Os produtores de leite em Mato Grosso do Sul aprovaram a iniciativa do governo do Estado com o lançamento do Projeto de Desenvolvimento da Bacia Leiteira na Região Central de MS – Leite Forte, que aconteceu nesta segunda-feira (04) em Campo Grande.
O Projeto prevíª ao longo de tríªs anos qualificar 1.500 produtores em 17 municípios, praticamente dobrando produção e a qualidade na Região Central do Estado com a inclusão de assistíªncia técnica efetiva e contínua, com investimento dos parceiros e produtores de cerca de R$ 70 milhões incrementando a atividade em R$ 175 milhões ao longo deste período.
O investimento no incremento da qualidade, visando o aumento da produtividade, foi ressaltado pelo setor que atualmente está em defasagem na produção, com apenas 2,7 litros produzido ao dia por cada animal. Para o pequeno produtor Sebastião Rodrigues de Oliveira, que trabalha há mais de dez anos com a produção de leite e recentemente tem seu próprio negócio no Projeto de Assentamento Sucesso, fornecendo em média 23 litros de leite ao dia para um laticínio em Nova Alvorada do Sul, o projeto trará melhora significativa para quem está no campo.
“A maioria dos pequenos produtores vive da produção de leite e habilitar estas pessoas traz aumento da capacidade de produzir e melhora na qualidade do produto final. No meu caso, qualificar significa alcançar e superar as expectativas de crescimento estipuladas para o meu negócioâ€, lembra Sebastião, ao enfatizar que sua meta é produzir cerca de 150 litros ao dia.
A mesma opinião é compartilhada entre os médios produtores. Luciano de Lima Ferreira atualmente produz 300 litros dia em sua propriedade e já conta com ordenha totalmente mecanizada para as 35 vacas em fase de produção de leite. Para ele a principal dificuldade é saber aplicar toda esta tecnologia a favor da produção e da qualidade do material produzido. “Capacitar vai ser siní´nimo de profissionalização para a cadeia leiteira do Estado. Não adianta ter tecnologia avançada se não temos profissionais capacitados para lidar com a sanidade animal e uma nutrição de qualidadeâ€, lembra o produtor.
Luciano ressalta ainda a importí¢ncia do Projeto para o segmento. “Estamos sempre nas nossas propriedades, sempre muito distantes da informação e levar estes profissionais para conhecer a nossa realidade e aplicar cada fator estudado é um passo muito grande, que o governo do Estado tem nos proporcionado. Não adianta ter tanta tecnologia e aparelhagem se não sabemos como utilizar e trabalhar para melhoria da qualidade do leite produzidoâ€, enfatiza.
O Leite Forte, fruto da união do governo do Estado, prefeituras e instituições da cadeia produtiva do leite em Mato Grosso do Sul vai proporcionar a capacitação de 50 técnicos, que posteriormente irão prestar assistíªncia técnica e gerencial aos produtores beneficiados em suas propriedades, que terão 40 horas/aula de curso para incrementar a produtividade e qualidade do leite produzido no Estado. Este novo cenário vai trazer assistíªncia técnica, aumento da produção, melhoramento genético e sanidade animal e vegetal.
Segundo a presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de MS (Silems), Milene Nantes, a capacitação é a principal solução para o fomento da cadeia leiteira e atração de novas indústrias. â€œí‰ preciso aumentar a produção de leite e o Estado tem capacidade para absorver uma demanda ainda maior. Atuamos em cerca de 70 indústrias de laticínios e nossa ociosidade fica em torno de 30%, aumentando para 50% nas épocas de seca. Queremos modificar este cenárioâ€, comenta a presidente.
Os produtores de leite do gado Girolando também aprovaram o Projeto. Atualmente o segmento é responsável por 80% da produção no Estado, com 1,2 mil litros produzidos diariamente, sendo 15 litros por cada exemplar leiteiro. Para a presidente da Associação de Criadores de Girolando – núcleo MS, Aurora Real, o setor tem capacidade para produzir 600 mil litros por dia. “Era preciso uma formalidade destas para que o setor enxergasse que o leite é uma opção viável para a economia do Estado. O produtor, seja ele pequeno ou grande, tem que se desenvolver e este incentivo vai trazer um novo cenário a Mato Grosso do Sulâ€, comenta a presidente.
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