Vigor e Itambé entram em ‘pé de guerra’ por causa de contrato com a Venezuela

Vigor/Itambe - Agora controladas por estrangeiros, as empresas acabam de chegar à quarta disputa judicial; em jogo, um ressarcimento de R$ 400 milhões
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Agora controladas por estrangeiros, as empresas acabam de chegar à quarta disputa judicial; em jogo, um ressarcimento de R$ 400 milhões

MIGUEL GUTIÉRREZ/EFE

A Itambé abriu uma nova disputa contra a Vigor acusando a antiga sócia de “roubar” um contrato de venda de leite em pó para a Venezuela.

A Itambé abriu uma nova disputa contra a Vigor acusando a antiga sócia de “roubar” um contrato de venda de leite em pó para a Venezuela. A empresa mineira pede um ressarcimento de R$ 400 milhões
A arbitragem, iniciada nesta segunda-feira (26), é mais um capítulo da guerra entre duas gigantes do setor lácteo: a francesa Lactalis, que comprou a Itambé, e a mexicana Lala, que adquiriu a Vigor.
No novo processo, a Itambé relata que passou a vender leite em pó para a Venezuela em dezembro de 2013, após a J&F fechar um contrato para fornecer carne, frango e leite para o país de Nicolas Maduro. Holdins dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a J&F é a antiga controladora da Vigor.
O negócio foi fechado diretamente por Joesley, que recebeu uma missão da Venezuela chefiada por Diosdado Cabello, um dos homens fortes do chavismo. Joesley teria sido apresentado a Cabello pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como a Vigor não produz leite em pó, o contrato foi repassado a Itambé, que fornecia diretamente ao governo da Venezuela e pagava uma comissão de 3% para a J&F. A Itambé recebia US$ 5,8 mil por tonelada do produto, o equivalente a R$ 20 mil.
Em junho de 2015, o contrato com a Venezuela foi transferido para a Vigor, que comprava o leite em pó da Itambé e de outros laticínios brasileiros. A Vigor passou a pagar a Itambé R$ 12 mil por tonelada, preço praticado no mercado interno.
Segundo pessoas que acompanham de perto o assunto, mas que pediram anonimato, a carga de leite em pó saia direto da fábrica da Itambé em Uberlândia (MG) para o porto de Santos (SP) e sequer passava pelas instalações da Vigor.
O esquema perdurou por oito meses. A Itambé agora cobra da Vigor a diferença entre os preços internacional e doméstico no período, o que equivalente a cerca de R$ 400 milhões.
O argumento da empresa mineira é que a lei das sociedades anônimas impede o acionista controlador de se apropriar de uma boa oportunidade de negócio da sua controlada. Embora tivessem partes iguais no negócio, o voto de minerva em decisões polêmicas era da Vigor.

Guerra

Essa é a quarta disputa judicial entre Vigor e Itambé, que começou quando a Lala adquiriu a Vigor da J&F.
Quando fecharam o negócio, os mexicanos também pretendiam levar a Itambé, que pertencia 50% a Vigor e 50% a CCPR (Cooperativa de Produtores Rurais de Minas Gerais).
Mas não conseguiram, porque a cooperativa exerceu seu direito de preferência, recomprou a parte dos Batista na Itambé e vendeu a empresa no dia seguinte para a Lactalis.
A Lala agora acusa a CCPR de romper o acordo de acionistas por não ter informado ao seu sócio, a Vigor, que também pretendia vender sua parte na Itambé.
O imbróglio já rendeu uma arbitragem privada e duas disputas na Justiça, que correm em sigilo. Até agora o negócio entre a CCPR e Lactalis não foi concretizado.
Procuradas, Vigor, Itambé e J&F não se pronunciaram.
http://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/mercado/vigor-e-itambe-entram-em-pe-de-guerra-por-causa-de-contrato-com-a-venezuela-9e7deau95y7s07vu70tmvb90z

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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