#Leite, balde cheio, bolso vazio

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O preço do leite, alimento nobre, continua aviltante há muito tempo para o produtor rural, agora mesmo, em vez de reajustá-lo para cima, fizeram o contrário, rebaixaram-no, com agravante, os insumos que entram na formação de pastagens subiram, e bastante, o último ano foi um dos mais secos da história, morreu muito capim, mormente o bracquiária, para renová-las, precisa de calcário e adubo, mormente este. Há dois anos, com o dinheiro da venda de uma vaca, comprava duas toneladas de NPK, agora, a dona vaca, não dá para comprar mais do que uma tonelada do valioso insumo, com isto, o custo de pasto para ela, vaca, que era de 10 a 15 reais, é hoje de 20 a 30. A soja, principal insumo protéico, com a seca nos EEUU, ano passado, quase dobrou de preço, na esteira deles: adubo e soja, tudo mais ficou caro, assim, o preço do leite teria, pelo menos, que acompanhar o de São Paulo, ou beirar ele, 90 centavos. De sorte que leitor, a receita do produtor, que já era sofrí­vel, precária, aviltou mais ainda; moureja na dura faina leiteira, a vida toda, para encher a pança da intermediação gananciosa liderada pela Nestlíª. A maior parte do leite colocado no mercado, vem do pequeno proprietário, portanto, está ele, a carecer da polí­tica de inclusão social do governo, afinal, consoante seu próprio discurso, o sol da justiça social, deve brilhar para todos os segmentos sociais, e constitui essa justiça, o maior valor de uma sociedade livre, democrática. Dormita, na presidíªncia da república, projeto de lei recriando, no í¢mbito federal, o serviço de extensão rural, ora, ele e o crédito educativo, são instrumentos, ferramentas, indispensáveis í  emancipação, integração deles na vida econí´mica, corrente de progresso do paí­s. São milhões de patrí­cios, na atual situação, sendo espoliados por falta de organização, união, mormente, no processo de compra dos insumos basilares, para suas propriedades e venda da produção de leite e outros produtos da dura faina, em conjunto, aumentando seu poder de barganha, negociação. Cabe a sociedade, mormente a classe rural, a urbana também, pois o leite é indispensável a toda sorte de consumidores, é alimento sem igual, idades, o nosso consumo per capita está bem abaixo dos padrões recomendados pela ONU e o próprio Ministério da Saúde: 200kg. Cabe, como dito, e isso é próprio da democracia, lutar, negociar com a presidente Dilma, a aprovação e implementação, em caráter de urgíªncia, desse significativo, valoroso serviço, para a famí­lia, comunidade rural brasileira. Outro passo importante leitor, é a indicação de um dirigente identificado com a filosofia de extensão rural; os desafios dos pequenos agricultores, que vista a camisa, arregace as mangas, abrace a sua causa, revertendo o que se tornou habitual, com a destruição da Embrater, pelo seu Collor de Mello, a nomeação freqí¼ente, de qualquer burro preto, para os serviços estaduais, entre os quais um, naturalmente que, usando de maracutaias, chegou a nomear 79 funcionários fantasmas para a empresa, que dirigia; embora, descoberto e denunciado, o feito í­mprobo, tudo continuou impune; mas, o mau exemplo, afetou a qualidade do serviço. Prosseguindo, a análise comparativa, com a venda de um bezerro, antigamente, se comprava treis tambores do óleo diesel, agora, vocíª mal compra a metade, resta saber até quando continuara vendendo, melhor, sendo esbulhado pelo cartel do leite? Adan Smith em sua memorável obra, A História da Riqueza das Nações, prognosticou, com o perpassar do tempo, o funcionamento da concorríªncia perfeita, usou ele a expressão “laisser fair”: deixa vir, deixa passar, subsidiada pela lei da oferta e procura: pois bem, com aumento e diminuição do tamanho das empresas, chegar-se-ia a um universo imenso de pequenas empresas concorrendo, de forma perfeita, umas com as outras, evitando abusos; não se tinha condições, naquele tempo, de vislumbrar o surgimento dos cartéis, monopólios, oligopólios, a lei do mais forte, mascarando a lei da oferta e procura; de sorte que, a concorríªncia perfeita, tão desejada, ansiada, nunca se consumou. Para suavizar o maldito abuso de poder, dos mais fortes contra os pequenos, adveio a intervenção do estado liderada, em caráter pioneiro, pela Alemanha, com seu Welfaire State. Fundado na atual realidade, o mundo dos cartéis, oligopólios, monopólios foi erigido o artigo 187 da constituição cidadã, desse artigo surgiu a lei agrí­cola, no entanto, ainda hoje sem regulamentação, no seu todo, dormita no Congresso Nacional, ou foi, como o artigo que determinava a regulamentação dos juros, suprimida da nossa carta magna. Para que o sol da democracia brilhe, de fato, para todos patrí­cios, entre eles, os produtores de leite, a lei tem que estar acima dos governantes, tem que cavalga-los, e nunca eles cavalgar as leis, como verberava Montesquieu em sua magistral obra, O Espí­rito das Leis, alardeada por Rousseau em O Contrato Social: “Lei, ó lei, a mais sublime das invenções humanas!” Da forma como está, sem uma polí­tica legal, enquanto o governo promove a inclusão social de um segmento da sociedade carente, marginaliza outro, no caso os milhões de pequenos, médios produtores de leite; que, na realidade, são também produtores de carne, portanto, o maior gerador de serviços, empregos e impostos; esses heróis aní´nimos, em interação com os produtores de grãos: soja, milho, arroz, sorgo, girassol, leitor, são responsáveis pela formação de mais de 70% do PIB goiano, 35% do nacional, constituem eles, a alavanca motora geradora de riquezas do paí­s, enquanto que, o setor secundário e terceario, apenas processam, industrializam e distribuem, essa imensa produção beneficiada, vanguardeira na formação de divisas í  nação. O ano que findou, em decorríªncia da seca nos EEUU, o Brasil transformou-se no maior produtor: 81 milhões de toneladas e exportador de soja, o mesmo poderia acontecer com o leite, caro patrí­cio, tivesse uma polí­tica arrojada de exportação dele e derivados; pois, enquanto o mundo passa fome, mormente em alimento completo como o leite, dormitamos na identificação, motivação dos mercados famintos, montagem de marketing ousado no processo de comercialização.
http://dm.com.br/texto/90758-leite-balde-cheio-bolso-vazio

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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