Embrapa faz análise de amido fecal como instrumento de nutrição animal

O amido fecal é um indicador do aproveitamento do amido na dieta do animal no qual é possível ter maior controle sobre a mesma
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A análise do amido fecal pode ser considerada um instrumento de nutrição de precisão, com relevância em sistemas mais intensificados. O amido fecal é um indicador do aproveitamento do amido na dieta do animal no qual é possível ter maior controle sobre a mesma. O confinamento otimiza a propriedade e geralmente é conduzido no período da seca, devido à escassez de forragem de qualidade, mas somente cerca de 10% dos animais abatidos atualmente no Brasil são de confinamentos.
Segundo o professor da Universidade da Califórnia (EUA), Richard Zinn, o amido fecal dá uma estimativa bem próxima do que está acontecendo com o animal e isso é importante para a eficiência alimentar. Ele é o coração do confinamento e o aproveitamento pode variar de 80 a 100%”.
A ferramenta é simples, de acordo com o renomado nutricionista, sem muitos pormenores e foi inicialmente utilizada para avaliar a floculação do milho. «O produtor recolhe dez amostras de fezes de um mesmo lote e mesma dieta e envia o material seco para um laboratório credenciado, que por sua vez, mede a porcentagem de amido e entrega, em 24 horas, o valor de digestibilidade do lote», detalha Zinn.
A Embrapa Gado de Corte tem se esforçado para avaliar a emissão de gases de efeito estufa de diferentes sistemas de produção, como integração-lavoura-floresta e confinamento, visando aumentar a eficiência, a qualidade da carne e a rentabilidade do produtor. «Nesses modelos de produção a eficiência é fundamental, pois os custos alimentares são altos. Portanto, qualquer ferramenta que promova ganhos em desempenho, mesmo que sejam pequenos, são valiosos», ressalta o pesquisador da Embrapa, Rodrigo da Costa Gomes. «A Esalq/USP já trabalha nessa linha, tendo, inclusive desenvolvido curvas de calibração para amido fecal que permitem a utilização do NIRS na sua determinação», complementa Sérgio Raposo de Medeiros. O NIRS é uma técnica laboratorial que utiliza a informação de como a luz reflete em determinada matéria para descrever suas características.
O especialista em nutrição de ruminantes comenta que na pecuária de corte o uso desse instrumento ainda é incipiente, mas com perspectivas favoráveis. «É um efeito muito grande no desempenho que pode fazer com que o boi coma menos e produza a mesma quantidade de carcaça. É um produto integrado ao animal, passa pelo manejo, pelo trato, pela rotina e tudo isso é acompanhado».
Atualmente, Canadá, Estados Unidos e México adotam em grande escala a tecnologia. No Brasil, a pecuária leiteira já observa os impactos positivos desse controle. Dados experimentais indicam que «para cada unidade percentual de variação na digestibilidade do amido tem-se 300 ml de variação na produção de leite. Portanto, se o índice passar de 80% para 95% deve-se esperar um aumento de 4,5 kg de leite ou melhora na condição corporal dos animais», revela Marcelo Hentz Ramos, médico-veterinário, que acompanha o professor Richard Zinn durante o Ciclo de Palestras 3rlab por cidades brasileiras.
Para o consultor Rodrigo Otavio Splenger, hoje existe uma facilidade laboratorial, rápida e que permite ao nutricionista da propriedade ajustar a dieta do confinamento, melhorando assim o aproveitamento dos grãos processados. “O produtor rural tem apostado no confinamento, com crescimento gradativo, e em tecnologias de ponta, reflexos da forte demanda por exportação da carne bovina nacional nos últimos anos.”
Conforme a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), em 2015, os confinamentos brasileiros engordarão 4,47 milhões de animais, 7,6% superior a 2014. O IV Ciclo de Palestras 3rlab iniciou-se em Campo Grande-MS, na Embrapa Gado de Corte, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Depois, seguiu para Cuiabá (MT) na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Goiânia (GO) na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Piracicaba (SP). Os pesquisadores Flávio Portela (Esalq/USP) e Rodrigo Pacheco (UFMT) também integraram a equipe de palestrantes.

http://www.capitalnews.com.br/rural/embrapa-faz-analise-de-amido-fecal-como-instrumento-de-nutricao-animal/280086

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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