Estado detém o menor índice de consumo de leite não inspecionado do país
O Rio Grande do Sul é o Estado com o menor índice de consumo de leite não inspecionado no país, aponta um levantamento da Leite Brasil. O resultado da pesquisa indica que os produtores gaúchos investem cada vez mais em programas e pesquisas de qualidade do produto.
O índice de consumo de leite cru no Estado é de 18%. O número está consolidado como o mais baixo do Brasil. Em Minas Gerais, o principal Estado produtor, 36,8% do leite consumido é informal. Já Piauí e Maranhão tiveram os maiores indicadores, 89% e 83,7%, respectivamente. O resultado positivo no Rio Grande do Sul é consequíªncia de fortes investimentos e de consumidores exigentes.
O presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), Ernesto Krug, afirma que se desenvolveu no Estado um programa de pagamento de leite por qualidade e a população é consciente da importí¢ncia de ingerir leite com segurança.
– Isso é um resultado de um trabalho de assistíªncia técnica, de extensão rural – apontou Krug.
O produtor Loreno Rocha é um exemplo. Investiu R$ 60 mil em maquinário na propriedade. Sua produção é de cerca de 33 mil litros de leite por míªs a partir de 70 vacas de lactação.
– A indústria recolhe o leite mais de uma vez por míªs. A gente procura estar sempre com qualidade – indica o produtor.
A análise, também realizada pela Emater, garante a sanidade do produto, já que o mesmo é consumido também pelas famílias de agricultores.
No Brasil o consumo de leite cru representa 32% do total da produção. Mesmo não sendo um índice muito alto, entidades do setor alertam que o produto não tratado termicamente se torna um potencial transmissor de doenças por meio de bactérias, como a salmonella, por exemplo.
– Doenças digestivas, difteria, gastroenterite, carbúnculo, problemas de turbeculose, enfim, uma série de doenças que não eram problemas e com a simples fervura do leite não matam certas bactérias – explica o presidente da AGL.
A qualidade reforçada pelos produtores, no entanto, corre o risco de ser prejudicada pela falta de investimentos, já que o setor sofre com a alta dos custos e o baixo preço pago pelo produto.
– Não tem como investir, não sobra nada. Estamos no vermelho há mais de um ano. Se continuar assim, vamos ter que parar. Está dando prejuízo de R$ 6 mil a R$ 7 mil por míªs. A gente ta pagando para trabalhar – diz Rocha.
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