Crise no setor #leiteiro preocupa produtores

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Iogurte, manteiga e queijo são alguns dos inúmeros produtos presentes todos os dias na mesa do brasileiro. Essa realidade impulsiona o mercado de Minas, o maior produtor de leite do país com média de 32 bilhões de litros produzidos todos os anos.

Preço do leite aos laticínios caiu, mas valor não chega às gôndolas de supermercados. Consumidor continua pagando caro pelo produto – Foto: Divulgação

 

Preço do leite aos laticínios caiu, mas valor não chega às gôndolas de supermercados. Consumidor continua pagando caro pelo produto – Foto: Divulgação

 

É, portanto, fonte de renda de milhares de produtores no Estado e, claro, no Campo das Vertentes. A região, aliás,conta com municípios que almejam, agora, alcançar permissão para que seus produtos circulem por toda MG.

 

Boas notícias por um lado. Nem tanto por outro. Quando o assunto é a revenda do leite, o cenário para quem se arrisca no setor tem sido conturbado devido a oscilações nos preços do produto. Só em 2013, o valor pago pelo litro de leite chegou a cair 30% nas negociações entre produtores e comerciantes. Nada disso, porém, representou valores mais baixos nas gôndolas de supermercados. Em São João del-Rei, por exemplo, a média cobrada por um litro de leite de saquinho varia entre R$2,09 e R$2,19, com aumento em dezembro do ano passado. Exatamente por isso, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais (SindRural) de São João del-Rei, Marcelo Oliveira, emitiu nota oficial à imprensa. “Por que o preço do leite ao consumidor final continua o mesmo? Na nossa economia todos os produtos têm alta em seus valores, principalmente os insumos, menos o leite pago ao produtor”, argumentou no texto.

 

Laticínios

De acordo com o responsável pelo setor financeiro de um laticínio local, João Carvalho, não há nenhum complô dos laticínios quanto aos preços que chegam aos consumidores. “Acontece que com a seca o leite repassado perde um pouco em qualidade. Portanto, não seria justo pagar o mesmo que pagávamos antes aos produtores. Depois, para que o produto final chegue às prateleiras, há todo um trabalho de verificação de qualidade, exigências do Ministério da Agricultura, impostos, pagamentos de funcionários, métodos de produção, embalagem e transporte. Isso tudo incide sobre os preços que, na verdade, devem ficar mais altos nos próximos meses, de acordo com algumas especulações do mercado”, disse.

 

Um administrador de outra empresa do setor, que pediu para não se identificado, completou: “Tudo o que acontece é uma cadeia de consequências. É claro que para nós seria interessante levar produtos mais baratos ao público. Se os valores estão muito altos, a demanda por eles diminui e sofremos com nossa oferta. Não está fácil para ninguém. A qualidade do leite que adquirimos para produzir também diminuiu. Há esforços dos dois lados para manter os negócios de pé”, finalizou.

 

Produtores

Em 2013, o preço médio do litro de leite pago ao produtor era cotado a R$1, que significa 30% acima do verificado em novembro, quando chegou a R$0,70 na região do Campo das Vertentes. Em 2014, porém, nova queda: segundo um produtor do Rio das Mortes, José Antônio Silva, o preço em fevereiro para o litro de leite já gira em torno de R$0,82.

 

Não bastasse isso, as condições de produção têm tirado o sono dos produtores. Com a estiagem que chegou a 40 dias na região, as pastagens ficaram comprometidas e, consequentemente, os animais ficaram sem alimento suficiente.Com isso, houve queda também na própria produção. “Como não está chovendo, fica difícil adubar a terra”, destacou Silva.

 

É aí que a questão dos preços volta a influenciar: em caso de eventuais secas, os produtores precisam de recursos extras para cobrir as despesas com a produção. O valor ideal para isso seria hoje, segundo o produtor, de R$1. Ainda de acordo com Silva, as baixas têm repercutido entre os produtores. Alguns chegaram a cogitar o abandono do negócio. “Esse aumento no preço não é para ficarmos ricos. Queremos sobreviver e continuar produzindo”, frisou.

 

O presidente da Associação dos Produtores Rurais e Agricultura Familiar do Morro Grande (Asprumg), Carlos José da Silveira, faz coro aos pontos levantados pelo produtor. “O preço do leite depende de duas coisas: custo de produção e potencial de venda. Com a alta dos insumos e as negociações em baixa, a margem fica prejudicada. Ficamos reféns dos laticínios”, lamentou.

 

Silveira ainda destacou que a margem para que o produtor tivesse lucros e arcasse com despesas seria de 20%. Hoje, esse índice chega a 0 ou cai para totais negativos. “No período entre outubro e março é comum haver abundância de pastagem e produção maior. Dessa forma, podemos repassar o produto mais barato. Neste ano, porém, está acontecendo tudo ao contrário. O pasto está escasso e ainda assim o preço caiu. Estamos lutando contra prejuízos, mas alguns já desistiram”, disse.

 

Soluções

A Asprumg tem cerca de 28 produtores e saldo médio de 5 mil litros de leite por dia. Com esses números, a associação tem tentado reverter a situação investindo em tecnologia. “Todos nós adquirimos tanques de resfriamento.Assim reduzimos o custo de transporte e a coleta do leite pode ser feita de dois em dois dias. Outro projeto é de inseminação artificial, com produção maior por animal com genética melhor.Por último, faremos suprimentos de alimentos para a seca,quando o gado sofre mais, comprando os adubos em conjunto”, contou o presidente da Asprumg.

 

http://www.gazetadesaojoaodelrei.com.br/site/2014/03/crise-no-setor-leiteiro-preocupa-produtores/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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