A nova classe social que emergiu do campo

Com mais assistência produtores rurais de Piraí têm condições de vida e trabalho melhores
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Piraí – Nem os mais otimistas militantes da área rural poderiam imaginar a dois anos atrás, quando o Prefeito Dr. Luiz Antonio anunciou uma mulher no comando da pasta da agricultura no município de Piraí, que em tão pouco tempo aconteceria uma verdadeira revolução no “Campo Piraiense”. Se compararmos a situação atual dos produtores rurais do município, com relação aos últimos anos, o cenário melhorou tanto em relação à assistência técnica, quanto nas necessidades básicas, como energia elétrica, por exemplo.

Em 2010, a reportagem da Folha Vale do Café (na série ‘O Piraí que poucos conhecem’) verificou que produtores como Alaíde dos Reis Silva não tinham energia elétrica, tampouco auxílio para cuidar de suas plantações. Hoje em dia, os trabalhadores da área rural recebem anualmente 10 horas de aração, cursos de qualificação e participam de programas que visam condicionar a vida saudável aos animais e, por consequência, produções de qualidade, além de outras contemplações. Atividades como essas proporcionam estabilidade ao produtor, que se dedica exclusivamente à produção e com ela consegue sustentar a família.

Mudanças

Aos 78 anos, Alaíde do Reis Silva, do assentamento Roseli Nunes, pôde finalmente comprar uma geladeira, tudo porque há cerca de quatro meses a sua casa recebeu energia elétrica. E ele declara sua satisfação com a assistência que tem recebido para manter e expandir a sua produção, que é para consumo próprio e também vende para outros lavradores. “A situação está bem regular. Boa, posso dizer, porque hoje nós temos luz, temos ajuda da Secretaria de Agricultura de Piraí e hoje a gente tem uma lavoura que não tinha, não tinha aipim, não tinha batata, não tinha banana e hoje nós temos tudo”, sintetizou o produtor que estima colher 100 quilos de quiabo por semana e vende para Claudecir Ticiani, conhecido como Claudio, outro trabalhador rural, que revende o produto.

Há sete anos em Piraí, Cláudio, de 42 anos, também assentado, deixou o emprego para trabalhar apenas em sua lavoura. Com família para sustentar, a seis meses atrás o produtor constatou a possibilidade de ter a venda de sua produção como renda única. Com clientes no comércio, na feira aos sábados, situada no Centro, e de porta em porta, Cláudio fatura, em média, entre R$ 1.500 e R$ 2 mil. ‘Na produção rural eu faço o meu tempo, trabalho quando eu quero, posso me dedicar à minha família e com o dinheiro que a gente ganha dá para viver bem’. Ele reforça ainda que em seu plantio o adubo usado é totalmente orgânico, o que favorece os consumidores que ao valorizarem a produção local também se beneficiam com qualidade e saúde.

Empecilhos

Renan Costa Ouverney planta há cerca de três anos e apesar da assistência técnica que recebe como produtor sente dificuldade em relação à venda para o comércio. Segundo ele, o valor que alguns comerciantes querem pagar ainda é muito baixo. Renan cultiva pimentão, berinjela, jiló, quiabo, abóbora, entre outras culturas, e por ser sozinho para plantar e vender não há muita vantagem sobre o preço, de acordo com o agricultor. Além de também não ser viável participar dos cursos de qualificação, pois acontecem, em geral, durante o dia e Renan alega que ‘não tem como eu deixar de trabalhar, deixar de fazer uma entrega para ir aos cursos’. Uma de suas entregas é para o restaurante Rancho Novo. A gerência do restaurante informou que há a preocupação em fornecer para seus clientes alimentos de qualidade, que não tenham agrotóxicos além da intenção de ajudar e valorizar os trabalhadores locais.

Programa de genética é um diferencial no município

Em 2014, o período de estiagem dificultou o trabalho de todos os produtores, independente da área. O produtor de leite Júlio César Aguiar de Carvalho, que comanda desde maio o sítio de seu pai, Geraldo, na Pedreira, em Arrozal, obtém 120 litros de leite diariamente, mas na época da seca só era possível tirar leite de suas dez vacas uma vez por dia, não passava de 60 litros. O leite produzido é para consumo próprio da família, o que Julio produz para comercializar é queijo. Segundo ele, na época da seca a procura pelo produto era maior, já que todos os produtores estavam com menor demanda. “Se eu tivesse 500 formas de queijo saiam todas, mas hoje se eu tiver a mesma quantidade sai 200 ou 300”, comparou.

De acordo com o produtor, o Programa de Melhoramento Genético da Secretaria Municipal de Agricultura, a novilha é mais valorizada e tem uma produção maior. “Uma vaca produz 12 litros de leite, com o melhoramento passa a produzir de 15 a 20 e o valor dela, que costuma ser de R$ 1.500 passa a ser de R$ 2 mil a R$ 2.500. De uns tempos para cá tudo tem melhorado muito, temos veterinário, toda uma assistência técnica, não precisamos comprar vacina, porque a Prefeitura de Piraí fornece. Com essa assistência a tendência é só melhorar”, declarou Julio animado com os resultados.

Assistência

A secretária de Agricultura Carla de Carli é a principal responsável pelo assistencialismo no meio rural. Empenhada em oferecer condições que viabilizem o trabalho dos produtores, Carla reforça a importância da vacinação de Brucelose, no Programa de Sanidade, feita em bezerras e segundo os dados, o município de Piraí se destaca em número de animais atendidos: 1126 bezerras de 3 a 8 meses, de 243 produtores. Mesmo com profissionais disponíveis para atender os produtores, a secretária enfatiza que a realização dos cursos de qualificação garantem independência. “Os cursos visam proporcionar conhecimento e autonomia aos produtores, sendo fornecido o material ele próprio pode manusear, não precisa ficar esperando o veterinário”, explicou.

Neste ano cerca de 410 produtores foram atendidos com serviço de aração, com 10 horas para cada, e roçada. Mas, segundo a secretária, há certa fiscalização para verificar se o agricultor está cuidando da terra, porque ‘o custo é alto, então, se não cuidar, não plantar, no próximo ano ele vai perder a oportunidade’ enfatizou Carla.

http://www.folhavaledocafe.com.br/cidade/a-nova-classe-social-que-emergiu-do-campo-1.1529104#.VL0DWHswAg4

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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