#Técnicos para fazendas leiteiras

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O desenvolvimento do conhecimento cientí­fico, a possibilidade de consultas técnicas na Internet, a ampliação de cursos de pós-graduação para o preparo de professores de melhor ní­vel para o ensino e de técnicos especialistas, sites contendo temas relacionados com a atividade leiteira, a condução de fazendas bem estruturadas sob o ponto de vista tecnológico e a existíªncia de consultores com treinamento no Exterior criam condições favoráveis para formação e disponibilização de técnicos de bom ní­vel para o setor leiteiro.

Como acontece em todas as profissões, existem especialistas em campos mais restritos do conhecimento com treinamento em pós-graduação, o que é muito adequado para consultorias de melhor ní­vel. Assim, problemas relacionados com nutrição, reprodução, melhoramento genético, bem-estar animal, construções rurais, por exemplo, são equacionados rapidamente com segurança e acertos, fato que possibilita a manutenção de fazendas que nada deixam a desejar em relação í s encontradas nas regiões mais desenvolvidas em produção de leite.

Se especialistas de bom ní­vel estão disponí­veis, existe caríªncia de profissionais capacitados a planejar e contribuir para o manejo racional das atividades das fazendas que estão í  procura de caminhos seguros para o desenvolvimento com aplicação de tecnologia.

Técnicos que conheçam os fundamentos de produção econí´mica precisam ter uma visão ampla e clara do que é sistema de produção e que sejam capazes de identificar problemas em todos os segmentos, propor soluções viáveis e entender o verdadeiro significado de tecnologia, reconhecendo que propostas tecnológicas nada mais são do que ferramentas utilizadas para a obtenção de resultado. Assim, se a ação técnica não resultar em avanços zootécnicos e econí´micos, não existe aplicação de tecnologia e, sim, o uso de atividades sem o devido retorno.

Os profissionais egressos das universidades não possuem treinamento adequado para atuar em planejamento e condução de fazendas. Isso ocorre porque os cursos são generalistas e os campos de conhecimento lecionados nem sempre interagem para oferecer uma visão de conjunto sobre produção de leite. Para agravar o problema, a maioria dos estudantes matriculados em cursos relacionados com a área rural é de origem urbana e, portanto, não possuem uma visão clara de sistemas de produção; por isso não conseguem enxergar o todo.

Não existe no Paí­s a possibilidade de matrí­cula em cursos superiores sobre produção de leite, como ocorre em outras regiões. Nos paí­ses de pecuária desenvolvida, a famí­lia participa da rotina diária e as crianças atuam desde a tenra idade nos trabalhos e, assim, quando cursam a universidade, matriculados em cursos sobre produção de leite, os jovens sabem como é conduzida uma fazenda, conhecem a complexidade dos trabalhos rotineiros, a importí¢ncia do controle econí´mico financeiro e os principais problemas e suas soluções. Isso porque a fazenda é o meio de subsistíªncia da famí­lia, oferecendo também oportunidade para evolução com o tempo, se for conduzida com racionalidade e eficiíªncia usando adequadamente princí­pios tecnológicos.

No perí­odo posterior í  Segunda Guerra mundial, quando os fazendeiros das regiões de pecuária evoluí­da passaram a utilizar mais tecnologia, os cursos universitários sobre produção de leite utilizavam livros capazes de oferecer uma visão completa da atividade, contribuindo para a formação de estudantes que já tinham uma vivíªncia prática. Além de capí­tulos sobre nutrição, reprodução, melhoramento genético, construções rurais especí­ficas para gado leiteiro, controle de doenças, fisiologia da lactação etc., os livros também apresentavam temas para garantir uma formação mais ampla.

Capí­tulos sobre a situação da pecuária leiteira no Paí­s e no mundo; controle zootécnico e econí´mico do rebanho; interpretação de í­ndices; comercialização de gado e leite; preparo de animais para exposições; administração do rebanho e do trabalho; registro genealógico e atividades práticas, como cuidados com os cascos; solução para problemas de ví­cios, como coice, contenção e derrubada de animais; controle de moscas etc. contribuí­am para formar um técnico capacitado não só a orientar sobre um problema especí­fico, como também planejar e contribuir para o manejo racional da fazenda leiteira.

Como não existe no Brasil a possibilidade de formar profissionais com capacitação nos cursos regulares nem livros para possibilitar uma visão gerencial, foram criados estágios extracurriculares para universitários, com íªnfase na vivíªncia prática, no planejamento e controle da produção, criando assim oportunidade de formação de técnicos diferenciados. Além disso, programas bem equacionados de transferíªncia de tecnologia procuram formar o corpo técnico na prática, com a visão do conjunto, sob supervisão de profissionais capacitados, obtendo assim excelentes resultados na transformação de fazendas leiteiras.

Fonte: Revista Balde Branco

Vidal Pedroso de Farias
Professor da Esalq Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP e membro do conselho editorial de Balde Branco.

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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