#O Nordeste tende a se tornar o maior exportador do país”

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Brasília – O Brasil está próximo de conquistar a condição de país livre de aftosa. Um novo passo nesse sentido deve ser anunciado em maio de 2014, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) poderá reconhecer sete estados nordestinos – incluindo o Rio Grande do Norte – e o norte do Pará como zona livre da doença com vacinação. Esse reconhecimento deve abrir novas possibilidades à produção e comércio de seus produtos pecuários. O tema é tratado, segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, como uma das prioridades do Governo Federal, com o intuito de desenvolver a economia pecuária na região Nordeste. Nesta entrevista, ele fala sobre os passos que levaram a essa conquista, as perspectivas a partir do novo status sanitário e a possibilidade de abertura de mercados externos.

Elza FiúzaGuilherme Marques: O Nordeste tende a se equiparar e até ultrapassar o Pará em relação à venda de animais em pé. Hoje, 90 por cento das exportações de animais vivos saem daquele estado da região NorteGuilherme Marques: O Nordeste tende a se equiparar e até ultrapassar o Pará em relação à venda de animais em pé. Hoje, 90 por cento das exportações de animais vivos saem daquele estado da região Norte

 

Qual o processo para a região ser declarada livre de aftosa com vacinação?

 

O processo é composto de várias etapas: avaliação das condições técnicas e estruturais dos serviços veterinários estaduais, por meio auditorias e supervisões; avaliação soroepidemiológica para descartar a possibilidade de circulação do vírus da febre aftosa; reconhecimento nacional de zona livre, por meio de ato do Mapa; e encaminhamento de pleito à OIE para reconhecimento internacional da zona livre. No dia 11 de outubro de 2013, foi encaminhado um relatório sobre essa região à OIE, aonde será discutido o pleito brasileiro com um grupo de especialistas em saúde animal. Se o grupo julgar o relatório favorável, este será submetido à apreciação do comitê científico da entidade.

Qual será o próximo passo, caso o comitê aprove o pleito?

 

O próximo passo será consultar os países os 178 países membros, que têm um prazo de 60 dias para se manifestar sobre o pleito. Se, após esse período, todos eventuais questionamentos forem respondidos a contento pelo Brasil e nossas considerações forem convincentes – e nós acreditamos que elas são, em maio do próximo ano, quando se reunirá a Assembléia Geral dos Delegados da OIE, será dado o reconhecimento internacional da área que envolve sete estados nordestinos e o norte do Pará como livre da doença com vacinação.

 

Quais as perspectivas para a bovinocultura de corte e leite, caprino e ovinocultura nordestina?

 

Acredito que ocorrerá uma especialização do rebanho, principalmente de caprinos e ovinos. A condição sanitária hoje presente é um dos fatores que, certamente, limita os nordestinos ampliarem os rebanhos dessas espécies e investirem em melhoramento genético. A situação gerou um grande desestímulo aos produtores em investirem nessa região, devido às restrições para transitarem animais do Nordeste e do norte do Pará para o restante do País. Com a nova condição sanitária esse impedimento não deverá mais existir, facilitando o comércio dos produtos da região.

 

Com a nova condição sanitária, quais os benefícios que a região Nordeste ou seus pecuaristas podem esperar a curto, médio e longo prazos?

 

Em curto prazo, o acesso imediato a todo o mercado nacional. A genética caprina, que é mais de 60% do rebanho nacional, também poderá ser enviada a todos os rincões do país com a simples emissão de guia de trânsito animal (GTA), que é o documento que ampara o controle de tráfego de animais no País. Há no Nordeste animais de alto valor genético. Presenciei, em exposições agropecuárias locais, a existência de diversas espécies interessantes tanto para o mercado brasileiro como para o exterior. São animais extremamente adaptados às condições adversas, como as dos nossos sertões.

 

E no médio e longo prazos?

 

O foco será atender aos mercados internacionais em cima de certificações específicas. Outros ainda podem ser abertos conforme a conveniência do exportador e interesse do importador, o que ficará a cargo do setor privado brasileiro, que sabe trabalhar bem esse tema. O Nordeste também tende a se equiparar e até ultrapassar o Pará em relação à venda de animais em pé. Hoje, 90% das exportações de animais vivos saem daquele estado da região Norte, sendo alguns do próprio Estado e outros de localidades nordestinas.

 

Já existem expectativas de mercado para a região a partir do novo status?

 

Um dos principais nichos novos é a venda de animais vivos para o exterior. Já há mercados abertos para esse tipo de comercialização, tanto de animais para abate imediato quanto para engorda e reprodução. Por exemplo, a Venezuela, o Egito, o Líbano e a Turquia. Uma das vantagens da região é a possibilidade de embarques por via marítima para esses países. Devido à proximidade com a Europa, a economia com frete será muito maior. Outra perspectiva é a seguinte: Hoje somos importadores de carne de ovino e de caprino do Uruguai e, a partir de maio, poderemos reverter isso, passando a ser auto-suficientes nesses tipos de carne. Em um futuro próximo, seremos até exportadores desses produtos.

 

http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-nordeste-tende-a-se-tornar-o-maior-exportador-do-pais/264606

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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