Hoje, no primeiro dia de trabalhos do 11º Congresso Internacional do Leite o assunto era Cooperativismo no Brasil e no mundo. 1,3 mil participantes participaram dos debates sobre o tema. O moderador do painel, Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), fez a abertura das atividades. Segundo ele é preciso pensar a cadeia leiteira de maneira mais estratégica. “Temos que ter visão clara de onde o setor lácteo vai estar daqui a 20 anos”, disse.

A solenidade de abertura do 11º Congresso Internacional do Leite foi realizada na noite de ontem, 21 de novembro, em Goií¢nia (GO). O objetivo do Congresso é discutir e atualizar questões relacionadas com a sustentabilidade e competitividade da pecuária leiteira no Brasil, e, também elaborar uma agenda de polí­ticas públicas para o fortalecimento do negócio do leite no paí­s.

“Em Goiás 65 mil propriedades produzem leite diariamente. São 246 municí­pios, que geram 220 mil empregos. Essa é a cadeia mais produtiva do Estado”, destacou o presidente do Sistema FAEG/SENAR, José Mário Schreiner durante a abertura do evento. De acordo com ele, a vinda do 11º Congresso é fundamental para os produtores brasileiros, que vão receber nesses dois dias de trabalho informações que são essenciais para o desenvolvimento da cadeia.

Sobre o cooperativismo no mundo, o Ex-ministro da Agricultura e Coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio na Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, deu a sua contribuição ao debate. Ele destacou que o mundo, atualmente, não tem lí­deres que dão um norte necessário ao planeta. “Exemplo disso foi a Rio+20, onde mais de 100 chefes de Estado não conseguiram chegar a uma agenda consistente que representasse a sustentabilidade”, lembrou.

Roberto Rodrigues comentou sobre um estudo realizado por uma importante entidade americana que cuida da economia alimentar, onde foi constatado que a oferta mundial de alimentos vai crescer 20% em 10 anos. “O Brasil vai ter que crescer 40%. Enquanto o mundo cresce 20%, o nosso paí­s vai ter que aumentar o dobro da sua produtividade alimentar. Isso significa que existe uma demanda sobre nós. í‰ o mundo dizendo que é necessário que o Brasil cresça mais do que o restante”, explicou.

O ex-ministro também disse que, 48% da agricultura brasileira passa pelo cooperativismo. “Estamos em perí­odo crescente e isso se deve í  firmeza e consistíªncia da OCB.” Ele acrescentou que a produção de leite depende de tríªs questões. “Tecnologia, produtividade e agregação de valores.”

Fonterra
Os participantes do Congresso acompanharam também a experiíªncia de sucesso da Cooperativa Fonterra, apresentada pela professora Associada de Gestão do Agronegócio e Co-diretora do Programa de Agricommerce da Massey University, Nicola Shadbit, da Nova Zelí¢ndia. Com tradução simultí¢nea, ela iniciou falando que se for olhar para o modelo de cooperativismo, percebe-se que é uma construção social. “Os membros são valorizados.”

Nicola explicou que existe diferença entre o cooperativismo e as empresas. “Nas cooperativas é olhado no final do dia uma mutualidade, onde existe a coesão social e o balanço de interesses.” Ela salienta que cooperativas, como a Fonterra, tem como seu principal ativo os membros que a compõem. “Os funcionários da Fonterra são apaixonados pelo o que fazem. E isso permite gerenciar a cooperativa de um modo melhor.”

De acordo com Nicola, a Fonterra tem 10,5 mi acionistas produtores. “Somos um setor que produz leite para todo o mundo. Temos um ciclo de vendas, onde nós estamos no topo.” Ele explicou ainda que 95% do leite produzido na Nova Zelí¢ndia são exportados.

Sucesso

Bernardo Macaya, presidente da Fepale, vice-presidente e diretor do Conselho Administrativo da Cooperativa Dos Pinos, da Costa Rica relatou o sucesso da entidade. Criada em 1947, a cooperativa é considerada uma das mais conceituadas do paí­s. “Ela começou pequena e, hoje, é composta por sócios que buscam vender seu leite e receber o valor necessário.”

Segundo Macaya, a Dos Pinos tem todo um processo de produção. “Essa cadeia vai da produção de alimentos concentrados, da equipe para o sistema de ordenha, além dos centros de distribuição até os nossos produtos que são colocados nos pontos de vendas.”

Ele explica que, a produção do leite, que é medida em quilos na cooperativa, varia de acordo com os associados. “São 690 produtores que produzem de 500 a quatro mil quilos de leite.” Macaya resume dizendo que durante esses 65 anos de empresa, a Dos Pinos já atua em 14 paí­ses. “Além de produzirmos 635 produtos diferentes”, declara.

Ao final das apresentações, o público participou de um debate com os palestrantes onde puderam esclarecer dúvidas e curiosidades.

A programação do 11º Congresso Internacional do Leite segue durante a tarde desta quinta-feira, onde os participantes contarão com a apresentação do segundo painel Desafios para a cadeia do leite nacional. O evento está sendo transmitido em tempo real pelos sites da Embrapa Gado de Leite:www.cnpgl.embrapa.br e do Sistema Faeg/Senar: www.sistemafaeg.com.br.

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG

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