#Presidente do BNDES defende apoio a setor de laticí­nios

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O pedido de recuperação judicial da LBR coloca em cena o acirrado debate entre os defensores da polí­tica industrial voltada í  criação de empresas «campeãs nacionais», capazes de se lançar no mercado global, e os muitos crí­ticos desta visão.

Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econí´mico e Social (BNDES), falou sobre o assunto do setor de laticí­nios no final de janeiro, quando participava do Fórum Econí´mico Mundial, em Davos, na Suí­ça. Ainda não havia a notí­cia do desfecho do caso da LBR, com o pedido de recuperação judicial, e Coutinho frisou que não estava falando desta operação especí­fica.

«O Brasil tem setores com potencial competitivo, particularmente no agronegócio, e temos uma demanda pujante na ísia, que é uma oportunidade», disse Coutinho. Além disso, continuou, «há o mercado interno, em que o setor de laticí­nios é importante para o custo de vida e a cesta básica».

Ele lembrou que o setor de laticí­nios tem uma extensa cadeia produtiva, envolvendo centenas de milhares de pequenos produtores no Paí­s inteiro.

«í‰ um setor ainda pouco organizado, onde ainda prevalece em muitos casos a informalidade, e onde ainda há um problema de qualidade de produto. Se pegar o í­ndice de bactérias por litro, ainda estamos aquém. Ainda estamos aquém também em produtividade», argumentou.

Ele criticou o que víª como análises que depreciam o setor: «O fato é que somos o quinto mercado do mundo, e temos um movimento de qualificação de algumas empresas. O ganho de qualificar esta cadeia do ponto de vista de receita tributária, qualidade do consumidor, e potencial do mercado, inclusive no futuro, de exportação, justifica que este deva ser um setor olhado».

Na contramão de Coutinho, o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econí´mica Aplicada (Ipea), diz que «a operação da LBR não tem muitos ganhos nem para a sociedade nem para o BNDES, mesmo que tivesse dado certo – dando errado, é pior ainda».

Frisando que está falando em termos pessoais, Almeida nota que a produção de leite e laticí­nios é uma atividade já bem conhecida em sua estrutura de custos, em que o retorno é meramente privado. «í‰ o tipo de operação na qual um banco público não deve participar», ele opina.

Para o economista, as atividades que devem ter apoio de um banco público tíªm de ter retorno social, e, neste caso, vale a pena investir, mesmo com risco de fracasso. Ele cita o caso de tecnologias e produtos novos, «que ninguém sabe se vai dar certo ou não». O apoio público, neste caso, pode viabilizar o negócio, possibilitando um aprendizado tecnológico que depois se espalha por diversas outras empresas.

Outro caso que justifica o suporte de bancos públicos, para Almeida, são projetos de infraestrutura que beneficiem um grande número de usuários, e que exigem grande volume de recursos, por prazos muito longos.

«Esse claramente não é o caso da maioria das operações que envolvem fusões e aquisições nas quais o BNDES tem participado», critica o economista.

Para Coutinho, no entanto «a polí­tica de desenvolvimento abrange fomentar setores de alta tecnologia e intensivos em conhecimento, mas olhando também a realidade da estrutura do Paí­s e a releví¢ncia econí´mica – devemos promover esse tipo de cadeia produtiva (laticí­nios)».

A matéria é do Estadão

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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