Mercado de leite mantém leve alta em maio, mas perspectivas são incertas

Os dados do MilkPoint Radar, referentes ao leite pago no mês de Maio (e fornecido em Abril), apontam para uma nova alta nos preços pagos aos produtores, ainda que em menor intensidade. O gráfico 1 mostra a evolução dos preços médios Brasil, de janeiro a maio.
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Os dados do MilkPoint Radar, referentes ao leite pago no mês de Maio (e fornecido em Abril), apontam para uma nova alta nos preços pagos aos produtores, ainda que em menor intensidade. O gráfico 1 mostra a evolução dos preços médios Brasil, de janeiro a maio.
Gráfico 1. Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar (2017).

Fonte: MilkPoint Radar

A média simples do preço (ou seja, sem considerar o volume dos produtores) foi de R$ 1,377/litro
e a ponderada pelo volume, por sua vez, fechou em R$ 1,483/litro, ambas 2 centavos mais altas do que o valor divulgado em abril.
Essa alta nos preços foi realidade para a maioria dos produtores que forneceram o leite no mês de abril, cerca 82,3% e pôde ser observado em todas as faixas de produção, variando e 1 a 3 centavos – gráfico 2.
Gráfico 2. Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em abril).
Fonte: MilkPoint Radar
Neste mês, o sistema contou com 808 dados de venda de leite, um aumento de mais de 8% em relação ao mês anterior. A média de oferta por produtor foi de 1.653 litros/dia e o volume total monitorado foi próximo a 1,307 milhões de litros/dia (+15%). Com isso, podemos dizer que o sistema MilkPoint Radar monitora um valor anualizado de R$ 656.904.735!
Os dados também indicam um novo aumento na produção de leite: os produtores que inseriram dados nos dois últimos meses apresentaram uma alta no volume diário médio de 2,8% em abril em relação a março. Essa variação difere, mais uma vez, dos dados historicamente observados no IBGE – gráfico 3.

Gráfico 3
. Variação de oferta entre os meses – IBGE e MilkPoint Radar.
Fonte: IBGE/MilkPoint Radar
Essa inversão na tendência de crescimento da produção está relacionada com as condições favoráveis para a produção de leite, observadas atualmente: custos mais baixos para os concentrados e bons preços pagos pelo leite nos primeiros meses do ano.
É importante ressaltar que, essa “inversão” na variação da oferta pode resultar, nos próximos meses, em uma alteração nos preços pagos aos produtores. Um fator de atenção é a evolução do preço do leite Spot (leite vendido entre empresas), que registrou, na última semana, sua terceira queda consecutiva.
Quanto aos dados de qualidade, pudemos observar que os teores de gordura e proteína mostraram pequenos aumentos, fechando em 3,82% e 3,29% respectivamente. Os demais indicadores também apontaram altas neste mês: o CBT apontou média de 117 mil UFC/ml e o CCS, 445 mil células/ml. Acompanhe a evolução dos indicadores gerais do MilkPoint Radar na tabela abaixo:
Tabela 1. Indicadores MilkPoint Radar – Pagamento de maio x abril.
Fonte: MilkPoint Radar

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Análise Especial: Teor de Sólidos no Leite e seu impacto na remuneração dos produtores
Além dos dados de mercado reportados mensalmente no relatório consolidado, o MilkPoint Radar gera diversos outros indicadores que podem contribuir com um maior entendimento do mercado e o melhor gerenciamento da propriedade. Um importante comparativo, que pode ser desenvolvido com os dados obtidos pelo sistema, é a análise do teor do sólidos no leite e seu impacto na remuneração dos produtores.
Neste mês, a média do teor de sólidos do leite brasileiro – considerando a soma de gordura e proteína – é de 7,11%, enquanto o preço médio por kg de sólidos (em sua média simples) aponta R$ 19,72/kg de sólidos.
É importante observar o impacto da produção diária de cada participante no resultados destes indicadores. Podemos observar no gráfico 4 que, quanto ao teor de sólidos, há pouca diferença entre o resultado dos produtores com maior produção diária em relação aos de menor volume – a diferença entre o maior resultado (7,20%) e o menor resultado (7,01%) é de apenas 3%. Em compensação, o indicador de preço por kg de sólidos segue uma tendência clara: quanto maior a produção diária, maior a remuneração pelos sólidos – a diferença entre o maior resultado (R$ 21,81/kg de sólidos) e o menor resultado (R$ 17,24/kg de sólidos) é de 26,5%.

Gráfico 4
. Comparativo entre teor de sólidos e preços dos sólidos por faixa de produção.
Fonte: MilkPoint Radar
Este resultado indica que o volume dos produtores apresenta impacto mais significativo no preço recebido pelos produtores do que seu teor por sólidos e fica mais claro quando analisamos a participação de cada parâmetro na formação do preço líquido do leite (gráfico 5).

Gráfico 5.
Participação (em R$/litro e %) de cada parâmetro na formação do preço líquido do leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Radar a partir de dados da pesquisa do MilkPoint Mercado
Podemos observar que os parâmetros de qualidade, composição e volume respondem, no estudo realizado pelo MilkPoint Mercado, por cerca de 8,6% do preço líquido pago ao produtor. Deste montante, cerca da metade (4,1%) corresponde à bonificações por volume, enquanto a soma de gordura e proteína corresponde à 2,9%. Assim, podemos concluir que, em média, o volume tem participação quase 40% maior na composição dos preços recebidos pelos produtores.
https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/mercado-de-leite-mantem-leve-alta-em-maio-mas-perspectivas-sao-incertas-105671n.aspx

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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