Rabobank: mercado de #lácteos entra em tendência baixista prolongada

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Os preços internacionais dos lácteos estão agora bem abaixo dos níveis que serão sustentáveis em médio prazo; entretanto, todos os sinais sugerem que um período prolongado de preços baixos será necessário para absorver o atual excedente no mercado global, de acordo com o Rabobank em seu último relatório trimestral.

O relatório, divulgado nessa semana, indica que o declínio ordenado nos preços globais dos lácteos que se torna evidente no segundo trimestre de 2014 é verdadeiramente estruturado no terceiro trimestre do ano.

De acordo com a diretora de Pesquisas e Lácteos na Nova Zelândia e na Ásia do Rabobank, Hayley Moynihan, a produção de leite continuou expandindo-se fortemente em regiões exportadoras, enquanto a China recuou nas compras no mercado internacional à medida que se concentra em utilizar os estoques acumulados no começo de 2014, com os outros compradores se mostrando incapazes de cobrir essa lacuna deixada pela China.

“Entretanto, embora um piso pareça ter sido alcançado nos preços de exportação da Nova Zelândia e da Austrália, o reequilíbrio do mercado será um processo lento e a recuperação de preços parece um pouco distante”, disse ela.

Impacto para a Nova Zelândia

Alcançar as previsões de preço do leite da Nova Zelândia em 2014/15 continua desafiador sem uma recuperação mais cedo do que o esperado dos preços das commodities, uma taxa de câmbio menor entre NZ$/US$ ou ambos, disse o relatório.

O atual mercado baixista pode também ver os preços de abertura do leite em 2015/16 ficarem menores do que o nível médio histórico de cinco anos, alertou o Rabobank. Entretanto, Moynihan disse que a previsão de médio prazo para lácteos permanece favorável com os preços devendo se manter com tendências de alta em direção a um alcance comercial mais sustentável durante o curso de 2015.

“O próximo ano promete ser desafiador para os produtores de lácteos da Nova Zelândia; entretanto, a previsão de prazo mais longo continua positiva, com os preços devendo retornar a níveis mais lucrativos para os produtores na estação de 2015/16. O Rabobank acredita firmemente que a atual queda nos preços é cíclica, assim como os preços das commodities agrícolas frequentemente são, ao invés de ser uma mudança estrutural fundamental e os produtores trabalharão duro para ‘esperar’ o ciclo dos preços mais baixos aparando despesas agrícolas menos produtivas e adiando decisões de longo prazo”.

Expectativas globais

O crescimento excepcional da produção de leite em regiões exportadoras ultrapassou o consumo local doméstico fraco, impulsionando a oferta aos mercados internacionais justamente quando a China reduziu suas compras, disse o relatório.

O crescimento da produção de leite nas “Sete Grandes” regiões exportadoras – União Europeia (UE), Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Brasil e Uruguai – desacelerará consideravelmente nos próximos seis meses (de 5,1% na primeira metade de 2014 para 2,7% na segunda metade, para 1,6% na primeira metade de 2015), disse o relatório, à medida que os menores preços são repassados aos produtores, o clima excepcionalmente favorável se normaliza e as taxas de crescimento maiores anteriores se tornam mais difíceis de exceder.

Moynihan, no entanto, alerta que o ritmo de desaceleração na produção global de lácteos será limitado pela queda nos custos dos alimentos animais, remoção das cotas de produção na UE a partir de abril de 2015 e o fato de que muitos produtores não tenham ainda recebido sinais de que o mercado internacional está amplamente bem suprido.

“Isso provavelmente significará que os freios na produção de leite serão aplicados muito lentamente para evitar mais aumentos nos excedentes durante os próximos 12 meses”, disse ela.

Do lado do consumo, ela disse que o consumo doméstico de lácteos nas regiões exportadoras desaceleração a melhora devido às maiores rendas, crescimento nos empregos e queda nos preços varejistas.

“A combinação desses fatores de produção e consumo verá um crescimento nos excedentes exportáveis desacelerando de cerca de 4,5 bilhões de litros na primeira metade de 2015 para 2,2 bilhões de litros na segunda metade – um aumento de 6% com relação ao ano anterior -, com um aumento similar no começo de 2015”.

Entretanto, a natureza gradual da desaceleração da oferta e a ausência de uma forte base de compras de excedentes deverão garantir um período prolongado de preços baixos no mercado internacional.

Riscos de mercado

Moynihan disse que, embora não antecipado, os preços de mercado poderiam melhorar mais rapidamente se a Rússia optar por remover o embargo às importações de lácteos ou as compras dos chineses fossem retomadas mais cedo e mais forte do que o esperado.

“Mais riscos de queda ao mercado podem também se basear no nível de produção de leite da UE após a remoção das cotas no começo de 2015”, disse ela. “Para os preços locais do leite, a taxa de câmbio entre NZ$ e US$ é um componente crítico. Embora um dólar dos Estados Unidos mais forte possa ajudar nos preços do leite em dólar neozelandês, isso também pode colocar mais pressão de baixa nos preços das commodities denominados em dólar americano”.

Os dados são do Rabobank, traduzidos pela Equipe MilkPoint Brasil.

 

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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