Lácteos dos EUA no México

Lácteos/EUA - Discurso do presidente do Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (USDEC), Tom Vilsack por ocasião do Fórum Nacional de Leite realizado na Cidade do México.
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Lácteos/EUA – Discurso do presidente do Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (USDEC), Tom Vilsack por ocasião do Fórum Nacional de Leite realizado na Cidade do México.
“Em 2014, eu estive aqui representando o governo dos EUA como Secretário da Agricultura. Declarei então publicamente que o México é um aliado estratégico e sócio econômico muito importante para os Estados Unidos.
Houve algumas mudanças desde então, mas, de certa forma, pouco mudou.
Uma foi a nova administração em Washington com novas ideias sobre política comercial. Outra é que não estou mais representando nosso governo, mas sim as indústrias de laticínios dos EUA como presidente do Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC).
O que não mudou? O México continua sendo um aliado estratégico e parceiro econômico para os Estados Unidos, muito importante para a indústria de laticínios dos EUA. Esse é o tema do meu discurso: Parceria.
Deixe-me começar com algumas declarações introdutórias sobre a parceria e a parceria da indústria de laticínios dos EUA com o México:
As parcerias nunca devem ser desvalorizadas. Estou casado com Christie há 43 anos, e não a desvalorizo. Na verdade, frequentemente tento dizer a ela o quanto eu a aprecio. Da mesma forma, estou aqui hoje para deixar claro que a indústria de laticínios dos EUA admira a indústria e a comunidade agrícola mexicana, e não desvalorizamos nossa parceria. Repetirei isso algumas vezes hoje, e espero que não se cansem de ouvir.
As parcerias são construídas sobre o respeito mútuo. Respeitamos profundamente a indústria de laticínios mexicana, e percebemos que a recíproca é verdadeira. Queremos que isso continue.
As parcerias devem beneficiar ambas as partes para suportar o peso do tempo. Não podem ser uma relação perde-ganha, que os economistas chamam de “jogo dos vencedores e vencidos”. Parcerias duradouras devem ser lucrativas para ambos. E, não queremos apenas proteger a parceria, mas queremos vê-la crescer.
Esclarecemos que nossa indústria, juntamente com a maior parte do setor agrícola dos EUA, está trabalhando arduamente para convencer o Presidente Trump e seus principais assessores sobre a importância de manter fortes laços comerciais entre as duas nações.
Qualquer seja o resultado de futuras negociações comerciais com o México e o Canadá, não devemos retroceder em importantes conquistas do NAFTA.
Examinamos o assunto com esta nova administração e com os membros do Congresso. Em prol da contínua parceria, nos opomos a qualquer decisão sobre as tarifas pré-NAFTA, seja em grãos para ração, em ingredientes lácteos de alto valor agregado, ou em queijos especiais. Falei pessoalmente sobre isso com meu sucessor [presumido] no USDA, Sonny Perdue – o novo Secretário da Agricultura.
Em suma, nossa indústria continua com a mensagem, «Em primeiro lugar e acima de tudo, não faça mal!»
Nós sempre vimos o México primeiro como parceiro e segundo como cliente. É por isso que pretendemos continuar trabalhando com vocês e sua indústria para expandir o consumo de lácteos de forma que beneficie ambos os países.
Continuaremos a trabalhar com vocês para desenvolver produtos e ingredientes lácteos para ambos os países de forma a beneficiar os produtores e processadores. Nosso objetivo não é deslocar os produtos mexicanos. É ampliar a demanda global de produtos lácteos no México.
O consumo de laticínios está expandindo em ambos os lados da fronteira, dentro dos setores de alimentos, como padaria e confeitaria, lanches e sobremesas. Mas isso não é tudo. Também estão sendo usados em setores não alimentares, como os farmacêuticos e, na alimentação animal.
Mais importante ainda, as indústrias de laticínios do México e dos Estados Unidos se beneficiaram do NAFTA. Desde 1994, a produção de leite mexicana aumentou 58%. Ajudou a atender a demanda crescente de consumidores mexicanos e turistas, ao mesmo tempo em que continuou a oferecer oportunidades de mercado para os produtores americanos.
Juntos, elevamos o consumo a um preço razoável tanto para o consumidor mexicano quanto para o norte-americano.
Quando o NAFTA começou, os Estados Unidos não eram um grande fornecedor de produtos lácteos para o México. Hoje, complementamos a produção local. O notável é que este aumento ao longo dos anos não impediu o setor lácteo mexicano ou o produtor mexicano de crescerem. Na verdade, fizemos o que nenhum outro parceiro mexicano fez – beneficiamos ambas as indústrias.
Nós também trabalhamos lado a lado em outras questões importantes.
Por exemplo, convencemos as autoridades mexicanas de que o «mussarela» e o «parmesão» não devem ser protegidos por Indicações Geográficas (IG) neste país. Precisamos fazer mais do que isso; precisamos garantir que os produtores mexicanos não renunciem ao direito de usar nomes comuns de alimentos em troca de ganhos que favoreçam outros setores. Permitir que as IGs limitassem a utilização desses nomes comuns daria à União Europeia (UE) o direito exclusivo de utilizá-los. Sairia caro para nós dois. Trabalhando juntos, evitamos prejuízos para ambas as indústrias.
O México e os Estados Unidos compartilham mais do que uma fronteira. Temos economias interdependentes. Partilhamos cultura e gastronomia. Os Estados Unidos são o maior investidor estrangeiro no México. Alguns se surpreendem que mais de um milhão de cidadãos americanos vivem no México. E que o México é o destino mais comum para os turistas dos EUA.
O mais importante para as nossas indústrias de laticínios é que compartilhar mercados e consumidores, que exigem cada dia mais e melhores alimentos saudáveis.
O comércio tornou-se extremamente importante para o setor lácteo dos EUA. O equivalente a um dia de produção de leite nos EUA, a cada semana, agora é exportado em todo o mundo.
E, novamente, o México desempenha papel fundamental. Isso porque expandimos nossas exportações, cuidadosamente, de forma que beneficie os produtores em ambos os países.
O USDEC foi constituído um ano após a aprovação do NAFTA com a missão de aumentar a demanda global de produtos e ingredientes lácteos dos EUA.
Em apoio ao NAFTA, suspendemos o Programa de Incentivo à Exportação de Lácteos para o México. Esse programa foi criado para competir com as exportações de produtos lácteos tributadas da UE, e achamos apropriado excluí-lo de mercado parceiro do NAFTA. Como resultado, o México tornou-se essencialmente uma zona livre de tributos para as nossas exportações.
O NAFTA também foi um catalisador para que começássemos a trabalhar com a indústria de laticínios mexicana para expansão do consumo de produtos lácteos no México.
O objetivo mútuo foi criar uma demanda por lácteos, entre os consumidores mexicanos, como fonte de proteína de alta qualidade. Muito há para se fazer, já que o consumo de lácteos no México permanece abaixo dos níveis recomendados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Um dos objetivos do USDEC foi estabelecer uma presença no México. Rodrigo Fernandez, que muitos de vocês conhecem bem, tem sido representante de longa data do setor lácteo dos EUA aqui. Não fazia parte da nossa estratégia a ideia de dumping dos produtos quando os preços estivessem baixos. Em vez disso, queríamos construir o maior mercado de lácteos aqui de modo mutuamente benéfico. Ainda estamos trabalhando nisso.
Alguns exemplos:
Entre 1996 e 2002, o USDEC realizou um curso de treinamento em manejo de lácteos para funcionários de grandes varejistas mexicanas, incluindo Walmart, Soriana, Chedraui, Calimax e Gigante. Mais de 90 seminários foram realizados, treinando cerca de 1.400 pessoas. O resultado: aumentar a vida útil dos produtos lácteos em pequenas, médias e grandes lojas.
O USDEC continuou este programa de treinamento de 2004 a 2012 no Walmart, Chedraui e Sam’s Club, concentrando-se em manejo de queijo em lojas e funcionários de delikatesse.
O USDEC também realizou um estudo de pesquisa sobre o que chamamos de Gestão da Categoria Laticínios. Os resultados foram apresentados aos principais executivos da Associação Nacional de Supermercados e Lojas de Departamento do México, e ajudaram a expandir o espaço nas prateleiras e àqueles dedicados aos produtos lácteos e queijos.
Desde 1995, o Master Chef, Alejandro Kuri, também realizou 10 seminários de treinamento do USDEC focados inteiramente em queijo. Por quê? Porque acreditamos que um consumidor mexicano que goste do queijo dos EUA, pode consumir queijo produzido no México. Novamente, estamos expandindo a categoria, não canibalizando a demanda de queijos.
O USDEC conduziu cursos similares nas maiores áreas com resort no México, aumentando o reconhecimento dos produtos lácteos entre os chefs na cozinha mexicana, bem como aqueles nas escolas de culinária.
O USDEC também organizou um encontro com líderes de grupos de produtores e processadores mexicanos para explicar o trabalho promocional que nossa organização, Dairy Management, fizera nos Estados Unidos. Queríamos que a indústria mexicana determinasse se abordagens semelhantes poderiam funcionar aqui. Estavam incluídos programas como «3-A-Day» e «Got Milk?»
Como resultado desses programas, desde 2008, o Departamento de Agricultura do México e os grupos de laticínios mexicanos fizeram uma campanha para «beber três copos de leite por dia».
Devemos continuar trabalhando juntos para ver como esses e outros programas e pesquisas financiadas pelos EUA podem expandir o consumo de lácteos no México. Estou na expectativa de conversar com lideranças e o governo mexicanos sobre como progredir neste trabalho e em nosso relacionamento.
Sabemos que, recentemente, os produtores mexicanos tiveram alguns anos difíceis, com a crise econômica de 2008, a seca de 2012 e a recente queda nos preços do leite. Queremos ver a recuperação e o crescimento do setor, como vimos no passado.
As exportações de lácteos mexicanos estão em alta e os EUA têm sido um cliente importante para essas exportações. Desde o início do NAFTA, as importações de lácteos mexicanos pelos EUA cresceram de US$11 milhões para US$127 milhões. As exportações de lácteos mexicanas também estão atingindo outros mercados regionais, como os países da América Central.
A produção de leite no México subiu de 7,3 bilhões de litros em 1994 para 11,6 bilhões de litros no ano passado. Da mesma forma, o consumo de leite aumentou de 9,3 para 15,6 bilhões de litros. Embora a maioria do leite produzido no México seja para consumo, isso também está mudando com produtos processados ganhando as quotas de mercado. A produção de queijo, iogurte, leite em pó e ingredientes lácteos estão todas em ascensão.
Este é sem dúvida um reflexo da mudança nos gostos dos consumidores. Achamos que tivemos um papel modesto neste trabalho.
Ainda assim, como eu disse, há muito para crescer. A população do México está aumentando e o consumo de lácteos por pessoa permanece menor do que em muitos países de tamanho semelhante.
O crescimento econômico também desempenha um papel importante nos padrões de consumo de alimentos de alto valor agregado, como os lácteos. Os dois últimos anos foram positivos para o México neste sentido e esperamos que isso continue.
É nosso dever trabalhar juntos para expandirmos as pontes entre nós. Por isso, no ano passado, o USDEC, em conjunto com a NMPF dos EUA, fez acordo com as principais organizações de laticínios do México para aumentar o tamanho e a rentabilidade das indústrias.
O NAFTA foi, em grande parte, um bom negócio para o México. Alguns em nosso país argumentam que isso pode ter sido um mal negócio para nós. Não é assim. Ignoram vários fatos importantes:
Desde a implementação do NAFTA, as exportações dos EUA para o México aumentaram em US$185 bilhões, gerando cerca de 5 milhões de empregos nos EUA.
Além disso, 40% das importações do México são oriundas dos EUA. Vinte anos atrás, isso era menos de 5%.
A realidade é que o desenvolvimento das cadeias de oferta no Canadá, EUA e México, como resultado do NAFTA, tornou as indústrias mais eficientes e competitivas nos três países.
Certamente, o NAFTA não foi um mal acordo. Isso não quer dizer que o NAFTA seja perfeito.
O NAFTA tem 23 anos agora e precisa de algumas mudanças. Os subsequentes acordos de livre comércio dos EUA incluíram disposições mais fortes em áreas como medidas sanitárias e fitossanitárias na agricultura, direitos trabalhistas, meio ambiente, marcos regulatórios, direitos de propriedade intelectual, serviços, investimento e comércio eletrônico.
Nossa indústria está certamente aberta para explorar maneiras de preservar e fortalecer o NAFTA.
No topo de nossa lista seriam abordadas as tarifas dos lácteos canadenses e as barreiras não tarifárias, desafios que não eram abordados no TLC entre os EUA e o Canadá, mesmo antes do NAFTA. Além disso, poderão ser introduzidas melhorias em domínios como as IG.
Mas, mesmo que essas discussões sejam desafiadoras, o fim do NAFTA não é uma alternativa. Ao mesmo tempo, acredito que o México precisa ficar atento ao abrir seu mercado para outros fornecedores de lácteos que estão mais interessados em vendas à vista do que uma parceria de longo prazo.
O setor de laticínios dos EUA não está sozinho ao tomar essa posição. A maior parte da comunidade agrícola tem visões semelhantes e, com algumas exceções, a comunidade empresarial norte-americana opõe-se veementemente a se retirar do NAFTA.
Muitos membros do Congresso estão ouvindo e começando a deixar claro suas preocupações.
As melhorias não devem ocorrer em detrimento das nossas relações comerciais atuais ou da nossa cooperação bilateral no setor lácteo. Uma coisa é certa. A indústria de laticínios dos EUA está lutando arduamente para garantir que o NAFTA permaneça. E estamos empenhados em continuar nossa parceria com vocês nos próximos anos.
Fonte: USDEC

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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