Fabricante de #queijo ralado venceu a resistência do mercado e hoje é líder

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Hoje é comum — e para alguns, até essencial — acrescentar queijo ralado em massas, molhos e lanches. Mas há 51 anos, quando Luiz Kunzler e seu pai decidiram transformar o armazém que mantinham em uma fábrica de queijo ralado e batizá-la com o sobrenome da família, teve de imprimir grande esforço para superar a resistência dos gaúchos com a novidade e mudar parte do costume de alimentação do Estado.

 

Leia mais histórias de empresas gaúchas da série O Rio Grande que dá certo

 

— A cultura nunca foi essa. As pessoas achavam que era serragem, outros diziam que era casca de queijo pura. Foi difícil — lembra o cofundador da Kunzler, hoje a marca líder de mercado no Rio Grande do Sul.

 

A história começa com a empresa de venda no atacado que Luiz e seu pai, Pedro Laurentino, tinham em Porto Alegre. Na Avenida Protásio Alves, perto da área onde hoje é o viaduto da Terceira Perimetral, pai e filho administravam um pequeno estabelecimento que vendia produtos vindos do Sudeste, transportados por Pedro de caminhão. Em uma dessas viagens, o patriarca trouxe uma peça de queijo parmesão — no Rio Grande do Sul, o comum era consumir queijo serrano ou colonial, normalmente feitos de maneira artesanal. Grande parte do produto foi vendida em hotéis, antes mesmo de chegar ao mercado. Vendo ali uma oportunidade de negócio, Pedro começou a trazer cada vez mais peças, até que o artigo virou mercadoria padrão do armazém.

 

Quando receberam a informação de que o parmesão em São Paulo era vendido também ralado, pai e filho encontraram um filão ainda não explorado pelos gaúchos.

 

— Começamos fazendo cinco caixinhas por dia, nos fundos da loja, tudo improvisado. Eu pegava o saquinho, assoprava dentro para abrir, botava o queijo com a mão, pesava, acertava a quantidade no olho e fechava com uma máquina de solda quente, que funcionava a pedaladas — conta Luiz, que começou a trabalhar aos 15 anos e, à época, tinha 18.

 

Não é por coincidência, portanto, que Lauro Kunzler ressalta o senso de inovação e o gosto por «pisar em chão de fábrica» como as principais características do pai. São qualidades que embalaram o crescimento da marca e podem ajudar Lauro à frente da Kunzler — ele é o atual diretor comercial e representante da família nos negócios. Até hoje, a empresa utiliza máquinas adaptadas manualmente por Luiz para facilitar o trabalho — a casca é separada do queijo por uma ferramenta modificada pelo empresário. Ninguém na fábrica sabe como funciona, e ele não faz questão de contar.

 

A passagem de bastão para Lauro foi feita em 2011, ano em que foram promovidas mudanças internas, como ele explica:

 

— Trabalho aqui desde os 14 anos. Em 2011, quando o pai deixou alguns segmentos sob meu controle, achei que tinha uma experiência profissional ainda pobre. Percebi que precisava de ajuda na transição de uma empresa familiar para algo profissional, e trouxe pessoas qualificadas do mercado.

 

Com 90% desse processo concluído, Lauro planeja agora expandir as atividades da marca para além do Estado:

 

— Metade da nossa produção ainda fica no Rio Grande do Sul. Temos muito a crescer.

 

O grupo Kunzler tem ainda outras marcas próprias como Parmezan, além de produzir queijo ralado para outras 20 marcas e ser proprietária de um laticínio no Noroeste.

 

Nova fábrica fora da Capital ainda em 2014

 

Com pouco mais de 5 mil habitantes, o município de Doutor Maurício Cardoso, no Noroeste, é o maior fornecedor de insumos para os queijos Kunzler. A marca conta com 500 famílias que fornecem

 

2 milhões de litros de leite por mês exclusivamente para a produção de mais de 400 toneladas de queijo ralado. Grande parte desses pequenos produtores é mauriciense.

 

Até 2012, o número de produtores exclusivos era inferior a 250. Para 2014, Lauro Kunzler pretende dobrá-lo. Há expectativa ainda de construir uma nova sede.

 

— Estamos em um modelo equivocado, com a fábrica instalada no meio de Porto Alegre. Quando viemos para cá, há mais de quatro décadas, fazia sentido, mas a cidade cresceu à nossa volta. No segundo semestre, queremos criar uma nova planta, perto da Capital — conta, sem revelar o local.

 

Novos itens também devem ser integrados à marca. Como a Kunzler produz exclusivamente queijo ralado, as novidades vêm em técnicas diferenciadas, temperos e modo de apresentação, como o queijo tropical ralado desidratado. A diferença para o parmesão comum é o tempo de maturação. Enquanto o parmesão é resultado de um processo que dura seis meses, o tropical demora dois. O produto tradicional não se diferenciava no mercado nacional. Assim, fazia sentido oferecer também um queijo menos nobre e mais barato, o tropical.

 

Outra preocupação de Lauro é a ideia de que o queijo ralado contém alto teor de sódio. Ele diz que é comum empresas menores diminuírem o tempo de maturação colocando mais sal no queijo, a fim de secá-lo mais rápido. Com isso, o nível de sódio aumenta. Ainda que não pratique a manobra, a Kunzler pretende lançar no segundo semestre um queijo ralado com baixo nível de sódio.

 

Perfil

 

Fundação: abril de 1963

 

Localização: Porto Alegre

 

Descrição: empresa pioneira em queijo parmesão ralado no sul do Brasil. Atualmente, é a líder de mercado no Rio Grande do Sul

 

Produtos: oferece cinco variações de queijo ralado, com um total de 10 produtos disponíveis

 

Clientes: 15 mil pontos de venda distribuem os produtos em 12 Estados

 

Número de funcionários: 95

 

Faturamento em 2013: R$ 47 milhões

 

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2014/01/fabricante-de-queijo-ralado-venceu-a-resistencia-do-mercado-e-hoje-e-lider-4399085.html

 

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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