Bons ventos para a indústria da inseminação

Uberaba – Alheio à crise, o comércio de sêmen vai manter, neste ano, pelo menos o crescimento registrado entre 2013 e 2014, de 4,5%, segundo o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Carlos Vivacqua. Representantes de empresas que atuam no setor são mais otimistas e estimam alta de pelo menos 12%.
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Uberaba – Alheio à crise, o comércio de sêmen vai manter, neste ano, pelo menos o crescimento registrado entre 2013 e 2014, de 4,5%, segundo o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Carlos Vivacqua. Representantes de empresas que atuam no setor são mais otimistas e estimam alta de pelo menos 12%.

Além do preço valorizado do bezerro, que ultrapassa a marca dos R$ 1.400, Vivacqua afirma que há demanda de sobra nos pastos. Hoje, 12% das vacas em idade fértil são inseminadas. “Há uma demanda reprimida de 88%. Estes índices transformam o Brasil no maior mercado potencial do mundo”, afirma.

Em 2014, o comércio de sêmen para consumo final movimentou US$ 12 milhões no Brasil. Quando a prestação de serviço é contabilizada, o montante sobe para US$ 13,6 milhões. Como prestação de serviço, o presidente da Asbia inclui as extrações que são realizadas no rebanho do próprio fazendeiro, com o objetivo de manter a linhagem. “O uso de genética tem aumentado cada vez mais no Brasil, com o objetivo de melhorar o rebanho”, afirma Vivacqua.

Alta Produtividade

De acordo com Tiago Carrara, gerente de mercado da Alta Genetics, central de genética com unidade em Uberaba, a cotação do bezerro valorizada tem enchido os olhos dos produtores, que buscam aumentar o lucro do rebanho. Carrara comenta que a genética é responsável por 25% da produtividade de um animal. “O produtor sabe que melhorando a genética o lucro aumenta”, diz o gerente de mercado.

Nessa linha, ele espera crescer, pelo menos, 17% a mais do que no ano passado na venda de sêmen destinada ao gado de corte. No geral, incluindo o gado leiteiro, a previsão é aumentar em pelo menos 12% o comércio. Os índices são os mesmos registrados entre 2013 e 2014.

Das 200 milhões de cabeças de gado que há no Brasil, 60 milhões são fêmeas. Pouco mais de 6 milhões são inseminadas

A empresa possui unidades em nove países, de onde atende todos os continentes. A partir da central de Uberaba, no entanto, ela exporta sêmen para a América do Sul e Panamá, principalmente. As raças zebuínas são o carro-chefe das exportações a partir do Brasil.

“Exportamos para onde o país tem acordo internacional. Este é o nosso único empecilho”, diz. Na central uberabense da Alta existem 278 touros geneticamente melhorados. A dose varia de R$ 12 a R$ 3 mil. Vale lembrar que uma dose não é garantia de que a vaca ficará prenhe.

O presidente da comissão de gado de corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antônio Pitangui de Salvo, ressalta que a carne vermelha está entre os últimos produtos retirados do carrinho de compras em momentos de piora da situação econômica. “As pessoas que ascenderam na classe social não deixam de consumir produtos lácteos e carne vermelha. É mais um ponto que fortalece o mercado”, justifica Salvo.

Lucro garantido e ampliado com melhoramento genético

Investir em melhoramento genético do gado pode significar lucro de até R$ 1.926 por hectare, enquanto um produtor que não se preocupa com a manipulação dos genes tem apenas R$ 32 de lucro na mesma base de comparação.

Os números, levantados em uma fazenda do Mato Grosso a partir da criação de animais da raça nelore, são resultado de uma pesquisa inédita realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), a pedido da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Na pesquisa foram analisadas diversas propriedades do país, comparando-as a terrenos próximos e similares em condições de clima, vegetação e tratamento dos animais. “Sempre soubemos que investir em genética resultaria em lucro, mas a pesquisa comprova”, afirma o superintendente de Marketing da ABCZ e um dos responsáveis pela pesquisa, Juan Carlos Lebron Casamada.

“É importante lembrar que as condições com que o animal é criado também fazem diferença. A genética é uma das ferramentas utilizadas, mas é uma ferramenta extremamente poderosa”, completa.

O produtor de girolando Luiz Fernando Machado Borges sabe da importância de investir em genética na prática. Membro de uma tradicional família de criadores de Uberaba, ele diz que a qualidade dos animais é muito superior. Tanto que Borges vende os bezerros machos com genes modificados a R$ 10 mil. Se não fossem os genes, os animais seriam comercializados a cerca de R$ 1.400. Isso agora, que a cotação do gado está em alta.

Benefícios

A propriedade que utiliza animais com genes modificados conquista melhorias como um todo. Segundo a pesquisa, o aproveitamento ambiental das fazendas é 41% maior (redução de gases e consumo de pasto x ganho de peso, por exemplo) no caso dos gados de corte e de 14,3% no gado de leite.

O salário e o número de funcionários por hectare aumenta 50% nas fazendas de corte e 38% nas de leite. “Como o lucro é maior, há mais aproveitamento do espaço e distribuição de renda”, afirma Casamada.

http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/bons-ventos-para-a-industria-da-inseminac-o-1.317720

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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