#Casos de fraude no leite se devem a aumento na fiscalização, diz Mapa

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Coordenador diz que suspeitos relatam que exercem fraude há 20 anos. Terceira fase da Operação Leite Compensado investiga nova fraude.

 

Após a terceira parte da operação contra a fraude do leite ser deflagrada nesta quinta-feira (7) no Rio Grande do Sul, o Coordenador-Geral de Inspeção do Ministério da Agricultura, Luiz Marcelo Araújo, disse durante a tarde que os fraudadores já identificados afirmaram que exercem esta prática há cerca de 20 anos em propriedades rurais. Araújo disse que os novos casos estão sendo revelados devido à fiscalização mais rigorosa do produto antes que seja entregue na indústria.

 

«O que estamos visualizando hoje é exatamente o aperto da fiscalização. O que tem acontecido é que temos detectado casos que antes passavam despercebidos. Acreditamos que este tipo de fraude já ocorre faz tempo. Os próprios fraudadores que já foram identificados afimam que a prática já existe há pelo menos 20 anos. Eles nos dizem isso, que sempre promoveram este tipo de fraude e que agora é que a fiscalização está sendo mais rigorosa», afirmou o delegado ao G1.

Homem suspeito de liderar grupo que adulterava leite foi preso no interior do Rio Grande do Sul (Foto: Marjuliê Martini/MP)Homem suspeito de liderar grupo que adulterava

leite foi preso no interior (Foto: Marjuliê Martini/MP)

 

O empresário de 31 anos suspeito de liderar um grupo que adulterava leite em um depósito no município de Três de Maio, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, chegou a ser preso em flagrante no final da manhã desta quinta-feira (7) por porte ilegal de armas. Após ser encaminhado à Delegacia de Polícia da cidade, pagou fiança e foi solto. A operação do Ministério Público, que contou com apoio policial, encontrou uma arma calibre 32 em sua casa registrada no nome de outra pessoa. Quando foi realizada a operação, o homem estava no município de Giruá.

 

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Três de Maio e Nova Candelária. Foram apreendidos também documentos e notas fiscais. O grupo comprava leite prestes a vencer por preço até 50% inferior ao do mercado e, após a manipulação com água oxigenada, repassava para a indústria. O produto elimina as vitaminas A e E e, em altas concentrações, prejudica a flora intestinal. As apreensões ocorreram depois que a indústria detectou a fraude e informou as autoridades.

 

«O Ministério Público cobra ações mais fortes e concordamos com isso. Porque nenhum dos envolvidos é capaz de sozinho coibir este tipo de fraude. O Ministério da Agricultura só pode aplicar ações administrativas. No máximo fechar um laticinio, mas não podemos determinar prisão, quebra de sigilo, mas por outro lado existem limitações para a Justiça que muitas vezes não tem conhecimento técnico que nós temos. Eles podem punir rogorosamente as indústrias, mas eles sempre nos pedem auixilio para que possam passar a parte técnica», disse Luiz Marcelo Araújo.

 

Indústria garante que leite adulterado no RS não foi comercializado

A empresa que detectou a mistura de produtos químicos na bebida emitiu uma nota oficial no começo da tarde desta quinta garantindo que o leite adulterado foi totalmente descartado antes de chegar ao processo industrial. Portanto, não chegou a ser comercializado.

 

Segundo a Laticínios Bom Gosto, assim que a indústria descobriu a fraude, comunicou ao Ministério Público, que passou a investigar o responsável pela distribuição da mercadoria. De acordo com o MP, um transportador com sede no município de Três de Maio, adicionava produtos químicos para recuperar o leite que estava vencendo. Se o produto passasse da validade, ele adicionava água oxigenada para estabilizar a carga e entregar na indústria. Se identificava acidez elevada, o produto adicionado era a soda cáustica. O empresário foi preso em flagrante por posse ilegal de arma e ficará à disposição da Justiça.

 

Leia a nota de esclarecimento emitida pela Laticínios Bom Gosto:

A Laticínios Bom Gosto informa que o seu rigoroso controle de qualidade detectou a não conformidade de matéria-prima durante o processo de recepção no posto de captação. Imediatamente, seguindo todos os procedimentos, a empresa fez a rejeição e o descarte desse material, que não foi utilizado na fabricação de nenhum produto. Reforçamos que a companhia possui três pontos de checagem de qualidade e que a não conformidade do produto foi detectada na primeira delas. Desta forma, asseguramos que este leite não entrou em nenhum estabelecimento da empresa, logo, não foi utilizado na fabricação de nenhum produto.

 

Ao mesmo tempo, a Laticínios Bom Gosto comunicou o ocorrido às autoridades competentes, conforme estabelecido pela legislação. A empresa colaborou neste processo e continuará apoiando as autoridades no combate e prevenção às fraudes na distribuição do leite.

 

A Companhia enfatiza que aprimora permanentemente seu controle de qualidade no recebimento da matéria-prima e em todo o processo produtivo, seguindo os mais altos padrões de qualidade do Brasil, de forma a garantir a integridade dos produtos disponibilizados aos consumidores finais.

 

«Intensificamos as coletas de leite em todas as agroindústrias, que são as que vendem leites de caixinha, que vão para a mesa do consumidor. Isto tem dado resultado. O que se chegou hoje foi ao causador, ao fraudador. Estamos contribuindo fazendo as análises necessárias. Isto já tinha sido detectado pelo Ministério da Agricultura, que foi avisado pela indústria e repassou as informações ao Ministério Público», disse Signor.

 

Segundo o Ministério Público, três relatórios de um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura apontaram presença de água oxigenada, o que é proibido pelas normas da Anvisa. De acordo com os laudos de carga de leite da Laticínios Bom Gosto, duas delas, transportadas pelo Transportes Reidel & Dias Ltda, foram rejeitadas em 12 e 15 de outubro devido à presença de peróxido de hidrogênio.

 

A Comércio de Laticínios Mallmann Ltda rejeitou uma carga em 14 de outubro. No laudo, a empresa afirma: “lembramos que análise positiva para peróxido de hidrogênio é fraude. Por meio da adição de peróxido de hidrogênio (Água Oxigenada), uma ação fraudulenta ao leite, busca conservar suas propriedades físico-químicas, inibindo o desenvolvimento de microrganismos contaminantes. Esse tipo de fraude mascara deficiências da higiene nas etapas de ordenha, acondicionamento e transporte”.

 

O superintendente do Ministério da Agricultura no estado garante que a carga fraudada não chegou até os consumidores, no entanto, ele não tem como garantir que todo o leite adulterado foi identificado antes de ser disponibilizado para consumo.

 

«Esta carga não chegou. Foram encontradas na indústria que embala o leite. Mas como eu posso garantir que todo leite adulterado não chega ao consumidor? Estamos nas plataformas do leite de caixinha. O leite UHT. Todo o leite que chega na plataforma é analisado. As empresas têm condições de rastreabilidade, por isso denunciam», disse ele.

 

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-e-lavoura/noticia/2013/11/casos-de-fraude-no-leite-se-devem-aumento-na-fiscalizacao-diz-mapa.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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