A Fonterra enfrentará “sérias implicações globais” a menos que aprenda com os erros que levaram ao recente medo de contaminação de concentrado de proteína do soro do leite pela bactéria causadora do botulismo, de acordo com o Comitê que está fazendo uma investigação independente do incidente.
Em um prefácio dos resultados da investigação, assinado pelos membro do Comitê, há a cotação de que a exportadora de lácteos da Nova Zelândia precisa aprender com seus erros para evitar “mais episódios”.
A Fonterra emitiu um alerta de segurança alimentar para oito clientes em 2 de agosto de 2013, alertando que três lotes de concentrado de proteína do soro do leite potencialmente contaminado com a bactéria causadora do botulismo, Clostridium botulinum, havia entrado na cadeia de fornecimento. Testes adicionais feitos depois revelaram, entretanto, que a bactéria encontrada nos lotes afetados era outra, a Clostridium sporogenes – uma cepa não tóxica da Clostridium.
“O fato do ‘medo do botulismo’ ter sido um alarme falso não diminui o trabalho da investigação”, disse o prefacio. “Embora isso possa ter sido impreciso e injusto, em alguns mercados, a Fonterra está associada com os eventos de melamina na China em 2008 e preocupada com o DCD em fertilizantes desde 2013, bem como com os eventos do concentrado de proteína do soro do leite. O Comitê não tem dúvidas de que mais um episódio teria sérias implicações globais para a Fonterra. Isso significa que é importante demonstrar sua disponibilidade de aprender mais com os eventos do soro do leite”.
O presidente da Fonterra, John Wilson, criou o comitê em agosto para fazer uma revisão das circunstâncias relacionadas ao alerta do concentrado de soro do leite. Jack Hodder, da firma legal, Chapman Tripp, foi apontado pelo comitê como chefe da revisão.
O relatório da revisão identificou a falta de uma fiscalização sênior de decisões cruciais, problemas com o rastreamento de produtos potencialmente afetados e atraso na resolução do problema como principais direcionadores do evento. Um total de 33 recomendações sobre os problemas que levaram ao alerta sobre a contaminação do produto também foram feitas.
“Houve deficiências em uma série de áreas que, compostas por vários eventos e coincidências, convergiram para criar esse problema significativo”, disse Hodder. “Nossas descobertas e recomendações não indicam nenhum problema fundamental dentro da Fonterra. Contudo, elas apontam para uma série de melhorias que a Fonterra pode fazer para se tornar uma companhia ainda melhor”.
Por outro lado, o presidente da Fonterra, John Wilson, ficou satisfeito com o término dessa investigação independente, que ele disse que teve um “grau significativo de coincidências com a Revisão Operacional. Não houve contradições entre os dois grupos de recomendações”.
A Revisão Operacional da Fonterra, ordenada pelo diretor executivo da cooperativa, Theo Spierings, estabeleceu que o recall foi resultado de uma série de “eventos separados e não relacionados em uma sequência imprevista”. Ele também recomendou uma série de melhorias operacionais.
“Muitas das mudanças recomendadas já estão sendo feitas ou já foram identificadas como necessárias de serem mudadas. Estamos comprometidos em adotar a ‘melhor’ filosofia em torno da segurança alimentar e incorporar os últimos e modernos métodos em cada parte de nossas operações”.
Fonte:Dairy Reporter