Leite: Produtores que a crise levou

De 20 mil a 30 famílias se verão obrigadas a abandonar a produção leiteira em até cinco anos, projeta Instituto Gaúcho do Leite
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A mobilização de entidades do setor na busca por uma solução para a crise do leite gaúcho tem relação direta com o tamanho do problema. Desestimulados por atrasos no pagamento, não recolhimento e queda no preço do alimento, muitos produtores estão desistindo da atividade. Projeção apresentada pelo Instituto Gaúcho do Leite aponta que dentro de quatro a cinco anos entre 20 mil e 30 mil famílias se verão obrigadas a abandonar a produção.

Atualmente, existem 134 mil produtores de leite no Estado, a maior parte familiares, espalhados em 453 municípios. Cerca de 10 mil estariam com problemas financeiros causados por falta de pagamento e não recolhimento do produto.

– A crise é gravíssima. Atinge produtores, indústria e começa a bater nos cofres do Estado – afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).

Nesta quinta-feira, a entidade realizou audiência pública em Ijuí para debater ações que ajudem a estancar o problema.

Entre as propostas, medidas já apresentadas nesta semana em Brasília, como agilidade na habilitação para a exportação à Rússia de unidades gaúchas e criação de linha de crédito emergencial para os que têm pagamentos por receber.

Foram acrescentadas sugestões como a de que as indústrias busquem produtores atualmente sem opção de entrega – após o fechamento de empresas –, e para que o governo atrele a concessão de incentivos fiscais à manutenção de pequenos produtores, entre outras.

Cada laticínio que para de funcionar é um motivo extra de preocupação. Com ação na Justiça para buscar pagamentos da Promilk, empresa em recuperação judicial, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul) se mostra apreensiva com as perspectivas atuais.

A empresa apresentou um plano de recuperação – que precisa ser avaliado em assembleia a ser convocada pela Justiça. Conforme Cleonice Back, coordenadora da entidade no Estado, mais de 90% dos credores são produtores.

– Alguns migraram para empresas que depois também fecharam as portas. Tem agricultor de fato jogando leite fora – lamenta Cleonice.
Gisele Loeblein

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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