O grupo francês Lactalis, dono da marca Parmalat, informou que as operações adquiridas da Lácteos Brasil (LBR) impactaram negativamente o resultado semestral da companhia em 2015, mas que melhorias operacionais em andamento já indicaram melhora no desempenho desta unidade nos últimos três meses.
Segundo a Lactalis, a LBR registrou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo em 5,7 milhões de euros nos seis primeiros meses do ano. «As operações adquiridas da LBR foram afetadas negativamente pelo desafio de retomar a produção após uma interrupção parcial», explica a companhia em relatório de resultados, referindo-se ao período de recuperação judicial da empresa brasileira.
De acordo com a Lactalis, isso fez com que produtos ficassem indisponíveis em pontos de vendas e impactou resultados. No País, os executivos ressaltam que a companhia está melhorando operações para alcançar níveis de rentabilidade «em linha com o padrão (da empresa)».
A Lactalis afirma já ter visto avanços neste processo nos últimos três meses e diz que «uma nova melhora da lucratividade é esperada para o segundo semestre». Na primeira metade do ano, o grupo Lactalis registrou lucro de 38,5 milhões de euros, queda de 57,2% ante o mesmo período de 2014.
O Ebitda recuou 8,1%, para 169,4 milhões de euros e as receitas subiram 13,2%, a 2,617 bilhões de euros. A companhia também reportou seus números semestrais em termos ajustados, desconsiderando aquisições recentes no Brasil, Itália, México e Austrália e retirando efeitos da hiperinflação na Venezuela.
Neste caso, o lucro avançou 5,6%, o Ebitda subiu 10,3% e as receitas, 6%. A companhia destacou que o mercado de lácteos tem sido afetado pela queda nos preços do leite, o que diminui custos de produtos de maior valor agregado, mas reduz a geração de receitas.
O grupo francês também cita que os países desenvolvidos seguem em crescimento econômico moderado e que emergentes estão em desaceleração, o que é negativo para o consumo.
Em relatório, a Lactalis afirmou sua estimativa de crescer entre 3% e 5% em receitas e Ebitda em 2015, considerando termos ajustados. Com a compra da divisão de lácteos da BRF, finalizada este mês, a companhia diz ser possível que as receitas aumentem até 8% este ano.
As projeções, diz a empresa, estão no intervalo inferior de guidances divulgados anteriormente. A Lactalis também cita que pagou 573,2 milhões de euros à BRF pela sua divisão, ante preço anteriormente estipulado em 623,6 milhões de euros. A diferença decorre da estratégia de hedge implementada pela companhia logo após a assinatura do contrato, em dezembro do ano passado.
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