#Leite: Brasil faz “permanente trabalho de inteligência” para buscar parcerias na Rússia

Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

 

Na semana passada, ocorreu em Moscou a exposição internacional de alimentação World Food Moscow 2014. O Brasil foi um dos expositores mais importantes da feira, apresentando vários novos itens, além dos já tradicionais carne e café.

Em entrevista à Voz da Rússia, Almir Ribeiro Américo, gerente do Centro de Negócios de Moscou da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), comenta as relações econômicas atuais entre a Rússia e o Brasil.

– Quais são os principais resultados alcançados pelo Brasil na exposição?

– Houve excelentes perspectivas de parcerias entre empresas. Naturalmente, os produtores brasileiros de carnes deram boa sequência de seus negócios bilionários, mas o destaque foram as empresas de lácteos e maçãs, que estrearam com muito sucesso em sua ação presencial no mercado russo. Outras empresas de produtos alimentícios industrializados tiveram boas oportunidades para a definição de seus distribuidores na Rússia.

– Neste ano, foram também viabilizadas as exportações de produtos lácteos. A Rússia tem a possibilidade de se tornar um mercado importante para os laticínios brasileiros?

– Sim, o principal produto são as carnes. Mas esse é um mercado consolidado do ponto de vista das relações empresariais, pois de um lado temos os frigoríficos brasileiros certificados e autorizados a exportar para a Rússia e, do lado russo, temos as empresas que têm cota para importar carnes brasileiras. Logo, é um universo empresarial estreito, onde as empresas russas e brasileiras já se conhecem e os negócios acontecem de maneira muito natural.

No que diz respeito aos produtos lácteos, há ainda um grande trabalho a se fazer. Creio que a Rússia pode ser um grande mercado para o laticínio brasileiro e atualmente os produtos produtos com maior potencial são o leite em pó e as gorduras lácteas. Mas há ainda um grande desafio para internacionalizar as empresas brasileiras de derivados de leite. O mercado interno de produtos lácteos no Brasil é imenso e ainda são poucas as empresas que dedicam-se aos mercados externos. As evidentes oportunidades que o mercado russo apresenta certamente serão um grande estímulo para a internacionalização dos negócios dos produtores brasileiros de laticínios.

– Estavam presentes na World Food Moscow 2014 também empresas produtoras e exportadoras de outros produtos, como o café, os cereais, o açúcar. Qual é a parte e o futuro delas no comércio entre os dois países?

– Para os produtores brasileiros de gêneros alimentícios industrializados, o principal desafio é encontrar um parceiro russo que cuide da distribuição de seus produtos na Rússia. Produtos com marca própria demandam ainda uma estratégia de marketing para seu posicionamento do mercado. Infelizmente, são poucas as empresas brasileiras instaladas na Rússia, logo a estratégia óbvia é encontrar um parceiro local. É com esse objetivo que a Apex-Brasil promove ações estruturadas, com agendas de negócios customizadas para as empresas brasileiras participantes. Há um permanente trabalho de inteligência para aumentar a eficiência da busca das parcerias empresariais.

– Além das exportações de alimentação, quais são os projetos de que Brasil participa na Rússia?

– Há produtos tradicionais, como os calçados, que têm merecido um apoio reforçado para a ampliação de sua participação no mercado russo. Bolsas e outros artigos de moda também pegam carona nesse esforço. Recentemente, promovemos uma concorrida rodada de negócios no setor de franchising, com a participação de alguns dos melhores brands brasileiros nesse setor. Há ainda um planejamento para a ampliação das exportações brasileiras de produtos variados como rochas ornamentais beneficiadas, confeitos e rações animais.

– O Brasil planeja ampliar o número de itens exportados para a Rússia? Quais serão eles?

– Há um trabalho amplo para viabilizar exportações brasileiras de itens de alto valor agregado, como aeronaves, equipamentos médicos e odontológicos, máquinas agrícolas, equipamentos para a indústria de celulose, papel e madeira; equipamentos e soluções para eficiência energética e peças automotivas.

– Como o senhor estima o estado presente e as perspectivas da cooperação econômica entre o Brasil e a Rússia?

– As relações governamentais têm sido pautadas por agendas muito positivas e o interesse mútuo entre os países é crescente e está migrando para temas econômicos estratégicos. No entanto, o grande desafio é transferir a boa-vontade governamental para a dinâmica das relações comerciais, que depende da iniciativa empresarial. A Rússia ainda não é um destino natural para a estratégia de negócios das empresas brasileiras, isso se deve ao desconhecimento das oportunidades por parte dos empresários. Um dos mais importantes papéis da Apex-Brasil aqui na Rússia é justamente estreitar essa lacuna, induzindo negócios em setores que não se viabilizariam de forma espontânea.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_22/Brasil-faz-permanente-trabalho-de-intelig-ncia-para-buscar-parcerias-na-R-ssia-6904/
http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_22/Brasil-faz-permanente-trabalho-de-intelig-ncia-para-buscar-parcerias-na-R-ssia-6904/

 

 

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas