BR Foods avança sobre setor leiteiro no Estado

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A nova frente de ‘ataque’ da gigante brasileira do setor de alimentos é o sul do estado, precisamente a Grande Dourados
O anuncio de instalação de uma indústria de resfriamento de leite no municí­pio de Glória de Dourados, feito esta semana, serve como marco da entrada oficial da BRF – BR Foods na região sul do estado. A indústria brasileira é um dos maiores conglomerados industriais do mundo no setor alimentí­cio, ‘atuando nos segmentos de carnes (aves, suí­nos e bovinos), alimentos industrializados (margarinas e massas) e lácteos, com marcas consagradas como Perdigão, Sadia, Batavo, Elegíª, Qualy, entre outras’, segundo informe da indústria.

A BR Foods já é proprietária no estado de um grande laticí­nio em Terenos, cuja localização favorece o recebimento do leite produzido nas regiões central, norte e oeste do Mato Grosso do Sul, e que tem previsão de ser o maior do estado em processamento de leite. Agora, com a construção de uma unidade de resfriamento em Glória de Dourados, a indústria passa a operar com uma base também na região sul. A BRF investirá R$ 4 milhões no projeto.

O apetite da BR Foods pelo setor de leite não se limita a Mato Grosso do Sul, onde ela já vem investindo muitos milhões – Na verdade, o estado ainda representa muito pouco no cenário nacional do leite. Em todo o Brasil, de norte a sul, a BRF está fazendo grandes investimentos seja por compra de empresas locais, seja pela construção de novas plantas industriais. O fato é que a mega empresa quer fazer do leite um dos produtos importantes do seu portfólio, e por isso também avança sobre o Mato Grosso do Sul.

A fusão de grandes empresas em diversas áreas faz parte de uma estratégia do Governo brasileiro e é, também, polí­tica de Estado, cujo objetivo é formar mega empresas capazes de competir no mercado mundial e dar í s empresas brasileiras escala global. Contudo, o temor que isso leve í  formação de cartéis e monopólios também faz parte das preocupações do Governo, que através do Conselho Administrativo de Defesa Econí´mica (CADE), já alertou para esse risco. No caso especifico da formação da BRF, o presidente do CADE, na época, Arthur Bandin, afirmou que a criação da BR Foods não precisa significar a formação de cartel, mas salientou que é preciso ficar atento í  possibilidade de prejuí­zos ao produtor.

No caso das fusões que deram origem í  BRF, ele esclareceu que ‘a operação teve como principal justificativa a necessidade de internacionalização, de fortalecimento das exportações’. Segundo ele, ‘temos que olhar os mercados globais. Mas isso nunca pode significar um prejuí­zo ao consumidor nem ao produtor brasileiro. O CADE sempre olha o elo seguinte da cadeia, que são os consumidores, e o elo anterior, que são os produtores de insumos’.

Até agora, a entrada da BR Foods na região não causou temor ao único laticí­nio do sul do estado, o Camby. Segundo o responsável técnico da empresa, Eduardo Serafim, ‘ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa’. Ele não descarta o risco de monopólio do setor pela gigante do mercado: ‘corre o risco sim’, mas ressalta que ‘nos estados onde a BRF entrou no setor leiteiro ela não implantou uma polí­tica predatória’.

Para o CADE, a formação de conglomerados industriais pode ser positivo para o consumidor, o atual presidente (interino) do Conselho, Olavo Chinaglia, afirmou, na última quarta-feira (18), que embora ‘nas últimas duas décadas as fusões de empresas de diferentes paí­ses aumentaram em todo o mundo, os instrumentos de controle dos atos de concentração e das práticas anti-competitivas são ainda nacionais ou regionais’.

O temor maior é que a construção de um monopólio do setor leiteiro no estado leve o produtor de leite í  mesma situação que vive os produtores de frango e suí­no, que sofrem com a falta de competição nestes setores. Serafim avalia que a cadeia do leite no Mato Grosso do Sul ressente da falta de amparo do Governo Estadual. ‘Nós não temos uma polí­tica leiteira clara, definida e que seja boa para todos’, afirmou o empresário douradense.
Fonte: Folha de Dourados

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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