Campo Grande (MS) – As margens da Rodovia MS 040, não muito distante do centro de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, encontramos na Fazenda Cachoeira São Sebastião, de propriedade de Reinaldo Vilela Moura Leite, um casal que com um trabalho de manejo simples, mas baseado na atenção aos pequenos detalhes, tem feito a diferença na atividade da bovinocultura de leite na propriedade.
Em pouco mais de 25 hectares de área de pastagem, com a utilização do sistema de rotação de pastagem com cerca elétrica, Diego Machado Helrighel Toledo gerencia, com ajuda de sua esposa Janaina, um rebanho da raça Girolando (1/2 e ¾ de sangue Holandês), com 60 matrizes.
Com cinquenta vacas em lactação a produção média chega a 1.500 litros de leite por dia, graças, segundo Diego, ao trabalho minucioso e sincronizado dele e da esposa, que vai desde o manejo reprodutivo feito através de inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV), o manejo nutricional feito com pastagem e suplementação de silagem e concentrado, um trabalho de conservação da pastagem onde utilizam adubação nitrogenada pós pastejo (fracionada durante o ano) e fertirrigação com esterco, até o trabalho de ordenha, onde está concentrado boa parte do segredo do sucesso do trabalho, segundo o gerente.
Durante o trabalho na ordenha, que acontece duas vezes ao dia, entre 4h e 6h da manhã, e a tarde entre 15h e 17h, é possível perceber que a sintonia e concentração do casal, a higienização, o conhecimento e a paixão pela atividade fazem a diferença. “Não me vejo fazendo outra coisa”, comenta sorrindo Janaina, que emenda confessando conhecer todo rebanho e ter dado nome a boa parte das vacas e bezerros da propriedade.
Mesmo acordando às três horas para realizar toda higienização e organizar a ordenha para iniciar pontualmente às quatro horas, Diego e Janaina se dizem satisfeitos com o trabalho e privilegiados pela oportunidade dada pelo patrão Reinaldo, de saírem de São Paulo para morar naquela Fazenda, inclusive pela possibilidade de passar seus ensinamentos para o filho mais velho, que faz questão de ocupar boa parte de suas horas de folga da escola para estar ao lado dos pais, na lida.
Enquanto lavava as mãos, colocava o avental e as luvas, higienizava muito bem os ubres de cada vaca apartada pelo esposo, Janaina contava sobre os cursos e capacitações pelos quais passaram e comentou sobre a importância da assistência técnica prestada pelo engenheiro agrônomo da Agraer, Mamed, técnico do ‘Programa Leite Forte’ que, através do programa de melhoramento de pastagem, aplicou na propriedade o sistema de manejo rotacionado utilizado até então com sucesso.
Os cursos oferecidos pela Associação Girolando, da qual também fazem parte, também foram apontados como um diferencial para o trabalho dos dois. “A gente precisa estar sempre aprendendo, trazendo novas técnicas aqui pra dentro pra garantir que os resultados sejam cada vez melhores”, comentou Diego.
Ao terminar a ordenha, aplicar medicação em algumas vacas e limpar todo curral, Janaina nos explicou sobre a ordenha mecânica – e a importância dos cuidados pré e pós ordenha – levou-nos a conhecer a sala de espera, o bezerreiro, o escritório, o deposito, o laboratório, os resfriadores, os banheiros, as esterqueiras, troncos de contenção, e apresentou-nos ainda o irmão e a cunhada, que os auxiliam no trabalho.
Antes de finalizar a visita, pudemos conferir o trabalho de limpeza do curral que inclui lavagem de toda estrutura e desinfecção dos equipamentos, e ouvir de Diego a importância das orientações que são trazidas pelos técnicos e a forma como as aplica no dia a dia na Fazenda.
Kelly Ventorim – Sepaf
http://jornaldiadia.com.br/producao-de-leite-em-ms-fazenda-cachoeira-sao-sebastiao-capricha-no-manejo-e-melhora-resultados/