# Produtor de leite perde com receita menor e custos maiores

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Em junho, custo com alimentação sofreu aumento de 7% enquanto preço pago pelo leite teve queda de 1,24%

O poder de compra do produtor, medido pela relação de troca de leite por insumos, sofreu aumento de 67% na compra de farelo de soja e 16% no pagamento de salários miní­mos

Após meses registrando apenas ligeiros aumentos nos custos da atividade leiteira, em junho a alta nos custos foi mais expressiva, segundo indicam cálculos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Considerando-se a média ponderada dos Estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Custo Operacional Efetivo (COE), que representa o desembolso do produtor, teve alta de 3% de maio para junho enquanto o Custo Operacional Total (COT), que representa o dispíªndio da atividade, registrou alta de 2,6% no perí­odo.

Já a receita do produtor caiu, reduzindo a margem de lucro na atividade: o preço médio recebido pelo leite em junho teve queda de 1,24% frente ao míªs anterior, considerando-se a “média nacional” (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia) calculada pelo Cepea.

Os custos com alimentação concentrada, mais uma vez, tiveram destaque, com valorização de 7% de maio para junho, na média ponderada pelos mesmos Estados. Segundo pesquisadores do Cepea, fatores como a quebra na produção de soja no Brasil e incertezas quanto í  safra de soja nos Estados Unidos, elevaram a procura pelo grão, impulsionando os preços – a menor oferta do grão no mercado brasileiro levou, inclusive, processadoras nacionais a importarem o grão de paí­ses vizinhos.

Para os próximos meses, além da forte valorização da soja, a maior demanda por insumos utilizados na lavoura, como os fertilizantes, também sinaliza que os custos tendem a se manter em patamares elevados.

Quanto ao perí­odo de janeiro de 2012 a junho de 2012, o COE aumentou 4,3% e a receita do produtor, somente 1%, reduzindo a sua margem no perí­odo. De acordo com painéis realizados pelo Cepea, dentre os principais itens que compõem os custos de produção de leite, os que mais pesam no bolso do produtor são a mão de obra e a alimentação, especialmente a concentrada (ração).

O primeiro semestre deste ano, portanto, é bem diferente do cenário observado no ano passado. De janeiro de 2011 a junho de 2011, o COE registrava queda de 2,8% ao passo que o preço do leite pago ao produtor subia expressivos 17,2%. Naquele perí­odo, os preços dos grãos estavam em baixa, o que aliviava os custos.

O poder de compra do produtor, medido pela relação de troca de leite por insumos, reflete essa mudança. Em junho de 2011, o produtor precisava de 733 litros de leite para a compra de uma tonelada de farelo de soja e de 678 litros de leite para o pagamento de um salário mí­nimo. Já em junho de 2012, foram necessários 1.224 litros de leite para se adquirir uma tonelada de farelo de soja e de 785 litros de leite para o pagamento de um salário mí­nimo, aumentos expressivos de 67% e de 16%, respectivamente.
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI315909-18530,00-PRODUTOR+DE+LEITE+PERDE+COM+RECEITA+MENOR+E+CUSTOS+MAIORES.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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