Vinte milhões de euros vão tentar colmatar os prejuízos causados pela seca
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, anunciou esta terça-feira a criação de um «subsídio de apoio aos produtores de animais», no valor de vinte milhões de euros.
A medida também contempla a produção de leite, ao contrário daquilo que tem sucedido no passado, «dada a gravidade da situação», dominada pela «dificuldade de alimento para os animais», adiantou a governante.
As candidaturas a este apoio «já estão a ser recebidas desde ontem» [segunda-feira], embora o respetivo despacho legal ainda não tenha sido publicado (síª-lo-á até ao final desta semana), afirmou a responsável pela pasta da agricultura, explicando que pretende que os pagamentos sejam feitos tão rapidamente quanto possível.
«Este apoio é também para o setor do leite, embora de forma diferenciada», sublinhou Assunção Cristas, reconhecendo as dificuldades que também os produtores de leite enfrentam com a falta de pastagens para os animais, por causa da seca.
Além deste apoio, «há uma linha de crédito de 50 milhões de euros», recordou a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT), que falava aos jornalistas, ao final da manhã, depois de ter visitado a Agro 2000 (Produção e Comercialização de Leite e Carne), unidade que, instalada em Meco (Arazede), possui mais de quatro centenas de bovinos, cerca de metade dos quais produzem cinco mil litros de leite por dia.
Trinta milhões de euros desta linha de crédito «são direcionados para a pecuária», disse a ministra, adiantando que o respetivo diploma também será «publicado esta semana» e cujas candidaturas «já estão a ser recebidas» desde segunda-feira, «para se ganhar algum tempo» e para «ainda este míªs o processo ficar concluído».
Este «é um esforço muito grande», salientou Assunção Cristas, assegurando que «o Governo está a fazer tudo o que pode e no tempo em que pode» para apoiar o setor, pois tem consciíªncia que «as dificuldades são grandes».
Questionada pelos jornalistas sobre uma das preocupações do proprietário da Agro 2000, António Rama, relativamente ao preço do leite pago ao produtor (considerando-o baixo), a ministra considerou que é preciso «trazer transparíªncia para a formação dos preços».
O MAMAOT tem a «funcionar a plataforma de diálogo entre toda a cadeia agroalimentar» e todas as partes «estão de acordo que tem de haver informação rigorosa sobre os preços e a formação dos preços», afirmou.
«Precisamos de trazer transparíªncia para a formação dos preços. Saber quanto é pago ao produtor, ao distribuidor» e como «se forma o preço pago pelo consumidor», reconheceu Assunção Cristas, defendendo a necessidade de «uma relação mais equitativa e transparente» das margens de lucro.
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