#Fazendeiro desatualizado está fadado ao fracasso

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Em reunião sobre os desafios do agronegócio no Estado, participantes elegem gargalos em propriedade rural

A sucessão hereditária na propriedade e a gestão na cadeia da atividade agropecuária constituem os desafios dos produtores, segundo os participantes da mesa-redonda da Fundação Dom Cabral, que debateu, ontem (5), o Agronegócio no Estado de Goiás. O encontro de personagens importantes do agribusiness goiano teve o objetivo de promover uma discussão em torno do desenvolvimento e oportunidades do segmento. A conclusão geral do encontro foi a de que o fazendeiro que não se organizar, nem se atualizar estará fadado ao fracasso, inclusive sem as suas terras.

A caríªncia de mão-de-obra especializada, onde se insere o manejo integrado e a transferíªncia de tecnologia, constitui um dos gargalos da atualidade numa propriedade rural, conforme depoimento dos participantes. A gestão ou a geríªncia do negócio da fazenda foi exposta com muita clareza pelos expositores. «O produtor está com dificuldade e não sabe», comentou um dos participantes, preocupado com o futuro da maioria dos pecuaristas e agricultores.

Gerente da filial da Atman em Goiás, Paulo Borges, apontou que o agronegócio mostra a sua importí¢ncia global, mas “nem todos os produtores perceberam e não se prepararam para a gestão estratégica”. Em consequíªncia os problemas.

Ex-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Sebrae, e atualmente produtor de leite no municí­pio de Anápolis, João Bosco Umbelino dos Santos reclama de pontos-chaves como o da logí­stica e da infraestrutura, mas reconhece também que “a gestão é falha”. Em sua visão, o produtor “cresceu num foco cultural e jamais mudou”.

O resultado desse comportamento é que “hoje a realidade é outra e quem não se organizou nem cuidou de sua própria sucessão quebrou”. Bosco exemplifica melhor: “O produtor das décadas de 60 e 70 não prepararam seus filhos para a sucessão e com isso a segunda geração ficou sem a propriedade”. O tradicionalismo, nesse caso, paga caro.

A capacitação dos recursos humanos é vista como necessária e inadiável pelos participantes do encontro. Marcos Pinto Lima Filho, da Ceagro, empresa exportadora de grãos, concorda com a totalidade dos participantes sobre a necessidade do agropecuarista dispor de plano sucessório. “Caso contrário, ele terá que vender suas terras”, diz. O pessoal preparado para o desempenho gerencial na fazenda é defendido por ele. “Há necessidade de treinamentos das pessoas para que as coisas andem mais e melhor”, constata.

Houve quem apontasse ainda as dificuldades no preparo do empregado para a participação num curso, mesmo de duração rápida, porque o empregador rural «nem sempre compreende quanto o treinamento de seu pessoal é importante». Marcos Pinto víª essa atitude como de falta de visão para a gestão do agronegócio. Profissionais como agrí´nomo e veterinário precisam estar atualizados do que ocorre no mundo cientí­fico e tecnológico.

“O desafio é trazer esse produtor para a nova realidade”, reconhece o professor Alberto Portugal, ex-presidente da Embrapa, que participou da mesa-redonda, vindo especialmente de Belo Horizonte. A sua proposta, no entanto, é a de que iniciativas sejam postas em prática para sensibilizar os produtores resistentes í s mudanças de paradigmas. “Hoje o processo de mudança é bastante veloz nos campos tecnológicos, da informação e do conhecimento», avalia, recomendando a atualização dos agropecuaristas ao acompanhamento contí­nuo do que se passa no mundo e que interessa ao seu próprio bolso.

Segundo ele, as transformações estão ocorrendo na cadeia produtiva. Digamos da porteira para fora. Exemplo são as fusões ou alianças das empresas, que resultam em concentração. Se o produtor não se organizar e entender esses avanços, a tendíªncia é que esse setor fique no prejuí­zo. Pelos dados em seu dispor, dos cinco milhões de produtores rurais, apenas 6% respondem hoje pela produção de escala. E conclui taxativo: “Terra não é problema, problema hoje é o capital, a tecnologia e a gestão”.
http://dm.com.br/texto/77823-fazendeiro-desatualizado-esta-fadado-ao-fracasso

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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