#Balde Cheio apresenta resultados positivos em tríªs anos de atividades

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Um aumento da produtividade do leite entre 300 e 500%, elevação da renda familiar e a consequente melhoria da qualidade de vida dos pequenos produtores de leite da Agricultura Familiar são os principais resultados de tríªs anos de atividades do projeto Balde Cheio, da Corumbá Concessões S.A. (CCSA), gestora da UHE Corumbá IV, localizada em Luzií¢nia (GO). A tecnologia social foi implementada em parceria com a Fundação Banco do Brasil, a Diretoria de Desenvolvimento Regional Sustentável do BB e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

O Balde Cheio faz parte do Programa de Alternativas Produtivas, da CCSA, implementado em sete municí­pios do entorno do reservatório da UHE Corumbá IV. Gerar renda, melhorar a qualidade de vida dos produtores e contribuir para manter o produtor rural no campo são os principais objetivos do projeto que, na avaliação da analista ambiental da Corumbá Concessões e coordenadora do projeto, Paola Buss, “superaram as expectativas”.

O balanço do projeto foi apresentado durante tríªs dias de campo realizados em fevereiro e março, em Gameleira de Goiás, Abadií¢nia e Luzií¢nia. Em cada municí­pio, uma propriedade atuou como Unidade Demonstrativa (UD) e serviu como escola para os produtores das Unidades Assistidas (UAs), que aprendiam junto e replicavam as técnicas em suas terras. Participaram dos eventos autoridades e produtores da região do entorno do lago e de Brasí­lia. O dia de campo de Luzií¢nia aconteceu no dia 9 de março e contou com a participação da Associação de Mulheres Exercendo a Cidadania (Amec), que além de expor artesanato e alimentos caseiros, preparou o café da manhã tipicamente caipira, para receber os participantes.

O Balde Cheio beneficiou cerca de 80 produtores de sete municí­pios do entorno do reservatório da usina. Segundo Paola Buss, logo no iní­cio das atividades os produtores aprenderam o básico, que foi a formação dos piquetes rotacionados para alimentação do gado no perí­odo chuvoso e produção de silagem de boa qualidade para o perí­odo seco.

Ela explica que o diferencial da técnica é que se antes, em um hectare de pasto convencional uma vaca passava fome, hoje, com a tecnologia dos piquetes, num mesmo hectare dez vacas engordam e produzem mais leite. Além disso, a Corumbá Concessões e parceiros doaram botijões de síªmen de reprodutores premiados e os técnicos repassaram aos produtores a técnica de inseminação artificial. Visando melhorar a qualidade de vida das famí­lias, foram implementadas outras técnicas, a exemplo do curso de administração rural, construção de fossas sépticas biodigestoras, irrigação e recuperação de nascentes.

Luzií¢nia

As mudanças foram significativas no sí­tio Rabelo, do produtor Noé Rabelo, UD do projeto em Luzií¢nia. Segundo Noé, antes do Balde Cheio, a propriedade de 22 hectares não sustentava as 30 vacas, que eram retiradas para pasto alugado do vizinho até que o capim crescesse novamente. “Com o projeto, em 40 piquetes de sistema rotacionado, em apenas dois hectares, todo o rebanho se alimentava e engordava, não sendo mais preciso tirar o gado da propriedade”. Quanto í  produção de leite, ele diz que os resultados surpreenderam: “Logo no iní­cio, com as novas tecnologias, a produção quase dobrou e depois, com a melhoria genética dos animais, por meio da inseminação artificial, dos 4 ou 5 litros/dia, por animal, passamos a tirar 18 litros. Só isso já mostrou que estávamos no caminho certo”.

Força da mulher

Em Abadií¢nia, os melhores frutos do projeto estão sendo colhidos. Em sua apresentação do balanço do Balde Cheio em sua propriedade, o assentamento Barro Amarelo, a produtora Miraci Moreira Gonzaga falou da sua luta em busca de um sonho para se enquadrar na categoria de pequena produtora. Ela conta que ao entrar no Balde Cheio, esbarrou na impossibilidade de pedir empréstimo bancário para adquirir animais (o pré-requisito era ter 10 vacas em lactação), já que ninguém no assentamento tinha acesso a financiamentos por falta da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Persistente, ela pediu animais emprestados e iniciou no projeto, quando tirava 50 litros de leite/dia, de 10 vacas. “Hoje, nós estamos com 20 animais e tiramos 250 litros/dia, conseguimos comprar um carro zero e um resfriador de leite, e reformar a casa. Deixei de ser produtora “invisí­vel” para ser uma pequena produtora, com credibilidade, graças ao projeto”, comemora.

Prosperidade

O produtor Wellington Serafim, proprietário da Fazenda São José, UD do projeto em Corumbá de Goiás, mostrou aos participantes como conseguiu prosperar com o lucro da produção leiteira e uso de outras técnicas oferecidas pelo Balde Cheio. No iní­cio, de 50 litros/dia de leite, ele passou a tirar 270, conseguiu comprar um pedaço de terra, melhorou seu rebanho em quantidade, e qualidade e faz inseminação artificial. “Nesses tríªs anos, conciliei meu trabalho como servidor público e na fazenda. Minha meta é, ainda este ano, pegar uma licença e trabalhar somente com o gado”, traçou.

Futuro dos jovens

O filho do produtor João Amauri Dutra, Amaury Valença Dutra, da fazenda Bom Jardim, UD de Gameleira de Goiás, falou sobre as dificuldades e o futuro dos jovens do meio rural. Há dois anos, ele voltou para a lida no campo para continuar o trabalho da famí­lia, como sócio do pai. Amaury trabalhou durante oito anos na cidade, como mecí¢nico, conseguindo um patrimí´nio de R$ 14 mil. Em apenas dois anos no projeto, só em investimento na propriedade ele aplicou R$ 35 mil. “O projeto foi um divisor de águas. Se não fosse ele, a gente estaria ainda no sistema primitivo de manejo de gado, não teria nem a metade do que temos e talvez eu não tivesse voltado para a fazenda, pois a questão financeira sempre fala mais alto”.

O Balde cheio proporcionou, também, uma boa mudança na vida dos produtores das Unidades Assistidas (UAs), que replicaram as técnicas implementadas pelas UDs. Como é o caso de Gildete Gomes, que aprendeu a trabalhar bem o terreno e a pastagem, com a introdução dos piquetes, e conseguiu aumentar a renda da famí­lia. “Foi bom o projeto e a gente pretende continuar o trabalho, aprender cada vez mais e buscar mais parcerias”, avaliou.

Foram “notáveis” os resultados do projeto, na avaliação da zootecnista do Balde Cheio, Júlia Carolina Barros de Deus. “Hoje temos novos desafios, que são frutos dos bons resultados do projeto. Dona Miraci, de Abadií¢nia, que não tinha vacas para iniciar, hoje tem 80 cabeças; João Amauri, de Gameleira, está trocando seu tanque resfriador pela segunda vez, pois já está pequeno para a produção atual; e vários outros produtores estão aumentando a pastagem”, exemplificou.

O Balde Cheio se encerra em maio, quando os produtores darão continuidade aos trabalhos por conta própria, a partir das técnicas que aprenderam e aplicaram em suas propriedades. Segundo Júlia Carolina, existe a possibilidade de o projeto ser assumido pelas prefeituras e outros parceiros. Um dia de campo para o encerramento do projeto está programado para maio, em Corumbá de Goiás.
http://www.radioriovermelho.com.br/site/noticia.php?id=3474

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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