Mercado de #leite vegetal abre oportunidades para empresas

Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Bebida é utilizada em substituição ao leite animal e pode ser feita à base de diferentes grãos. Produto atinge pessoas com restrição alimentar e adeptos de dietas com foco em saúde

Os chamados leites vegetais estão ganhando espaço entre os consumidores brasileiros. Além da popular bebida de soja, este mercado conta também com versões menos conhecidas, que são produzidas à base de amêndoas, arroz, macadâmias, aveia, quinoa e coco. A nomenclatura “leite” se refere à semelhança física, de coloração e textura entre os dois alimentos. As versões vegetais são usadas para as mesmas preparações em que o leite de vaca aparece, em vitaminas, milkshakes, massas, doces e até no café com leite. O que não quer dizer que um seja um substituto nutricional idêntico do outro.

Os produtos extraídos dos grãos têm o teor de gorduras muito inferior em relação aos de origem animal. Em contrapartida, não substituem integralmente o suprimento de proteínas, cálcio e probióticos, necessitando de suplementação vitamínica. Diferentes perfis de consumidores impulsionam as vendas destes alimentos, seja por necessidade ou por preferência. Entre eles, estão os que possuem restrições alimentares como alergias às proteínas do leite ou intolerância à lactose. De acordo com o Ministério da Saúde, 70% dos brasileiros adultos são acometidos por algum destes problemas. Faz parte do público também a parcela da população preocupada com uma alimentação mais saudável, como praticantes de atividades físicas e adeptos de dietas vegetarianas e veganas.

Para atender a esta demanda, marcas focadas em produtos naturais e que possuem um mix variado com farinhas, pães e biscoitos, como a Jasmine e a Native, passaram a incluir as bebidas em suas linhas. Ao mesmo tempo, produtores já consolidados na indústria de grãos expandiram suas linhas, incorporando os leites vegetais. Estão presentes também no mercado opções de marcas como Nestlé, Yoki e Unilever, que têm ofertas específicas com sucos que misturam soja e frutas.

Disputam também o espaço nas gôndolas as empresas estrangeiras especializadas em leites vegetais, como a Amandín e a Finestra Sul Cielo, que pretendem conquistar o mercado nacional e já estão presentes em lojas de produtos naturais e no e-commerce. “Este é um mercado em amadurecimento e é normal que desperte o interesse de muitas empresas. As pessoas estão mais preocupadas com a forma como se alimentam e isso se reflete diretamente no consumo”, avalia Alexandre Simonard, Professor de Economia da ESPM Rio, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Desafios do mercado
Apesar de promissor, dada a crescente demanda, os leites vegetais ainda têm dificuldades para serem vencidas. O primeiro dos obstáculos é o estereótipo que se construiu em torno da bebida com relação ao seu sabor. A variedade de insumos que dão origem ao produto ainda é desconhecida de boa parte do público. “No Brasil, ainda precisamos desfazer esse ranço de que bebida vegetal é de soja. Pelo tamanho do mercado, temos o potencial de explorar produtos provenientes de outros grãos”, aponta Leandro Dupin, Diretor de Marketing do Organomix, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A distribuição é outro ponto de atenção, pois a presença nos pontos de venda de maior porte, como redes de super e hipermercados, ainda é restrita às marcas mais conhecidas. Já os pequenos e médios fabricantes atuam em lojas focadas em produtos naturais e via internet. O preço final dos produtos também acaba sendo uma barreira para o consumo cotidiano. Um litro da bebida pode chegar a custar até R$ 35,00 em sites especializados. “Comercialmente é mais viável para os varejistas de grande porte negociarem com fornecedores maiores que já possuem uma logística ajustada”, diz Alexandre Simonard.

Estes são alguns indicativos de que o mercado de bebida vegetal no Brasil ainda tem uma estrada de aprendizado. O mercado internacional sai na frente tanto em preço competitivo quanto em oferta de marcas. No site do Walmart norte-americano, o preço do litro de leite de amêndoas começa em US$ 1,97 e os produtos são oferecidos por pelo menos 10 marcas.

Do arroz ao leite
Os leites vegetais ainda estão se posicionando no mercado de alimentos nacional. A nutrição cada vez mais se divide em nichos, e alimentos que sempre foram considerados básicos na pirâmide alimentar tradicional, como o leite, as carnes e as gorduras, são postos na berlinda como vilãos da qualidade de vida. Isto, na realidade, abre oportunidades de novos negócios. As empresas que já estão consolidadas no mercado em um segmento começam a investir na criação de outros produtos para atender à demanda por saudabilidade.

É o caso da empresa gaúcha Kiarroz, que já atua no ramo de cereal há 44 anos. Em 2013, veio a decisão de usar o excedente da colheita para produzir leite à base de arroz.  A empresa desenvolveu a marca Rizo Vita em dezembro do ano passado e iniciou as vendas em fevereiro de 2014. “A soja está perdendo um pouco o mercado, as pessoas estão mais preocupadas com a saúde. Questões como os transgênicos e fitoesteróis levam a uma busca por outras opções, como a bebida de aveia de nozes ou arroz”, diz Gisele Comim, Responsável pelo Controle de Qualidade e Desenvolvimento da Kiarroz, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Para iniciar a produção, a companhia importou a tecnologia italiana e contou ainda com o apoio de instalação e a consultoria de profissionais internacionais. A metodologia adotada para transformar os grãos em bebida parte de um pré-cozimento dos grãos para que liberem os seus nutrientes, seguido por processos de homogeneização, pasteurização e envaze em embalagem cartonada. “Viramos os queridinhos dos nutricionistas por não incluirmos açúcar ou conservantes na composição”, diz Gisele Comim.

Atualmente, a empresa foca na expansão dos pontos de venda e do portfólio, que já conta com as versões Caffe Latte e Baunilha, vendidas em embalagens de um litro, com preço médio de R$ 14,00 e, de 200 ml, que sai por R$ 4,80. “Já estamos presentes na maior parte do território nacional. Agora estamos em negociação com a rede Pão de Açúcar. Até o fim do ano, teremos mais dois sabores e outro projeto é o produto em pó”, comenta a responsável pelo Controle de Qualidade e Desenvolvimento da Kiarroz.

Oportunidade de nicho
Os produtos substitutos do leite surgiram basicamente para suprir as carências nutricionais dos consumidores que possuíam problemas alimentares e, posteriormente, atraíram o gosto de outras tribos. Mais ainda, são os alérgicos os maiores consumidores. É justamente a restrição quanto à ingestão de determinadas substâncias uma das principais dificuldades deste público, pois limita as opções de cardápio e consequentemente de marcas pelas quais estas pessoas podem escolher.

Este obstáculo é o ponto de partida das ações de relacionamento com o consumidor adotadas pelo supermercado de produtos naturais online Organomix. A empresa atua, desde 2012, com um portfólio de mais de quatro mil itens voltados para uma alimentação saudável, incluindo cinco marcas de bebidas vegetais nacionais e importadas que chegam a representar 10% do faturamento do site. “Perguntam quais bebidas de arroz nós temos. Então, apresentamos versões de nozes, macadâmia e aveia, e eles se sentem acolhidos e felizes. Queremos transformar as restrições dos clientes em um leque de opções apresentando novas marcas e, assim, fomentando um novo tipo de consumo”, pontua Leandro Dupin, Diretor de Marketing do Organomix, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A empresa atua nas redes sociais trocando receitas com seus clientes e sugerindo que façam substituições de ingredientes. “Por meio das receitas que compartilhamos, sugerimos uso dos leites vegetais em vez do animal em preparos. Também apresentamos as outras versões como o queijo e o iogurte, que às vezes o consumidor desconhece. É mais fácil introduzir bebidas vegetais na alimentação por meio de pratos”, complementa o Diretor de Marketing.

http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/mercado/32087/mercado-de-leite-vegetal-abre-oportunidades-para-empresas.html

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas