MP investiga mais uma empresa do RS por presença de álcool no #leite

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Segundo Defesa do Consumidor, leite seria pausterizado e já foi consumido. Na segunda (4), lotes de leite UHT e requeijão alterados foram divulgados.

 

A Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, da Região da Serra do Rio Grande do Sul, também é investigada pela promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público. A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira (5) pelo promotor Alcindo Luz Bastos Silva Filho. Segundo ele, os lotes de leite tipo pasteurizado (de saquinho), com validade até junho, tiveram álcool detectado na sua formação.

Um pedido encaminhado pela Superintendência Federal do estado na sexta-feira (1) já havia solicitado ao MP investigações sobre lotes de leite UHT e requeijão light da cooperativa Piá. Desde julho a empresa está orientada a recolher lotes dos dois produtos.

«Foi detectado também na Santa Clara. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou o recall da Piá porque ainda tem lotes no mercado, ao passo que o da Santa Clara não. O pausterizado tinha validade de junho, então não tem mais o que retirar, já foi consumido. A situação é exatamente igual: álcool etílico», afirmou o promotor ao G1.

De acordo com nota oficial divulgada pela Santa Clara, os leites recebidos estão todos em condições de consumo e com processamento adequado. Conforme a cooperativa, o lote avaliado era de um posto de resfriamento de Veranópolis, da mesma região da empresa, e foram testados pela empresa, que não constatou nenhuma irregularidade.

Segundo Alcino, os fornecedores das duas cooperativas são diferentes. «Houve a falha no controle de qualidade, que é preocupante. Com certeza foi em um momento anterior da escala de produção. Em que momento é o que vamos averiguar. As empresas não tinham postos de resfriamento, nem transportadoras, nem as rotas iguais», completou.

O promotor não soube dizer a data do lote adulterado, mas audiências com as duas empresas estão marcadas para esta sexta-feira (8) em Porto Alegre.

Confira a íntegra da nota da Cooperativa Santa Clara
«Informa a Cooperativa Santa Clara Ltda. que só recebe leite em condições de consumo e processamento adequado. Toda a matéria-prima é analisada antes de entrar na indústria e nos postos de captação.

No caso em específico, posto de resfriamento de Leite de Veranópolis/RS, onde foi recebido o leite em questão, foram realizados todos os testes, inclusive o teste para presença de álcool etílico, e nada se constatou de irregular. Ao entrar na indústria, os mesmos testes foram novamente realizados, atestando que o leite estava dentro dos padrões legais.

Formalmente, a Cooperativa Santa Clara, está questionando através de Processo Administrativo, o Ministério da Agricultura, para prestar esclarecimentos, pois os testes realizados pelo laboratório oficial levaram 15 dias para serem finalizados, sabendo-se que o leite in natura, passa a sofrer alterações em sua composição em curto espaço de tempo, podendo comprometer os resultados.

Pontue-se que a Cooperativa Santa Clara tem o maior interesse em prestar todos os esclarecimentos necessários».

Má-fé
Conforme o promotor, o MP está investigando o caso do leite Piá no âmbito criminal também. Segundo ele, a descoberta da substância, ao contrário das Operações do Leite Compensado deflagradas ao longo de 2013 e deste ano, é resultado da falta de controle.

«Estamos avaliando questões de má-fé. Sabemos que, em um primeiro momento, não há geração espontânea de álcool, conhecendo a cadeia do leite. Então, é provável que houve contaminação. Vamos atrás da punição dos responsáveis», afirmou o promotor em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (5).

De acordo com o Mapa, desde o dia 15 de julho, o posto de refrigeração da Piá em Vila Flores, município da serra gaúcha, foi interditado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) após álcool etílico ser encontrado em amostras de leite cru refrigerado. Em nota, o Mapa ressaltou que «a presença da substância no leite é considerada fraude, pois mascara a adição de água». O posto, porém, retornou às atividades no dia 21 do mesmo mês, após implantar ações corretivas.

Conforme o promotor, a maioria dos produtos já foi retirada do comércio. «Quase tudo foi retirado das prateleiras. Pelas informações que recebemos do Mapa, a fabricação foi 10 de junho e, como estamos em agosto, boa parte desse produto estava no mercado com validade até outubro», pontuou Alcindo. Ele completa que a indústria é a primeira responsável pela fiscalização dos produtos.

Já para o Sindicato das Indústrias de Laticínios o controle é rígido, mas ainda precisa de mudanças nos processos. «Ainda não está identificado o que ocorreu nesse lote. Estamos identificando o caso, aguardando laudo do laboratório oficial. O teste alizarol [para verificar acidez no leite] é uma questão premeditada. Deveria ter a comunicação oficial do laboratório para que esse leite não fosse ao mercado. Deveria ser preventivo. Mas, posso afirmar que efetivamente a indústria gaúcha tem identificado e investido valores pesados em controle», afirmou o secretário-executivo do sindicato Darlan Pagliarini.

Lotes
O recolhimento cautelar determinado atinge lotes de leite UHT integral da Piá fabricados em 26/06/2014 e com data de validade até 26/10/2014 (lotes L02/2 e L2-3) e do lote de requeijão light (200g) fabricado em 30/06/2014 e com data de validade até 30/09/2014 (lote L2). Além disso, o Ministério da Justiça foi comunicado sobre o fato e vai avaliar o recall dos produtos já comercializados, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.

Segundo informações da rastreabilidade apresentadas pelo posto de Vila Flores, o lote do leite do qual foi coletada a amostra que havia sido remetido à sede da cooperativa, no município de Nova Petrópolis, também na Serra, foi utilizado na fabricação do requeijão light 200g e o leite UHT integral.

Procurada pelo G1, a Piá informou, em uma nota oficial, que análises internas e externas feita em um laboratório credenciado pelo Mapa do mesmo lote não constataram irregularidades nos produtos. A empresa garantiu, no entanto, já ter tomado providências para recolher os dois produtos do mercado.

Confira a íntegra da nota
Nota oficial da Cooperativa Petrópolis
Tendo em vista determinação da Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS) determinou à Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda. Indústria de Alimentos (Piá, SIF 758) o recolhimento cautelar dos lotes de leite UHT integral fabricados em 26/06/2014 e com data de validade até 26/10/2014 (lotes L02/2 e L2-3) e do lote de requeijão light (200g) fabricado em 30/06/2014 e com data de validade até 30/09/2014 (lote L2).
1 – Nas análises internas e nas amostras dos referidos lotes enviados para análise externa em laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura, não ficou constatado qualquer irregularidade nos itens produzidos;
2 – Ainda assim, a Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda. procedeu o recolhimento no mercado dos referidos lotes, conforme solicitado pela Superintendência de Agricultura.
3 – Os produtos que ainda estiverem no mercado serão recolhidos.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-e-lavoura/noticia/2014/08/mp-investiga-mais-uma-empresa-do-rs-por-presenca-de-alcool-no-leite.html

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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