Leite sobe no exterior e Brasil fica competitivo

Produto em pó teve alta de 20% ontem em leilão internacional e alcançou US$ 2.500 por tonelada
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Produto em pó teve alta de 20% ontem em leilão internacional e alcançou US$ 2.500 por tonelada

Os preços dos lácteos no mercado internacional voltaram a um patamar que, com a valorização do dólar sobre o real, começam a deixar o produto brasileiro novamente competitivo na exportação. Ontem, no terceiro pregão realizado depois que a cooperativa neozelandesa Fonterra anunciou que reduziria sua oferta de lácteos nos leilões quinzenais da plataforma Global Dairy Trade (GDT), os preços tiveram forte, alta mais vez.

O leite em pó integral subiu 20,6% sobre o leilão anterior, para um preço médio de US$ 2.495 por tonelada, enquanto o leite em pó desnatado teve alta de 17%, para um preço médio de US$ 1.992, conforme dados divulgados pela plataforma. Os preços negociados no leilão são referência para o mercado internacional de lácteos.

Desde que a redução da oferta pela Fonterra foi anunciada, a cotação do leite em pó integral subiu 56,9% e a do desnatado, 40,38% no leilão da plataforma online. A Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, anunciou, em 13 de agosto, que reduziria sua oferta nos leilões, numa tentativa de conter a queda contínua dos preços, que haviam atingido baixas históricas.

A redução da oferta no leilão pela Fonterra continua sendo a principal razão para a alta das cotações, afirmou Valter Galan, analista da consultoria especializada em lácteos MilkPoint. Mas também há sinais de que a menor oferta no leilão também atraiu compradores de volta, disse. Segundo dados da plataforma GDT, foram vendidas ontem 36.050 toneladas de produtos lácteos e houve 186 participantes, o maior número desde setembro de 2014.

Galan observou que apenas os fundamentos atuais do mercado não justificariam uma alta tão forte. «A produção [de leite] no mundo continua a subir, inclusive na Nova Zelândia, e a China continua com estoques elevados». Ele acrescentou que Argélia e México entraram no mercado comprando, mas esse movimento não compensaria a redução dos volumes da China.

Ao patamar de US$ 2.500 por tonelada, alcançados no leilão de ontem, e com o dólar na casa dos R$ 3,95, as exportações de leite em pó a partir de algumas regiões do Brasil ficariam viáveis. «Hoje, o custo do leite para ser competitivo na exportação tem de ser R$ 0,94 por litro. Em algumas regiões, do Rio Grande do Sul, o leite está em R$ 0,88 o litro nos negócios do spot», indicou.

«Provavelmente, não vamos exportar muito, mas se a alta no leilão GDT se traduzir em tendência de mercado, o Brasil ficará competitivo para exportar», disse. De acordo com Rafael Ribeiro, analista da Scot, com um câmbio a R$ 3,90, a exportação já é viável. Ele informou que os preços do leite em pó no mercado interno variam hoje entre R$ 9,00 e R$ 11 por quilo no atacado. Com a cotação registrada no leilão e um dólar de R$ 3,85, o preço na exportação seria equivalente a R$ 9,60 por quilo.

Ribeiro acredita que os preços internacionais devem seguir firmes, com o ajuste da oferta. «Mas não vejo o leite voltando aos níveis de US$ 5 mil», disse. Esse patamar foi registrado no fim de 2013. O Brasil começa a recuperar a competitividade, mas no mês passado a exportação de lácteos voltou a crescer. O volume alcançou 8,241 mil toneladas, 22,8% mais do que em agosto de 2014. Outra vez, a Venezuela foi a responsável pelo avanço. A J&F, controladora da Vigor e da JBS, embarcou em torno de 6 mil toneladas de leite em pó ao país, por cerca de US$ 5.800 por tonelada.

Fonte: Valor Econômico

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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