#Leite: Busca pela qualidade e aumento da produção

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Profissionais do leite, professores e estudantes debateram desafios da cadeia leiteira com renomados pesquisadores no Seminário Internacional do Leite

A Mercoláctea 2012 – feira do setor lácteo do sul do Paí­s – encerrada domingo (11), apresentou o Seminário Internacional do Leite, principal evento técnico-cientí­fico da feira, que este ano trouxe palestrantes renomados na esfera nacional e internacional, com representantes da Nova Zelí¢ndia e Canadá. O evento ocorreu nos dias 8 e 9 e reuniu um público qualificado no Parque da Efapi, em Chapecó.

O evento foi organizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), juntamente com a Unochapecó e Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) e discutiu temas fundamentais para o aumento da produção e qualidade do leite. O coordenador do seminário, professor Ph.D. Luiz Carlos Pinheiro Machado, fez um balanço das discussões cientí­ficas nos dois dias de evento. “O seminário foi muito positivo e deixou evidente nas exposições de pesquisas nacionais e internacionais que o sistema de produção mais sustentável é á base de pasto e em todos os termos de economicidade, balanço energético, impacto ambiental, inclusão social e bem-estar animal”, ressaltou.

Palestras, painéis, mesas-redondas e oficinas abordaram os cenários, perspectivas e desafios da cadeia produtiva de lácteos no Brasil. As pesquisas mostraram a evolução dos animais e da produção de leite em diferentes continentes, sistemas de manejo para a melhoria da qualidade e quantidade de proteí­na produzida, pastoreio voisin e agricultura de baixo carbono, genética do gado leiteiro, bem-estar animal, sistema SISBI/SUASA, dentre outros temas.

Principal produto agrí­cola em termos econí´micos no cenário mundial, o leite ocupa no Brasil a posição de quinto produto agrí­cola de maior valor de comercialização. A região sul tem registrado os melhores í­ndices de produtividade, com destaque para Santa Catarina, quinto produtor nacional, com í­ndices de crescimento de 13% ao ano, superando estados tradicionais na produção de leite, como Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

“Há um destaque evidente para a região oeste catarinense, a produção de leite se desenvolveu muito na região e acredito que em muito pouco tempo será a principal atividade agropecuária”, observou Machado.

TENDíŠNCIAS DO SETOR LíCTEO

Algumas das tendíªncias citadas pelos pesquisadores foram o aumento na demanda de leite e preço pago ao produtor; da oferta de tecnologias de alto capital e insumos; transformação da atual agricultura familiar em empresarial; formação de grandes unidades de produção especializadas no leite, na compra de novilhas, integrando-se aos laticí­nios; o crescimento das cooperativas e a atuação como grandes corporações; e o atendimento í s demandas do público pela redução do impacto ambiental, melhoria do bem-estar animal e promoção do desenvolvimento rural e inclusão social.

O pastoreio racional voisin (PRV), método de manejo que consiste no pastoreio direto e em rotação de pastagens para otimização da produção de pasto em quantidade e qualidade, além da produção animal, foi citado em diversas palestras como uma grande alternativa de pastoreio com resultados positivos no aumento da produtividade e qualidade do leite. “A principal baliza de um sistema de produção deve ser a otimização do uso dos recursos naturais. E isso se obtém ao que se sabe na atualidade, com a agricultura de base ecológica”, explicou Machado.

Outra pesquisa interessante foi demonstrada pelo professor canadense Alan Fredeen, da Faculty of Agriculture, da Dalhousie University Truro, do Canada, durante a mesa-redonda que discutiu Qualidade do leite e sistemas de produção, e Pastoreio Racional Voisin e Agricultura de baixo carbono, com os pesquisadores Daniele Kazama e Shirley Kuhnen, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Airton Castagna, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO).

Fredeen pesquisou dois grupos de bovinos leiteiros, em um deles adicionou óleos marinhos de peixes na dieta e ao outro grupo ofereceu pastagem fresca. Os resultados obtidos na pesquisa relataram que a utilização do composto é capaz de aumentar a quantidade de ácidos graxos bons, aumentar o omega 3 e diminuir a concentração de í´mega 6 no leite.

Na área da pesquisa, muitos estudos tíªm investigado como a composição do leite é influenciada pela dieta animal. A professora e pesquisadora da UFSC, Shirley Kuhnen apresentou resultados preliminares de duas teses de mestrado, com pesquisas relacionando sistemas de produção com o valor biológico do leite. As pesquisas compararam o sistema de produção que baseia a alimentação de animais, selecionados da raça jersey e holandesa, em pastagem fresca e pastagem suplementar com silagem concentrada. Os resultados apontaram que não houve alteração no valor biológico do leite, nem diferenciação no ní­vel de carotenoides (componentes importantes na alimentação humana e bem-estar animal), da atividade antioxidante e de concentração de vitamina A, isto porque os animais que receberam o concentrado também tiveram acesso em algum momento ao pasto.

APOIO

A Mercoláctea foi organizada pela LATINA e promovida pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc). Conta com o apoio institucional do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Leiteiros (Abcol), União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Ascooper, Sistema FIESC, Senai, Epagri, Cidasc, Sindicato Rural de Chapecó e Chapecó e Região Convention & Visitors Bureau.

Teve o patrocí­nio do DENACOOP, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério de Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca, Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria Municipal da Agricultura, Prefeitura Municipal, Sebrae Santa Catarina, Coopercentral Aurora Alimentos, Fetaesc e Governo Federal.

Fonte: Agrolink

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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