Crise na cadeia leiteira mobiliza as secretarias

Aquisição de leite em pó e crédito para produtores são algumas das medidas defendidas para minimizar efeitos da falta de pagamentos
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O atraso de pagamento por parte da indústria láctea, que aflige 20 mil famílias de agricultores, é acompanhado com preocupação pelos secretários estaduais da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, que, em pouco tempo à frente das pastas, já buscam solução de curto prazo para evitar que a situação ganhe proporções ainda maiores. Recém-empossado, Ernani Polo, secretário estadual da Agricultura, descreve o atual momento da bacia leiteira gaúcha como “uma das piores crises, ou a pior crise, da história do setor”.

Embora reconheça as limitações de atuação, já que o problema é de negociação entre indústrias e produtores, Polo argumenta que diante da gravidade da situação é preciso não só buscar uma alternativa imediata como desenvolver uma agenda positiva para o leite, já que 120 mil famílias dependem da atividade. “Precisamos virar a página dos problemas de adulteração e desenvolver uma agenda positiva do leite senão muitas famílias vão abandonar a produção”, defende, informando que, nesta semana, participará de uma reunião na Câmara Setorial do Leite para aprimorar o debate e buscar soluções. O secretário fala, inclusive, em negociar com as empresas que estão devendo.

Na Secretaria de Desenvolvimento Rural o tema também é acompanhado de perto pelo secretário Tarcísio Minetto. “Em Santa Rosa, uma das regiões mais afetadas pela falta de pagamento, as reuniões entre produtores têm sido frequentes e nós estamos acompanhando”, detalha. As duas pastas elaboraram um documento, em conjunto com entidades do setor como Fetag e Farsul, além da Famurs, contendo uma série de proposições. Entre elas, as principais são a aquisição de leite até 20 mil toneladas de leite em pó por parte de Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – uma média de 4 mil toneladas por mês ao longo de um trimestre – e a criação de uma linha de crédito especial, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para produtores prejudicados.

O primeiro tesoureiro da Fetag, Nestor Bonfanti, explica que o mecanismo para concessão do crédito emergencial ainda não foi definido, mas diz que considera importante que essa linha não sofra incidência de juros, já que além dos pagamentos estarem atrasados, os produtores estão recebendo uma remuneração muito baixa pelo litro de leite entregue à indústria. “Alguns estão ganhando R$ 0,40 pelo litro”, relata, alertando que o atual cenário propicia situações que considera abusivas por parte da indústria. Além do valor baixo pago pela produção, Bonfanti menciona exigências que chegam a inviabilizar a entrega de leite para algumas propriedades como a de substituição dos tanques de imersão pelos de expansão e a de produção mínima de 100 litros de leite para que o produto seja coletado na propriedade.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=186387

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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