A decisão é de caráter liminar e atende a um pedido do MP. As empresas que terão veículos e imóveis bloqueados são a Confepar, que possui matriz paranaense e unidade na cidade gaúcha de São Martinho, e a Transportes Rafinha, cuja sede é em Gaurama. Além delas, os dois sócios da Transportes Rafinha também foram comprometidos pela decisão.
Com o intuito de que o dinheiro dos envolvidos – que pode ser usado em indenizações – saia de suas contas, a Justiça também quebrou o sigilo bancário dos investigados e o bloqueio de eventuais saldos.
A Confepar é investigada por supostamente comprar leite com ureia no RS e revendê-lo com o selo Polly no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Três executivos da empresa foram denunciados. Ao mesmo tempo, a Transportes Rafinha é suspeita de adicionar água ao leite antes de descarregar o produto na indústria, no RS.
No dia 3 de dezembro, foi desencadeada a sétima Operação Leite Compensado. Na ocasião, foi verificada a adulteração do leite em um esquema mais amplo do que o flagrado nas operações anteriores, que tiveram início em maio de 2013. Ficou comprovada a fraude em várias etapas da cadeia produtiva, desde a produção, até os postos de resfriamento.
A reportagem tentou contato com os envolvidos no início da noite desta sexta-feira, mas até a publicação desta reportagem, nenhum retorno foi obtido.
Leite Compensado
As operações Leite Compensado 1 e 2 foram desencadeadas em maio de 2013 e verificaram a adição de água e ureia durante o transporte do produto no RS. A Leite Compensado 3, de novembro do mesmo ano, descobriu o implemento de água oxigenada no traslado do alimento.
Já a Leite Compensado 4, comprovou a adição de água e ureia no transporte e em postos de resfriamento de leite em solo gaúcho. A Operação 5 chegou até a indústria, onde água e produtos químicos eram adicionados ao alimento para mascarar sua deterioração.
A Operação Leite Compensado 6 ultrapassou as fronteiras do RS. Além de postos de resfriamento e cooperativas gaúchas, foi descoberto no Paraná a adição de água e elementos químicos para forjar o leite que já estava impróprio para consumo. A operação mais recente, a Leite Compensado 7, descobriu a colocação de água e sal no transporte, resfriamento do produto e em cooperativas no RS.
Fonte: Bol.uol.com.br