Setor lácteo cobra estímulo a exportações

Com queda na demanda, cadeia produtiva busca uma política de incentivo que permita acesso a novos mercados lacteos
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Com queda na demanda, cadeia produtiva busca uma política de incentivo que permita acesso a novos mercados
Representantes do setor leiteiro do Rio Grande do Sul aproveitaram o lançamento oficial da Expoleite Fenasul 2015, ontem, para cobrar uma política de incentivo à exportação que ajude o Estado a se reerguer da crise causada pelos casos de fraude no leite. Segundo eles, a busca por novos mercados deve acompanhar as ações que já vêm sendo tomadas para certificar a qualidade do produto gaúcho e reconquistar a confiança do consumidor nacional.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando), Marcos Tang, lembrou que os primeiros meses do ano são tradicionalmente ruins por uma questão sazonal – a oferta é ampla, graças às boas condições das pastagens, e o consumo cai por causa do calor. «Este início de ano foi especialmente ruim, porque teve uma remuneração mais baixa do que o normal para o período. As fraudes retraíram mais ainda o consumo e, principalmente, dificultaram o escoamento (da produção) para outros estados», disse. Atualmente, segundo ele, o preço pago ao produtor está em torno de R$ 0,90 o litro. «Tem um componente sazonal, então este valor precisa melhorar em maio e junho», avaliou, lembrando que a crise foi potencializada pelo fato de que algumas indústrias saíram do mercado, o que pressionou ainda mais os preços e fez com que muitos produtores ficassem sem receber.

Dos cerca de 10 milhões de litros de leite que o Rio Grande do Sul produz diariamente, somente 4 milhões são consumidos no Estado. O maior destino do leite gaúcho é o mercado paulista. «Temos que focar na qualidade e abrir mercado. Precisamos de uma política linear, exequível e contínua, sem sobressaltos. Isso é fundamental para um Estado que consome apenas 40% do que produz», disse Tang.

Atualmente, de acordo com o presidente da Gadolando, o Rio Grande do Sul exporta apenas 5% do leite que produz, para países como México e Venezuela. «Falta credenciar mais indústrias para exportação», falou.

O secretário da Agricultura, Ernani Polo, afirmou que a busca por novos mercados é um trabalho direcionado a todas as cadeias produtivas, mas disse que, no caso do leite, o governo tem feito um «esforço concentrado» para estimular o crescimento do setor. «A cadeia produtiva do leite é responsável por 7% do PIB aqui no Rio Grande do Sul», revelou.

Segundo o secretário, a Rússia e outros destinos da Europa estão na mira do Estado. «São países que têm potencial para comprar o leite gaúcho, mas para isso temos que superar alguns entraves, principalmente no que diz respeito à habilitação de plantas (produtoras de leite) à exportação», falou.

Desde o início deste ano, o Estado vem pedindo apoio do governo federal para acelerar os trâmites que permitam a qualificação das indústrias para vender o produto ao exterior. Polo irá a Brasília hoje para mais uma rodada de negociação com o Ministério da Agricultura. «Vou reiterar a necessidade da habilitação de novas plantas para que possamos escoar o excedente da nossa produção», afirmou.

Polo acrescentou que, em paralelo, o governo gaúcho está discutindo a criação de uma legislação estadual que trate do transporte e da comercialização de leite, na tentativa de zelar pelo controle e qualidade no decorrer do processo produtivo. «Buscamos algo integrado e que seja exequível. Por isso, estamos fazendo um estudo técnico. Estamos trabalhando em conjunto com as entidades», explicou. De acordo com o secretário, as normas, quando concluídas, serão apresentadas por meio de projeto de lei do Executivo.
Projeto nacional busca melhoria da qualidade e competitividade do leite

Após cerca de dois meses de discussões entre representantes do governo e entidades do setor, o Projeto de Melhoria da Competitividade do Setor Lácteo Brasileiro foi apresentado para a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. O plano visa a alinhar as políticas públicas da União para o setor, a fim de qualificar a produção nacional e ampliar a competitividade em relação ao mercado internacional.

«Pretendemos trabalhar concomitantemente a ampliação do consumo interno e a abertura de novos mercados, atuando como parceiros do setor produtivo e induzindo o desenvolvimento da competitividade nacional e internacional», afirmou a ministra. Os principais pilares do projeto serão assistência técnica, abertura de linhas específicas para a modernização e otimização de custos no setor, sanidade animal, qualidade e promoção do consumo de leite. Os estados prioritários serão Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Goiás.
Organização estima negociar R$ 1 milhão

A estimativa é de que R$ 1? milhão em negócios sejam gerados Expoleite Fenasul 2015, que ocorre de 27 a 31 de maio, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O lançamento oficial do evento ocorreu no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, com a presença de diversas autoridades. De acordo com o presidente da Gadolando, Marcos Tang, a expectativa é de que sejam inscritos perto de 160 animais das raças leiteiras Holandesa e Jersey, entre outros exemplares. As inscrições para julgamento e provas serão recebidas até esta sexta-feira.

«Sabemos da dificuldade dos produtores em conseguir mão de obra, o que dificulta e onera a participação deles na feira», admitiu o dirigente. Tang lembrou que a cadeia do leite congrega cerca de 134 mil produtores e mais de 100 indústrias e representa 7% do PIB gaúcho. O goverador José Ivo Sartori, destacou que houve evolução na cadeia do leite desde o início da década de 1980. «O desafio agora é transformar a Expoleite em um momentode superioridade do Rio Grande do sul, pois todos sabem que o leite gaúcho é o de melhor qualidade no País.»

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=196480

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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