Com a seleção genética realizada na fazenda Teotí´nio, em Madalena, é possível baratear o leite em até 30%
Uma pequena amostra de um trabalho de quase 50 anos, desenvolvido pelo Grupo Edson Queiroz, foi exposta ontem no 17º Seminário Nordestino de Pecuária (PECNordeste), que acontece no Centro de Eventos do Ceará até hoje. Trata-se do aperfeiçoamento do cruzamento entre bovinos das raças Guzerá e Holandíªs, que origina um animal mais produtivo e resistente, o Guzolando. Com essa seleção genética realizada na fazenda Teotí´nio, no município de Madalena, é possível baratear o preço do leite em até 30%.
O superintendente de Agropecuária do Grupo Edson Queiroz, Henrique Braga, expõe o resultado de um trabalho de 50 anos, a raça Guzolando Foto: Bruno Gomes
«Decidimos aliar a rusticidade do Guzerá, que é a raça que mais se adapta í aridez do sertão cearense, com a grande produtividade de leite do bovino Holandíªs. O resultado acaba sendo um animal altamente produtivo e resistente, que tolera mais calor, não exige tanto medicamento e é bastante fértil. Isso nos permite produzir um leite mais barato e de melhor qualidade», afirma o veterinário da fazenda Teotí´nio, Francisco Barbosa.
Ainda segundo o veterinário, atualmente, o Grupo Edson Queiroz possui duas fazendas, que produzem juntas aproximadamente 30 mil litros de leite por dia. «São cerca de 1,5 mil cabeças de Guzolando no setor de lactação, que mostram toda a sua capacidade produtiva», diz.
Conforme o superintendente de Agropecuária do Grupo Edson Queiroz, Henrique Braga, o trabalho de melhoramento genético é uma forma de tornar as fazendas mais sustentáveis, pois eleva o valor agregado dos animais. «Além de multiplicar os resultados, esse trabalho também aumenta bastante a qualidade do rebanho, pois a produtividade dos nascimentos também avança. Assim, o produtor não terá apenas um, mas vários animais com melhor genética», diz.
Parceria com a Unifor
Para melhor desenvolver a genética de seus animais, a fazenda Teotí´nio mantém uma parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor), que auxilia em diversos processos. «Essa parceria é interessante porque beneficia ambas as partes. Para nós, é uma forma de pesquisar uma genética de alta qualidade, enquanto a fazenda explora nossa biotecnologia para perpetuar os genes de melhor qualidade», comenta o veterinário e coordenador do laboratório de biologia molecular e desenvolvimento da Unifor, Marcelo Bertolini. Na ocasião, ele demonstrou aos produtores o procedimento de aspiração folicular, que retira óvulos dos animais para fecundação in vitro.
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