A Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole) modificará o sistema de ajuste dos preços do leite pago aos produtores e fará isso de forma mensal, considerando a nova realidade dos mercados, que tem corrigido para baixo nos últimos meses, o que não possibilita manejar valores de forma muito antecipada como vinha efetuando até julho passado.
A cooperativa, até o fechamento do exercício passado, em 31 de julho, tinha garantido um preço básico aos produtores e somente eliminou a bonificação de inverno pela baixa dos mercados.
O presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Eduardo Viera, disse que com essa nova decisão a cooperativa analisará o panorama de vendas e o comportamento do mercado internacional, de forma que é lógico que o preço pago ao produtor seja revisado mensalmente.
Nesse marco, a Conaprole fixará o preço de agosto, de forma que os produtores deverão levar em conta vários fatores: o comportamento do clima nesse período, se há aumento das remissões e se a queda da bonificação de inverno pode ser compensada com um aumento das produções, entre outros pontos, disse ele.
Consultado sobre a situação produtiva do setor leiteiro, ele disse que as captações seguem evoluindo com firmeza, nesses dias aumentando em um volume diário de 3,4 milhões de litros de leite e, durante julho passado, foram 9% superiores ao mesmo míªs do ano anterior. Por sua vez, nos primeiros sete meses de 2012 as captações superaram em 17% com relação ao mesmo período de 2011.
«Agora, o setor depende do clima futuro, considerando que em julho no Uruguai se registrou um míªs muito frio e seco e, embora tenha parado o crescimento das pastagens, estamos esperando que ocorra uma mudança no clima que é fundamental para que, na primavera, possa-se produzir leite a custos mais baixos».
Por outro lado, a ANPL firmou na semana passada um contrato pelo qual os produtores interessados poderão se inscrever nas agíªncias regionais da associação para tramitar a assistíªncia financeira que se acordou entre o Instituto Nacional do Leite (Inale) e o República Microfinanças. Segundo o Inale, já nos primeiros dias desse programa, foram concretizadas operações de crédito por um valor superior a US$ 200.000.
A reportagem é do El Observador