação, a quilí´metros de distí¢ncia e com um oceano no meio um novo fermento vem sendo trabalhado. Um produto que deve garantir um sabor especí­fico e diferenciado, o que pode caracterizar e referenciar o queijo do Sudoeste.
Não sendo a primeira vez que se ouviu falar, mas, sim, quando foi debatido em forma de seminário há cerca de um ano, boa parte da população sudoestina pode ter conhecimento do método que resulta no queijo Piave, que é tido como uma variedade distinta da região de Víªneto, na Itália.
A ideia que vem sendo amadurecida desde 2007, mas, agora, em 2013, segundo o diretor da Agíªncia de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná, Célio Bonetti, chega em suas etapas finais. “Por meio de muitas palestras e debates, procuramos fomentar a qualidade do leite sudoesteino, e, claro, o produto aqui produzido se difere ao de outras regiões, o que também nos permitiu pensar em derivados especí­ficos”, disse ele.
Sem dizer a data precisa de quando serão fabricadas as primeiras partidas de queijos com caracterí­sticas e fermento próprio, Bonetti afirmou que “o trabalho de produção de um queijo tí­pico da região está bastante avançado, inclusive no míªs de setembro será produzido o primeiro lote (em fase experimental). Já temos a tipologia do fermento desenvolvido especificamente para o tipo de leite produzido na região”, completou ele, relatando que, das aproximadamente 60 queijarias existentes no Sudoeste, quatro estarão desenvolvendo o primeiro lote.
Umas das queijarias que integra o grupo que irá trabalhar com o queijo do Sudoeste é a cooperativa administrada por Hélio Surdi, em Bom Jesus do Sul. Segundo ele, desde a implantação, o objetivo foi o de ter produtos diferenciados, mas, no entanto, isso foi deixado de lado, partindo, assim, para a produção de muçarelas e queijos coloniais, como a maioria das empresas da região. “Com a possibilidade de criação de um fermento tí­pico do Sudoeste, entendemos que é a oportunidade de colocarmos um produto diferenciado no mercado, onde fica regionalizada a marca, uma vez que o queijo vai ser da região, onde também teremos a oportunidade de ter mais rendimento, vender o queijo com um valor agregado, possibilitando um maior ganho para o produtor”, disse Surdi.
Por sua vez, o professor da UTFPR, campus Francisco Beltrão, João Francisco Marchi, destacou a importí¢ncia da troca de experiíªncias e o que a região pode ganhar. “Com a transferíªncia de tecnologia, ganhamos tempo, uma vez que a Itália já fez todo esse trabalho de pesquisa há 20 anos. Ganhamos, assim, de 10 a 15 anos, em termos de pesquisa e desenvolvimento de produto que desejamos para região. Com o passar do tempo, poderemos ter um produto com denominação de origem”, disse o professor, já pensando em certificações internacionais.
http://www.diariodosudoeste.com.br/noticias/regiao/8,26070,21,05,um-produto-de-qualidade.shtml

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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