#“Revolução branca”, tecnologia e riqueza

Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Cada vez mais se nota um regresso í  agricultura, que continua a ser o sustento de muitas famí­lias, tanto nos paí­ses ricos como nos pobres. Importa ser-se imaginativo, para se acrescentar muito valor, estabelecendo a logí­stica para pí´r o produto elaborado nas mãos de quem o aprecia.

Chamou-me a atenção o facto de a federação de cooperativas de comercialização do leite, com base em Anand, Gujarate, na índia, com a famosa marca AMUL, inaugurar em Março uma unidade totalmente robotizada para tratar leite, empacotar, pesar e fechar. Qualquer observador levanta logo a questão: que sentido tem isso num paí­s tão pobre e atrasado, com tanta falta de postos de trabalho? Um estranho luxo, dirá!

A Cooperativa de leite começou a sua atividade nos anos 50 do século XX, sob a Direcção de Verguese Kurien, falecido recentemente, com 90 anos. Os princí­pios e a sua integridade, que imprimiu í  Cooperativa, fizeram-na progredir depressa, com a gama completa de derivados de leite e melhoria clara das receitas dos cooperantes. Estes são pagos no ato de entrega do leite, tornando a economia local mais monetizada.

Em 1965 o então primeiro-ministro pediu a Kurien para reproduzir o conceito cooperativo em outros quatro Estados. Alguns lançaram a sua própria marca de lacticí­nios, funcionando todos muito bem. A organização e a tecnologia entraram em força, de modo a abastecerem em abundí¢ncia o paí­s com leite e todos os produtos derivados: queijo, manteiga, gelados, ‘baby foods’, chocolataria, etc., com altos ní­veis de qualidade. E a índia depressa passou de um paí­s com grande défice -o leite é um elemento fundamental da dieta alimentar vegetariana, e não só- a ser o primeiro produtor mundial, a partir de 1999.

Atualmente a cooperativa AMUL factura mais de 2.000 milhões de dólares e conta com mais de 3 milhões de cooperantes; no conjunto dos Estados onde o conceito alastrou, conta com cerca de 15 milhões de cooperantes. Desta vez a AMUL inaugura a 6ª unidade de tratamento de leite num outro Estado, ao norte de uma das maiores cidades, Mumbai. No local foi organizada uma cooperativa, onde muitos residentes trabalham em agricultura e criam gado e apesar disso vivem em condições de grande pobreza. A certeza de compra do que produzem, é um estí­mulo para irem mais além, porque tudo é vendido e pago a preço justo. í‰ a melhor forma de ajudar a elevar, em massa, o ní­vel de vida da população local; esta nova cooperativa irá rapidamente chegar ao fornecimento de 200.000 litros de leite diários.

A unidade robotizada, praticamente sem intervenção humana no processo, garante a máxima qualidade. E a qualidade é hoje um requisito tanto para pobres como para ricos; além disso, como acontece com muitos outros produtos, a índia exporta uma percentagem crescente de laticí­nios. Os avanços em IT e a sua divulgação na índia fazem que uma grande parte dos processos industriais que exigem rigor e qualidade sejam controlados por computador que, neste caso trata da recepção, processamento, standardização e homogeneização do leite e manejo de máquinas de enchimento e fecho dos pacotes.
Eugénio Viassa Monteiro
http://economico.sapo.pt/noticias/revolucao-branca-tecnologia-e-riqueza_163088.html

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas