#Leite sobe no mercado e cai na fazenda

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Pecuaristas afirmam pagar para produzir. Valor de R$ 1,02, pago pelo litro em dezembro, recuou para R$ 0,93, nesta semana.

A situação dos produtores de leite do noroeste do Paraná, que ficou ruim, no ano passado, por causa das duas geadas, que arrasaram as pastagens, piorou nos primeiros meses de 2014, com as contínuas quedas do preço pago ao produtor. Embora nos supermercados, o produto tenha sofrido quase 20% de reajuste, com a chegada da entressafra, o valor pago ao produtor recua, desde dezembro do ano passado.

«Estamos pagando para produzir», afirmou, ontem, o produtor Leandro Hipólito Pereira, que cria 47 vacas leiteiras em uma propriedade de Colorado (a 95 quilômetros de Maringá). De acordo com ele, justamente na entressafra, quando a produção cai por causa da queda de oferta de alimentos para o rebanho, o valor do litro chegou ao preço mais baixo dos últimos 12 meses. «Minha produção normal é acima de 300 litros, por dia, mas, ultimamente, caiu para 270 e o preço, que estava em R$ 1,02, em dezembro, recuou, nesta semana, para R$ 0,93 e eu soube de produtores na região que estão entregando o produto a R$ 0,83, o litro», destaca.

De acordo com Hipólito, para que as vacas deles continuem produzindo, ele está tendo que usar silagem na alimentação do gado. «A silagem, feita com milho e outros compostos, é muito cara, mas deve estar ainda pior para outros produtores que não tiveram como produzir matéria orgânica e agora terão que comprar de outros», ressalta.

O produtor diz que o custo passa de um real, por litro de leite produzido, e o justo seria que os laticínios pagassem ao produtor, no mínimo, R$ 1,15. «O ideal mesmos seria em torno de R$ 1,20», opina.

O produtor Aparecido Vieira, que há 26 anos cria gado leiteiro em Colorado, disse que todos os anos os produtores se preparam para uma queda na produção com a chegada da entressafra, a partir do fim de março, mas não contavam com queda nos preços. Ele lembra que os produtores paranaenses tiveram grandes gastos para manter o rebanho no ano passado, tendo que adquirir ração ou silagem, depois que as geadas do fim de julho e meados de agosto destruíram as pastagens.

A Emater, que presta assistência aos pequenos proprietários rurais, tem aconselhado os produtores a não realizarem grandes investimentos em melhoramento do rebanho, trabalhar com gado mais rústico para baratear custos enquanto não houver uma política de preços ao produtor mais justa. Na atual situação, o conselho do agrônomo Joel Carneiro, da Emater, é tornar o pasto rentável para evitar que se tenha que comprar insumos.
Na principal bacia leiteira do noroeste paranaense, que engloba os municípios de Lobato, Flórida e Colorado, houve uma queda no padrão do rebanho leiteiro, porque o produtor está descapitalizado. Segundo o técnico agrícola Custódio Caetano Neto, da Emater, em Colorado, a cada reunião de pecuaristas há mais produtores falando em mudar de atividade, «porque o leite já não vale a pena». Hipólito confirma que vizinhos dele, com quem produz silagem em sociedade, pretendem desistir da pecuária de leite.

AVALIAÇÃO
«O custo passa de um real, por litro de leite produzido. O justo seria receber R$ 1,15. O ideal, R$ 1,20.»
LEANDRO HIPÓLITO PEREIRA
Pecuarista

http://www.odiario.com/agribusiness/noticia/836425/leite-sobe-no-mercado-e-cai-na-fazenda/

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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