O presidente do CDS-PP/Açores, Artur Lima, afirmou que há indícios de «gestão danosa» na cooperativa LactoPico, nos Açores, defendendo a realização de uma auditoria.
“Isto é um caso de polícia. í‰ preciso recuar no tempo para se perceberem estes indícios de gestão danosa. As pessoas que a praticaram ainda estão por aí, são políticos no ativo e era preciso que fossem responsabilizados pelos seus atos e pela gestão que tiveramâ€, afirmou.
Artur Lima fez estas declarações depois de se reunir com agricultores da ilha do Pico, tendo acusado «gestões anteriores» da cooperativa de lacticínios e levantado dúvidas «sobre o negócio de construção da nova fábrica da Lactopico».
O dirigente do CDS-PP pediu ainda ao presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, para «assumir os compromissos que fez».
«Há um ano, o atual presidente do Governo esteve cá, quando a fábrica ainda era viável e produzia bem, deu garantias aos produtores e faltou-lhes í palavra, estando esta gente agora sem dinheiro para comprar ração, o que vai fazer com que a fábrica perca, este ano, dois a tríªs milhões de litros de leite para laborarâ€, afirmou, segundo o mesmo comunicado.
Para Artur Lima, era “importante†fazer-se “uma auditoria í gestão da cooperativa†e “ao processo de construção da nova fábricaâ€, dizendo que “não se percebe como é que uma fábrica com 12 anos já só tem equipamentos obsoletosâ€.
Também a Comissão Política Concelhia das Lajes do Pico do PSD divulgou um comunicado sobre a LactoPico em que revela que um grupo de produtores de leite «fez chegar ao presidente do Governo Regional um abaixo-assinado com um pedido de socorro para a sua situação».
Manifestando «total solidariedade» com os produtores, o PSD das Lajes do Pico apela «a todos os responsáveis pela cooperativa e do Governo Regional que ajam de acordo com o interesse das pessoas, da economia da ilha, da região e pela defesa de um setor que é marca indelével da ilha do Pico».
«Apelamos finalmente ao Governo [Regional], em particular ao seu presidente, que cumpra a promessa eleitoral de não deixar cair a Lactopico», líª-se na mesma nota.
A 22 de fevereiro, o Governo dos Açores anunciou um acordo com a LactoPico em relação a um plano estratégico de recuperação financeira da cooperativa, a executar em quatro anos. O protocolo previa libertação de verbas para responder aos encargos da cooperativa com os fornecedores e acesso imediato a um financiamento de 500 mil euros junto de uma instituição financeira e a garantia da renegociação da dívida da LactoPico para um prazo de 20 anos.
O presidente do Governo dos Açores tem repetido que o executivo está disponível para apoiar o redimensionamento da cooperativa de laticínios, e eventuais investimentos em novos equipamentos, que permitam assegurar a sua sustentabilidade, mas não para passar «cheques em branco para pagar dívidas antigasâ€.
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