A captação média por cooperativa em 2011 foi de 41.249 litros de leite por dia, enquanto nas indústrias particulares a média captada foi de 23.601/dia. Os dados fazem parte do Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite de Mato Grosso, produzido pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pedido da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), e correspondem aos 380 produtores de leite, 23 indústrias e 10 cooperativas que fizeram parte do estudo.
A pesquisa identificou que as cooperativas possuem estrutura de beneficiamento de leite maior do que as empresas particulares. Isso significa que elas fizeram mais investimentos do que as indústrias privadas e o aumento de produção de leite no estado é viável, pois já existe estrutura adequada para o recebimento do produto. As cooperativas trabalham 25% abaixo da sua capacidade total instalada que é de 54.931 litros/dia.
De acordo com o presidente da Famato, Rui Prado, as tríªs maiores bacias leiteiras do estado (Araputanga, Juscimeira e Terra Nova do Norte) se desenvolveram por meio da implantação de cooperativas. «Para muitos produtores, principalmente os pequenos, que produzem até 50 litros de leite por dia, é mais viável se organizar em cooperativas. í‰ o caso das tríªs maiores bacias leiteiras de Mato Grosso que foram desenvolvidas a partir da união dos produtores», comenta.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite), Alessandro Casado, muitos produtores preferem se associar í s cooperativas por conta dos benefícios, principalmente no que diz respeito ao oferecimento de assistíªncia técnica. «Muitas vezes o preço que a cooperativa paga pelo litro do leite é inferior ao da indústria particular. Em 2011, por exemplo,segundo o diagnóstico apontou, enquanto as indústrias pagavam R$ 0,69 o litro em média, as cooperativas pagavam R$ 0,67. Porém, a grande vantagem de se associar í cooperativa é a assistíªncia técnica e também a divisão dos lucros ao final de cada ano», explica Casado. Apesar desta vantagem, a pesquisa apontou que 95,5% dos produtores de Mato Grosso ainda não tíªm acesso a assistíªncia técnica especializada.
Atualmente, existem no estado 16 cooperativas. Uma das mais antigas é a Cooperativa Mista Agropecuária de Juscimeira (Comajul) que funciona há 34 anos e tem 741 cooperados. A unidade capta em média 75 mil litros de leite diariamente de produtores de toda a região sul do estado. O carro chefe da produção é o leite pasteurizado tipo C, que corresponde a mais da metade da produção da cooperativa, conforme explica a gerente administrativa, Cristiane í‰lida. «A Comajul nasceu da união de pequenos produtores da região sul. Ao longo dos anos conseguimos aumentar e melhorar nossas instalações. Nossa meta agora é aumentar a área de vendas, enviando nossos produtos para todo o estado».
Produtos – Do leite captado pelas cooperativas entrevistadas para o diagnóstico, 49% é destinado para a produção de muçarela. Outros 31,4% vai para a produção de leite pasteurizado tipo C . Já o leite longa vida corresponde a apenas 6,19% da produção.
A maioria dos produtos é destinada ao mercado local. No caso do queijo muçarela, 52% da produção é vendida aqui mesmo em Mato Grosso. Quanto ao leite longa vida, 65% da produção também atende ao mercado interno e 84% do leite pasteurizado tipo C é distribuído para os consumidores mato-grossenses.
A Famato é a entidade que representa os 86 sindicatos rurais de Mato Grosso. Em conjunto com o Imea e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), forma o Sistema Famato.
Fonte: Expresso MT
http://www.cooperativismo.org.br/cooperativismo/noticias/noticia.asp?id=17664