Os produtores estão, inclusive, fazendo um levantamento para saber quantos roubos acontecem no município para buscar uma solução para o problema.
Márcio Edgard da Silva mapeou os vizinhos que foram vítimas do crime no bairro Itaguaçu e mostra o levantamento dos últimos meses. «Trinta cabeças de (gado) num raio de 1,5 km», conta o produtor rural.
Dono de um sítio, Sebastião Joaquim da Silva teve oito cabeças de nelore roubadas no início da semana. Ele conta que chegou a encontrar três dos animais, mas eles já estavam mortos. «Eles levaram cinco e deixaram três aqui [que estavam mortos]», explica.
O gado adulto na região, de corte ou leite, custa em média de R$ 2 mil a R$ 3 mil, e segundo os pecuaristas, é muito visado pelos criminosos, que encontram facilidade para vender de forma clandestina.
Na semana passada, José Sidnei Siqueira teve um boi roubado durante a madrugada no bairro dos Limas. Ele registrou um boletim de ocorrência. «Eu acho que matou a tiros, porque não tem condições de pegar um nelore no pasto. Aproveitaram a carne e levaram tudo. Inclusive a cabeça [do boi] acharam lá perto de Ouro Fino», conta.
Para os criadores de gado, falta segurança. Eles reclamam que em muitos casos a polícia nem chega a ir até o local para atender a ocorrência. O comandante da Polícia Militar reconhece que nem sempre é possível atender as ocorrências.
«A situação é que essa patrulha cumpre escala, então ela não tem como estar em todos os locais ao mesmo tempo, todos os dias, então muitas vezes o local onde acontece o furto, a patrulha já passou por ali um, dois ou três dias atrás e coincide de ela estar em outro local quando a gente tem o registro do furto», explica o capitão da Polícia Militar Emiliano Lages.
O delegado de Ouro Fino, Waldir Jorge Pelarico Júnior, acredita que o gado pode estar sendo vendido na própria região. Para ele, a polícia civil tem encontrado dificuldade para identificar estas quadrilhas.
«Esses furtos ocorrem de madrugada, na ausência de testemunhas, onde nem mesmo a vítima está na propriedade rural. Isso dificulta bastante a investigação do crime, pois precisamos de informações de elementos para ao menos identificar a autoria do crime», disse
Ainda segundo o delegado, dois homens que seriam especialistas em roubos de gado estão presos e dois menores suspeitos de participação nos crimes continuam soltos. A Polícia Militar pede que os pecuaristas continuem registrando os boletins de ocorrência para ajudar nas investigações.
http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2015/05/roubos-de-gado-preocupam-produtores-de-ouro-fino-mg.html