Crise econômica leva o comércio com a Venezuela ao patamar mais baixo da série histórica

O fluxo de comércio (exportações+importações) entre o Brasil e a Venezuela registrará este ano o nível mais baixo da série histórica e deverá situar-se em torno de US$ 800
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O fluxo de comércio (exportações+importações) entre o Brasil e a Venezuela registrará este ano o nível mais baixo da série histórica e deverá situar-se em torno de US$ 800 milhões, abaixo do montante de US$ 883 milhões apurados em 2003, que ficou marcado como o pior na história do comércio bilateral desde o ano 2000.
De janeiro a novembro as exportações brasileiras para a Venezuela acumularam uma queda de 60,15% e somaram pouco menos de US$ 427 milhões. Nesse mesmo período as vendas venezuelanas ao Brasil tiveram uma queda menos expressiva, de 8,97% e totalizaram US$ 347 milhões. Em 2012, o melhor ano da história das trocas comerciais entre os dois países, o fluxo de negócios bilaterais totalizou US$ 6,053 bilhões. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Se os números de 2017 são desalentadores, o ano novo que se aproxima tende a ser ainda mais sombrio na medida em que a crise política, institucional, econômica e social em que a Venezuela se vê mergulhada tende apenas a se agravar. Para completar esse cenário negativo, uma subsidiária americana da chinesa Sinopec decidiu processar a estatal petrolifera venezuelana PDVESA para receber US$ 23,7 milhões, mais indenizações, por um contrato de maio de 2012 no valor de pouco mais de US$ 42 milhões.
O valor em disputa é pequeno mas pode revelar uma ruptura de uma dimensão muito maior na relação sino-venezuelana. Entre 2007 e 2016 a China investiu mais de US$ 62 bilhões na Venezuela e Caracas tem enfrentado cada vez maiores dificuldades em honrar os compromissos dessa dívida devido à uma tempestade perfeita composta pela queda nos preços internacionais do petróleo e da produção da estatal venezuelana.
Além de turbulências nas relações com a China, seu maior credor internacional, a Venezuela enfrenta dificuldades até mesmo para importar produtos básicos, como alimentos e medicamentos e a carência de reservas em moedas fortes se reflete cada vez mais nos números do comércio bilateral com o Brasil.
Nos anos dourados desse intercâmbio a Venezuela chegou a figurar entre os dez principais países de destino das exportações brasileiras em geral e de produtos manufaturados em particular. Este ano o país ocupa uma modestíssima posição no ranking brasileiro das exportações (53º. lugar) e um não menos modesto 50º. posto na relação dos países que mais exportam para o Brasil. De janeiro a novembro a Venezuela foi o destino final de apenas 0,21% das exportações totais brasileiras.
E se entre os anos de 2007 e 2013 a Venezuela figurou entre os maiores importadores de produtos como aparelhos celulares, televisores e motos exportados pelo Brasil, este ano, dos cinco principais itens mais embarcados para a Venezuela, quatro são alimentos: açúcar (exportações no valor de US$ 62 milhões e participação de 15% nas exportações), carne de frango (US$ 47 milhões e uma fatia de 21%), milho (US$ 23 milhões e 5,3% de participação) e leite e creme de leite (US$ 16 milhões, correspondentes a 3,8% do total embarcado para o país vizinho). Os bens industrializados, outrora relevantes, ocuparam a segunda posição entre os cinco itens mais vendidos à Venezuela mas geraram receita de apenas US$ 53 milhões.

Crise econômica leva o comércio com a Venezuela ao patamar mais baixo da série histórica

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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