Os Estados de Minas e Rio de Janeiro estão sofrendo de maneira acentuada nessa época que sempre se caracterizou por pastagens abundantes e muita lama pelas estradas vicinais. A queda da produção se faz notar em todas as bacias leiteiras, e o risco de faltar água para a higienização dos equipamentos e dos próprios locais onde as máquinas estão instaladas, já se torna pesadelo para os dirigentes de laticínios.
No que se refere aos produtores, as dificuldades que eles sempre enfrentam nos períodos de carência de chuvas, agora se estendem para os dias que deveriam ser chuvosos. As mortes de animais motivadas pela fome representam um forte motivo de preocupação, porque aí já se trata de perda de patrimônio.
As cooperativas leiteiras e as indústrias particulares que beneficiam e industrializam o leite se vêem às voltas com uma produção menor, e ainda se assustam com a possibilidade real de não terem água em volume suficiente.
Os prejuízos que se espalham por todo setor vai demandar também uma preocupação maior com os problemas ambientais de preservação das fontes de água, até agora desprezados pela crença de que nunca passaríamos por problemas dessa natureza. Como estou há muitos anos atuando nessa área, não me ocorre que tenhamos passado por crise parecida.
E para agravar ainda mais o quadro de extremas dificuldades, todos nós ainda teremos de suportar o encarecimento generalizado de todos os itens que fazem parte dos custos de produção, já que seremos punidos pela nova política econômica do governo.
por Joel Naegele