Produtores devem recusar proposta da Promilk

Latícinio propõe o pagamento de 50% dos valores devidos em 10 anos a fim de viabilizar sua recuperação judicial
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Latícinio propõe o pagamento de 50% dos valores devidos em 10 anos a fim de viabilizar sua recuperação judicial
Com um montante de dívidas superior a R$ 37,87 milhões e mais de 4 mil credores relacionados em seu processo de recuperação judicial, a Promilk Laticínios deve enfrentar hoje resistência por parte de produtores de leite que se recusam a aceitar a proposta de pagamento apresentada pela empresa no começo do ano. Para viabilizar a recuperação, a indústria propõe deságio de 50% nos valores devidos, com pagamento a ser concretizado em 10 anos (considerando dois anos iniciais de carência).

A proposta será avaliada pela assembleia de credores a partir das 10h de hoje, na cidade de Estrela, mas, segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar no Estado (Fetraf-RS), que representa parte dos agricultores com valores pendentes, os produtores de leite vinculados a entidade já anunciaram que irão recusar a sugestão da empresa da forma como está.

Dos 4.093 credores listados no plano de recuperação judicial, 130 são representados pela Fetraf-RS, detalha a coordenadora-geral da entidade, Cleonice Back, que, nesta segunda-feira, participou de manifestações em frente à fábrica da Promilk, na cidade de Rondinha. Segundo a coordenadora da Fetraf-RS, cerca de 80 produtores participaram do protesto e pressionaram a empresa por uma proposta mais viável.

Os criadores vinculados à Fetraf-RS cobram na Justiça valores devidos pela Promilk desde novembro do ano passado. O passivo somente com os 130 produtores representados pela entidade é de R$ 900 mil, referentes ao fornecimento de mais de um milhão de litros de leite. «Estamos dispostos a negociar, mas achamos que não dá para aceitar de forma alguma a anistia de metade dos valores devidos», argumenta Cleonice, que conseguiu conversar com os sócios-diretores da empresa ontem, por telefone, para «tentar construir uma proposta alternativa para a assembleia». A conversa, porém, não foi bem-sucedida, esclarece.

A perspectiva que se delineia, portanto, é a de enfrentamento da proposta por parte do grupo representado pela Fetraf-RS, que não é o único interessado na resolução do impasse. A entidade tem um pedido diametralmente destoante da proposta da Promilk e pede o pagamento de 100% dos débitos, com a quitação efetuada em sete anos (já considerando dois anos de carência), pagamentos semestrais e incidência de juros sobre os valores.

Segundo o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa, dos mais de R$ 37,87 milhões devidos, R$ 4.460 são dívidas trabalhistas envolvendo quatro pessoas (que têm prioridade nos pagamentos e devem receber os valores integralmente em quatro meses, a partir da aprovação do plano). Há ainda dois credores com garantia real, que têm mais de R$ 13,15 milhões a receber da empresa. O terceiro grupo, de quirografários (sem garantia real), é composto de 4.087 credores – sendo que três deles são bancos, com crédito de R$ 5,32 milhões.

A maior parte da dívida que a empresa acumula e que envolve o maior número de credores é com agricultores. São 4.084 produtores rurais com um crédito total de mais de R$ 19,38 milhões a receber – um grupo que vem suportando dificuldades que não se limitam às que foram impostas pela empresa, sinaliza Cleonice. «A situação do produtor está complexa por conta do não pagamento por parte das empresas. Foram várias indústrias que atrasaram os pagamentos. Além disso, houve uma queda significativa no preço do leite?, muitos agricultores não tiveram para quem vender, porque muitas empresas só estão captando junto a grandes produtores.»

A reportagem do Jornal do Comércio entrou em contato com a direção da Promilk, que preferiu não se manifestar sobre o assunto.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=205355

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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