O Brasil acaba de superar-se, pela enésima vez, produzindo 193 milhões de toneladas de grãos em 2014. A expectativa para 2015, sem nenhum exagero, aponta para 200 milhões de toneladas.
Não vejo milagre nessa conta. A cada ano, acrescemos mais hectares às áreas de produção de grãos. Só no Estado de Rondônia, de Vilhena a Porto Velho, só Ouro Preto D’Oeste não tem vocação agrícola.
Em todo o mundo, 7 bilhões de pessoas criam a todo momento novos núcleos familiares, com mais crianças a alimentar. Nossa diplomacia, bem ou mal, tem logrado escoar nossa produção excedente, de modo que nossas safras tem, ao longo dos anos, destino certo.
Economizamos petróleo investindo em transporte coletivo, em fontes renováveis de produção de energia. Assim se faz com inúmeros itens de mediata necessidade. Mas haveremos de parar de comer?
Se temos tido enorme sucesso na produção de grãos, a pecuária de leite e corte não é menos competitiva. Após sucessivos sucessos na produção de carne verde, assistimos agora à verticalização da pecuária de corte e leite, seja pela ótica dos confinamentos a céu aberto, seja pela ótica dos free stall e suas variações.
Estabelecemos com firmeza a primazia da raça Girolando como a raça leiteira do Brasil. Com a mudança climática com contornos irreversíveis, o Girolando respira suave nos momentos mais quentes do dia, de norte a sul do Brasil e países com vocação leiteira.
Nosso agronegócio é movido por ousadia e competência. Nosso plantel de Gir Leiteiro, impregnado de seleção competente e séria, permite a produção de vacas e touros cada vez mais produtivos.
Controle leiteiro, tecnologia na produção de volumoso de alto valor energético, multiplicação cada vez mais acessível de grandes matriarcas desenham um cenário cada vez mais favorável à produção leiteira. A comercialização do leite ganha espaço ante diversas vertentes: expansão do consumo interno, ante o crescimento da população e aumento da renda das famílias; alta expressiva do dólar, desestimulando a importação de lácteos e favorecendo a exportação de leite e derivados, animais de alta lactação, sémen e embriões.
Dinheiro farto e barato irriga projetos do agronegócio em todo o país.
Meu hobby cuidado com muita seriedade, que também ê a principal atividade de milhares de brasileiros, nunca esteve tão sólido. Seja na bovinocultura de leite familiar, seja em escala profissional, seja em escala industrial, todo o cenário é favorável à produção.
A parte que nos cabe é acordar bem cedo, confiar, e produzir.
Por Walter Waltenberg
http://www.tudorondonia.com/noticias/quem-tem-medo-de-2015,49455.shtml