Vacas usadas em pesquisas da USP são transferidas após série de furtos

Para pesquisadores, remanejamento de animais prejudica estudos científicos. Nos últimos três anos, 64 vacas da raça Jersey foram levadas de fazenda.
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Vacas usadas em estudos científicos da Universidade de São Paulo (USP) começaram a ser transferidas de uma fazenda experimental do Estado de São Paulo, em Ribeirão Preto (SP), para uma estação em Nova Odessa (SP).

Segundo a Agência de Tecnologia dos Agreonegócios (Abta), o remanejamento dos animais foi provocado por uma série de furtos registrados no local nos últimos três anos, e que se intensificaram nos últimos meses. Na região, pecuaristas também tiveram prejuízos.

Pesquisadores temem que a transferência atrapalhe o andamento dos estudos científicos, como o do chamado «leite vitaminado», enriquecido com vitaminas que podem aumentar a resistência das pessoas e previnir contra doenças.

«Eles falaram que é um problema de segurança, mas não sana o problema nosso de segurança. Só estão tirando os animais, porque o problema de segurança vai continuar», disse a pesquisadora da USP Márcia Salles, que participa de estudos para produção de leite biofortificado.

Pesquisa
Segundo ela, levar as vacas para a sede do Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa, pode prejudicar a pesquisa. «A gente precisa pasteurizar o leite, não tem como a gente tirar o leite lá, a 200 quilômetros de distância, e trazer para pasteurizar. Estraga o leite», comentou.

Outras pesquisas que são desenvolvidas na fazenda de Ribeirão e que podem sofrer com a transferência das vacas são um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), sobre emissão de gás metano, e um estudo sobre segurança alimentar, com uso de soja transgênica como ração.

«Essa transferência vai acabar fazendo com que o corpo técnico seja cancelado, porque nem todos vão ser transferidos», disse o presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (Apqc), Joaquim Azevedo Filho.

«A gente acha que têm outros interesses e que por isso estão forçando essa transferência, com base nos animais que estão sendo roubados e não tomam nenhuma atitude contra isso», afirmou Azevedo. «Quanto mais roubar, mais vai justificar essa transferência».

Roubos e justificativa
Em entrevista ao G1, o presidente da Agência de Tecnologia dos Agronegócios, Orlando de Melo Castro, ligado à Secretaria de Agricultura, negou que o remanejamento afete os estudos científicos e que os furtos de vacas aceleraram uma transferência que já seria implementada.

«Era uma ideia que a gente já estudava há anos quando começamos a discutir priorização de programas de pesquisa de diferentes institutos», disse. «Uma das áreas que a gente tinha carência de trabalho era na seleção de gado de leite».

Segundo a Abta, nos últimos três anos foram furtados 64 animais da raça Jersey e foram recuperados 17 animais, com apoio das polícias Militar e Civil. Os furtos, entretanto, ajudaram aprejudicar o andamento dos estudos.

«Isso acelerou nossa decisão, porque são animais de pesquisa. Você tem um experimento com 5 ou 6 animais e se você tem um roubo de um lote ou de outro, você está prejudicando a própria pesquisa», disse Castro.

Questionado sobre possíveis investimentos em segurança dentro da fazenda para evitar os furtos, ele afirma que o custo seria maior que a transferência. «A gente tem vigilância na sede, com sistema de câmeras, que de fato a gente não tem problema de roubo, mas o problema é no campo e o custo de se manter essa vigilância é de R$ 500 mil por ano, o custo é muito caro».

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/03/vacas-usadas-em-pesquisas-da-usp-sao-transferidas-apos-serie-de-furtos.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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