Para promotor, operação resultou em melhora da qualidade do leite.
Duas primeiras fases foram deflagradas nos dias 8 e 22 de maio.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul planeja a terceira fase da Operação Leite Compensado, que investiga a adulteração do produto. De acordo com o promotor Mauro Rockenbach, a nova etapa deve ser deflagrada em cerca de 15 dias. As duas primeiras fases, nos dias 8 e 22 de maio, verificaram que a fraude ocorria no transporte do produto. Os envolvidos misturavam água e ureia ao leite para aumentar o lucro.
O foco da investigação não foi antecipado pelo promotor. De acordo com Rockenbach, as duas primeiras fases da operação resultaram em melhora da qualidade do leite que chega para o consumidor. A indústria já sentiu diferença no fornecimento do produto. “A indústria passou a receber menos leite. Ou seja, deixou de receber águaâ€, disse ao G1.
Ainda segundo o promotor, o Ministério Público está mais dedicado a acompanhar a movimentação e a adequação da indústria. O objetivo é ver se ela está mais criteriosa com a qualidade do leite. Nos últimos dias, tríªs empresas anunciaram recall de leite por suspeita de adulteração.
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Fraude abalou confiança de consumidores
A fraude não teve reflexo para os produtores rurais, segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Elton Weber. Ele diz que o que se criou foi um sentimento de indignação, já que os criadores de gado de leite também tíªm exigíªncias em relação í qualidade e aos cuidados necessários na produção. “Não adianta o produtor ter cuidado e depois outras pessoas adulterarem o leite. Isto nos deixou indignados diante dos fatosâ€, afirma.
O analista de mercado Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria, também lamenta o ocorrido. “A fraude do leite tem um reflexo direto na confiança dos consumidores. Isso abala um mercado que vinha melhorando nesse aspectoâ€.
Conforme o MP, a simples adição de água com o objetivo de aumentar o volume acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia, produto que contém formol em sua composição e é considerado cancerígeno pela Agíªncia Internacional para Pesquisa sobre Cí¢ncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto final.
Entenda a operação
A Operação Leite Compensado foi desencadeada no último dia 8, após investigação. A ação teve como consequíªncias a retirada de lotes do mercado (veja lista aqui) e a interdição de tríªs postos de resfriamento e de uma fábrica em Estrela. Foram investigados núcleos em Ibirubá, Guaporé e Horizontina.
Na manhã do dia 22 maio, uma nova fase da operação foi iniciada, com alvo em duas transportadoras localizadas em Rondinha, no Norte, e Boa Vista do Buricá, no Noroeste do estado. De acordo com a investigação, as transportadoras adulteraram pelo menos 120 mil litros de leite nas duas cidades nos últimos tríªs meses. O MP ressalta que este volume foi apreendido e não chegou ao mercado.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-e-lavoura/noticia/2013/06/mp-planeja-nova-operacao-contra-fraude-no-leite-em-15-dias-no-rs.html