Pecuária leiteira: custos, expectativas e os gargalos da atividade

Rafael Ribeiro em palestra no Encontro de Confinamento da Scot Consultoria (abril/2015)
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Rafael Ribeiro em palestra no Encontro de Confinamento da Scot Consultoria (abril/2015)

Para o analista e consultor de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, a aplicação de tecnologia e a melhoria constante dos índices produtivos, bem como o planejamento e o acompanhamento diário dos fatores relacionados à atividade são essenciais para o sucesso.

O zootecnista é o responsável pela divisão de pecuária de leite da Scot Consultoria e será palestrante no Encontro da Pecuária Leiteira – no Encontro dos Encontros, que acontecerá em Ribeirão Preto-SP, nos dias 28 e 29 de setembro e 1o. e 2 de outubro.

Em entrevista à organização do evento, Rafael falou sobre as expectativas para o mercado este ano, os principais entraves e gargalos para o setor na temporada e o que esperar dos custos de produção.

Leia a entrevista na íntegra:

Scot Consultoria – Quais as expectativas para o mercado de leite em 2015?

Rafael Ribeiro – A expectativa para este ano é de um ajuste entre oferta e demanda no mercado interno. Os preços para o produtor devem ser firmes e se manter em alta até agosto, mas os aumentos serão comedidos nos próximos meses.

Na região Sul, a produção está aumentando com as pastagens de inverno. Com os pastos perdendo qualidade e capacidade de suporte, os silos estão sendo abertos, o que também deve colaborar com a produção de leite em curto e médio prazos.

Do lado dos custos de produção, apesar da alimentação pesando menos este ano, a mão de obra, energia elétrica, combustíveis, entre outros insumos, como fertilizantes, por exemplo, estão custando mais e tiveram um peso considerável neste primeiro semestre. O preço do leite (média nacional), de R$0,929 por litro no pagamento de maio, ficou 4,6% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Os custos de produção da pecuária leiteira subiram 0,8% no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014. As margens para o produtor de leite se estreitaram.

Scot Consultoria – E os principais entraves e gargalos para o setor na temporada, quais são?

Rafael Ribeiro – Alguns pontos merecem destaque, como os aumentos dos custos com mão de obra, energia e combustível, que pesaram mais no bolso do pecuarista em 2015 e a demanda por lácteos patinando diante do quadro econômico do país. As vendas diminuíram principalmente de produtos lácteos de maior valor agregado. Destacamos ainda a pressão de baixa sobre os preços dos lácteos no mercado internacional, com forte queda do leite em pó.

Scot Consultoria – Do lado dos custos de produção, o que esperar para a atividade leiteira?

Rafael Ribeiro – Os custos de produção da pecuária leiteira subiram 0,8% no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014. Apesar da alta de preços de mão de obra, energia e combustível, a alimentação está mais barata este ano e tem um peso considerável nos custos operacionais da atividade. Os preços dos alimentos concentrados estão pesando menos no bolso do produtor de leite. O poder de compra em relação ao milho e farelo melhorou consideravelmente frente a 2014. No caso do milho, a disponibilidade interna é grande e deve aumentar em curto e médio prazos, com o avanço da colheita da segunda safra no país. A pressão de baixa deve continuar, porém em uma intensidade menor, já que em algumas regiões os preços se aproximam do valor mínimo. Para a soja, os estoques mundiais mais confortáveis diminuem a pressão sobre os preços. O que tem mexido com as cotações no mercado brasileiro são as oscilações do dólar em relação ao real. Os olhares seguem atentos também ao clima nos Estados Unidos, onde as fortes chuvas prejudicaram as lavouras em algumas importantes regiões produtoras. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas-SP o milho está custando R$24,50 por saca, para entrega imediata em junho de 2015, 6,4% menos que no mesmo período de 2014. O farelo de soja está cotado em R$1.015,00 por tonelada em São Paulo, 10,6% menos que em junho do ano passado.

Scot Consultoria – Quais as dicas que você dá para o produtor?

Rafael Ribeiro – Este ano é para o produtor de leite colocar a casa em ordem, de ajustes no mercado brasileiro. Do lado do consumo, o cenário econômico do país deve atuar como fator limitante, em especial num cenário de oferta relativamente grande. O que tem sido verificado é que os investimentos por parte dos produtores têm sido maiores em alimentação, pelos reflexos diretos e mais rápidos na produção, e aproveitando as recentes altas nos preços do leite e quedas nos preços do milho e farelos. O planejamento da atividade e o acompanhamento diário dos fatores relacionados são essenciais para o sucesso, bem como a aplicação de tecnologia e a melhoria constante dos índices produtivos.

https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/entrevistas/39951/pecuaria-leiteira:-custos-expectativas-e-os-gargalos-da-atividade.htm

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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