#SDA aumenta valor do ´Leite Fome Zero´ a partir de março

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Iniciativa objetiva incrementar a cadeia do leite no Estado, bastante afetada com a seca que atinge o semiárido

Fortaleza. A partir de março deste ano o preço do litro de leite, fornecido pelo Programa Leite Fome Zero, será pago a R$ 0,95 para o produtor. Apesar do reajuste, que antes o litro valia R$ 0,80, o preço é considerado baixo pelos pecuaristas e não recupera as perdas sofridas pelo segmento, devido í  seca ocorrida no ano passado.

A medida foi tomada pelo Governo do Estado, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate í  Fome (MDS). O anúncio aconteceu, ontem, em reunião ocorrida entre o titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, representantes da Cí¢mara Setorial do Leite, laticinistas e produtores.

Martins disse que a medida contempla antigo pleito dos produtores, uma vez que reivindicavam um valor de R$ 1,00 por litro. «Isso está muito próximo do que a categoria pedia», afirmou o secretário da SDA.

Produtividade

De acordo com o secretário, o reajuste está condicionado a um aumento da produtividade, que é de 100 mil litros por dia. Ele lembrou que o aumento da oferta ampliará o caráter social do programa, principalmente atendendo as famí­lias de baixa renda, em virtude das dificuldades vividas pelo perí­odo da seca.

Aliás, Martins disse que a seca não é problema para o aumento da produção. Explicou que boa parte da produção provém do grande produtor, que conta com agricultura irrigada para a produção do alimento animal.

«Segundo dados da Adagri (Agíªncia de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará), o Ceará possuia cerca de 2,7 milhões de cabeças de gado. Com a seca, houve uma perda de 70 mil, o que representa um í­ndice de 2,6% de todo o rebanho do Estado», salientou.

Na sua avaliação, os efeitos da ausíªncia da quadra chuvosa penalizou muito mais os agricultores familiares e pequenos e médios produtores. «Nós acreditamos que o valor pago é uma forma de incrementar a cadeia do leite, que passa a ter maior estí­mulo, uma vez que o preço está compatí­vel com o mercado», observou Martins.

Queda

Ele disse que houve, de fato, uma queda na produção entre 30 e 40%, mas que foi retomada nos últimos meses, após o último reajuste, quando o litro do leite passou a ser comprado por R$ 0,80. Desde então, conforme lembrou, a produção girou em torno de 80 mil litros diários.

«Agora pretendemos retomar a produção dos 100 mil litros diários, porque há um preço compensador», ressaltou.

Ao mesmo tempo, informou que o Governo do Estado irá priorizar neste ano a alimentação animal, a fim de se formar uma reserva alimentar.

Para tanto, disse que a SDA e o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) irá formar uma parceria para levantar áreas públicas e privadas, para plantio de áreas irrigadas com fins de produção de forragem. Iniciativa nesse sentido já existe por irrigantes particulares na Chapada do Apodi e por parte do Governo do Estado em Mandacaru, no entorno do Açude Castanhão, onde numa área de 300 hectares, vem sendo plantados sorgo e palma forrageira.

Por enquanto, o grande incentivo para o setor do leite é o aumento do valor do litro, pois ele acredita que representa num mercado valioso e tão rentável, a partir de agora, do que a destinação para queijos e outros derivados dos laticí­nios.

A luta por um valor mais justo para o produto é antiga. Na verdade, teve iní­cio quando o preço era de R$ 0,72 para R$ 0,80 por litro, o que representava num reajuste de 11%.

O pagamento era para ser retroativo ao míªs de julho de 2012. No entanto, os produtores dizem que nunca receberam essa diferença.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Leite dos Inhamuns, entidade com cerca de 130 produtores, Francisco Marcelino Gonçalves, esse reajuste pouco significará para a retomada da pecuária no Ceará.

Insumos

Segundo ele, não é uma questão agora de se aumentar para R$ 0,95 ou um valor maior. Embora lembre que houve aumento considerável nos insumos. A saca de milho que antes custava R$ 26,00 passou para R$ 56,00. A saca da torta custava R$ 28,00 e hoje é comprada por R$ 58,00.

«A pecuária está acabada no Ceará. Estamos abatendo as matrizes, por uma questão de economia», disse. Ele explica que essa situação se aplica tanto í  ovinocultura quanto í  caprino- cultura. «Essa situação é mais grave nos Inhamuns. Muitos fazendeiros estão querendo vender suas fazendas e não estão conseguindo compradores», acrescentou.

Ele explica que a situação da pecuária é das mais graves, em função da seca ocasionada no ano passado. Por isso, não acredita que mesmo a agricultura irrigada possa salvar o setor. «Não existe água nos açudes. Não houve recarga neste míªs e, por isso mesmo, o quadro é crí­tico», asseverou Marcelino.

Programa

A Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) é a responsável pela distribuição no Ceará do programa Leite Fome Zero, a partir da produção de 2.800 fornecedores do produto «in natura». O alimento é captado por 14 indústrias de beneficiamento de laticí­nios, que, após processar e pasteurizar, distribui o leite para 180 municí­pios.

Com isso, são beneficiadas 100 mil famí­lias em estado de vulnerabilidade alimentar com um litro de leite por dia, sendo 95 mil litros do produto de origem bovina, e o restante de origem caprina.

O Programa Leite Fome Zero tem o objetivo de combater a fome e desnutrição, atendendo crianças de 2 a 7 anos, gestantes e idosos acima de 60 anos, em situação de insegurança alimentar e nutricional, pertencentes a famí­lias com renda «per capita» de até meio salário mí­nimo.

O programa visa ainda fortalecer a cadeia produtiva do leite, por meio da geração de renda ao produtor familiar, que fornece o produto para o governo.

í‰ uma parceria entre o Governo Federal e Estadual, que compram o leite dos produtores e distribuem aos beneficiários. Para serem contemplados com os Centros de Produção Comunitária, os produtores de leite precisam produzir o máximo de 100 litros de leite/dia.

MARCUS PEIXOTO
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1231034

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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